(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas STREAMING

Document�rio de Silvio Tendler defende a efic�cia do SUS

Filme mostra que o �nico sistema p�blico do mundo que atende a 190 milh�es de pessoas funciona, como se viu no combate � COVID-19, apesar de seus problemas


13/06/2022 04:00 - atualizado 12/06/2022 22:02

Cena do documentário Saúde tem cura mostra pessoa de máscara e roupa branca aplicando vacina no braço de uma pessoa
"Sa�de tem cura" destaca a import�ncia do programa p�blico brasileiro de vacina��o, que disponibiliza 300 milh�es de doses (foto: Caliban/divulga��o)

“Sa�de tem cura”, document�rio do diretor Silvio Tendler, defende a import�ncia do Sistema �nico de Sa�de (SUS), o �nico no mundo que atende a 190 milh�es de pessoas gratuitamente. � o maior programa p�blico de transplantes de �rg�os do planeta, financiando 95% dos procedimentos no Brasil.


“O ideal de qualquer pessoa da classe m�dia � fazer um conv�nio. Quando isso ocorre, por mais barato que seja o valor do plano, ela pensa que nunca mais colocar� os p�s no SUS. Por�m, estamos vendo agora que a situa��o � diferente. Em v�rias cidades brasileiras, os leitos particulares foram esgotados e foi o sistema p�blico que atendeu muitos cidad�os, ficando evidente a import�ncia do SUS”, defende.

VACINAS 

Anualmente, o SUS vacina 10 milh�es de crian�as contra a poliomielite em apenas um dia. O sistema disponibiliza 300 milh�es de doses gratuitamente � popula��o.

“Em pa�ses desenvolvidos, o governo apoia parte dos programas de vacina��o nacional, mas a outra parte � da iniciativa privada, como os seguros. No Brasil, � gratuito para todos”, destaca Akira Homma, ex-presidente da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Filmado durante a pandemia de COVID-19 e produzido com apoio da Fiocruz, o document�rio entrevistou usu�rios, profissionais da sa�de e representantes da sociedade civil.

''� o maior sistema p�blico universal com a menor propor��o de financiamento p�blico do mundo. Nenhum sistema p�blico mundial tem financiamento menor que 70%. No Brasil, ele corresponde a 45% do gasto total com sa�de''

Carlos Gadelha, doutor em economia


A modelo e atriz Tarcinara Vieira conta que se curou da tuberculose gra�as ao SUS. “Consegui todos os rem�dios necess�rios e nenhum faltou durante os seis meses do tratamento. Se o SUS n�o existisse, eu n�o estaria aqui, porque eu e minha m�e est�vamos desempregadas e n�o ter�amos condi��es de arcar com os rem�dios.”

O longa-metragem mostra o desamparo hist�rico da popula��o em termos de sa�de p�blica. No final do s�culo 19, o tratamento de doen�as se dava por meio de favores ou de institui��es de caridade. Na d�cada de 1920, trabalhadores com carteira assinada e contribuintes para a previd�ncia passaram a ter acesso ao sistema de prote��o social.

Em 1963, no governo Jo�o Goulart, durante a 3ª Confer�ncia Nacional de Sa�de, discutiu-se a cria��o do sistema unificado. “Foi a primeira vez que se falou sobre municipaliza��o, sa�de como direito. A medicina previdenci�ria caminhava para um lado e o sistema p�blico caminhava para outro”, comenta a m�dica Ligia Bahia, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

GOVERNO MILITAR 

A ditadura militar, a partir de 1964, financiou empres�rios do setor de sa�de para construir hospitais com o objetivo de comprar esses servi�os, via previd�ncia. “Ao final do regime militar, den�ncias de fraudes eram intensas”, diz Ligia.

O processo de redemocratiza��o levou � implementa��o do SUS, garantindo sa�de como direito de todos e dever do Estado, conforme determina a Constitui��o de 1988.

A implanta��o do sistema nunca seguiu a lei � risca. Fragilidades ficaram ainda mais evidentes durante a pandemia da COVID-19. “Come�a pela necessidade de ter base de financiamento e apoio pol�tico. � o maior sistema p�blico universal com a menor propor��o de financiamento p�blico do mundo. Nenhum sistema p�blico mundial tem financiamento menor que 70%. No Brasil, ele corresponde a 45% do gasto total com sa�de”, explica Carlos Gadelha, doutor em economia.

Apesar disso, o SUS, por meio de pesquisa, atendimento, programas de preven��o, campanhas de vacina��o e distribui��o de rem�dios, fornece acesso a tratamentos oncol�gicos, sess�es de hemodi�lise, cirurgias de grande porte, implantes e interna��es em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), por exemplo.

“No hospital universit�rio onde trabalho, constru�mos uma UTI em 20 dias, com recurso 100% SUS. Vejo um SUS que resiste muito. Com todas as suas fraquezas, lacunas e falhas, tem uma potencialidade enorme. Sem sombra de d�vida, � o maior patrim�nio que o povo brasileiro tem nas m�os”, afirma Pedro Carvalho Diz, membro da Rede Nacional de M�dicos e M�dicas Populares.

VIL�O 

“Geralmente, vemos somente fotos dos corredores lotados, de pessoas que morreram na fila de espera, de pessoas que n�o conseguiram um exame. Muitas vezes, o SUS se resume a hospital e fila do corredor. Na verdade, querem esquecer que o SUS � muito maior. Existe uma grande pol�tica e discurso que o invalidam e o personificam como um grande vil�o”, ressalta o m�dico Pedro Carvalho.

Nadine Clausel, diretora-presidente do Hospital de Cl�nicas de Porto Alegre, defende que o Estado assegure recursos para o sistema.

“Com a perda de emprego e renda, as pessoas n�o conseguiram mais pagar os conv�nios e, consequentemente, o SUS acabou abarcando um contingente ainda maior de dependentes. O sistema p�blico de sa�de deveria ser uma pol�tica de Estado com or�amenta��o protegida, independentemente de quem esteja no governo”, afirma.
 
* Estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria

“SA�DE TEM CURA”

Document�rio de Silvio Tendler. 95m. Dispon�vel no canal da Caliban Cinema no YouTube.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)