O achado est� na mostra digital "O ritmo de Gil", que re�ne 41 mil imagens e 900 grava��es, entre v�deos e �udio, digitalizados e catalogados na plataforma. O an�ncio foi feito nesta ter�a-feira (14/6), no evento Google For Brasil, em S�o Paulo, e contou com a presen�a do pr�prio Gil, que fez uma participa��o especial no palco e falou sobre a iniciativa.
"� uma cole��o, uma esp�cie de museu, um apanhado eletr�nico de todas as coisas que fizemos", detalhou Gil sobre a mostra. Esta � a primeira vez que um artista vivo brasileiro ganha uma retrospectiva na plataforma, que est� abrigada na se��o Google Arts & Culture.
O acervo est� dispon�vel no site em ingl�s, espanhol e portugu�s.
Digitaliza��o da obra de Gil durou quatro anos
A equipe do Google se debru�ou por quatro anos sobre o imenso acervo que o artista guardava. Os trabalhos de pesquisa e documenta��o de fotos, documentos e grava��es come�aram em 2018, e ficaram prontos a tempo das celebra��es de 80 anos do cantor.
"Gravamos 12 can��es, entre regrava��es e in�ditas", relembrou Gil, contando que o disco acabou sendo adiado algumas vezes. Na sequ�ncia, a Warner encerrou o selo que iria lan�ar o trabalho e ele acabou ficando perdido entre outras grava��es. Segundo Valeria Gasparotti, gerente de projetos do Google Arts & Culture, a equipe que trabalhava na digitaliza��o encontrou o registro em uma fita cassete. "A equipe do Instituto Gilberto Gil identificou que era o �lbum perdido, e levamos para o Gil ouvir", contou.
Gil decidiu n�o mexer no trabalho para o lan�amento. Segundo ele, as faixas encontradas estavam com mixagem n�o definitiva, mas n�o foram editadas at� por uma impossibilidade t�cnica. "J� estava tudo reduzido a dois canais, n�o tinha como mexer. Mas � um produto que foi feito com gosto e dedica��o, e est� do jeito que foi achado", contou. "� um resgate precioso, eu com a voz bem jovem, fresquinha, de 40 anos atr�s", completou.
Mostra digital de Gil foi trabalho de arqueologia
Rec�m-empossado como imortal na Academia Brasileira de Letras, Gil chamou o trabalho de recupera��o dos materiais e a curadoria da mostra como "um trabalho de arqueologia". "Essa cole��o faz parte desse conjunto de novas possibilidades museol�gicas que o ciberespa�o traz e � o final de um est�gio da minha obra, de um per�odo muito longo de quase 70 anos", disse.
Mas o que mais emociona Gil na retrospectiva s�o os registros da inf�ncia e da adolesc�ncia, antes da fama. "Me toca de uma forma especial. Depois, quando virei um homem p�blico, tudo que surgiu de documenta��o j� estava nessa dimens�o de um homem conhecido. Mas as coisas da juventude t�m muita import�ncia do ponto de vista afetivo, e s�o mais curiosas, tanto para mim, quanto para o p�blico", completou.
Dono de uma obra que segue sendo produzida, Gil afirmou ainda que a mostra ser� atualizada com as novidades que ele produzir. "Enquanto eu for vivo, as camadas v�o se sobrepor. Tudo que fizer, vai entrar nessa cole��o. Espero que seja assim", finalizou.