Woody Allen participou de live a convite de Alec Baldwin
Reprodu��o/Instagram
Woody Allen, 86 anos, participou na manh� de hoje (28/6) de uma live no Instagram com o ator Alec Baldwin, 64. Durante a conversa, afirmou que n�o sente mais necessidadede fazer filmes.
“Fiz 49 filmes, talvez eu fa�o o 50º. Quando veio a pandemia, e eu n�o pude fazer o filme que planejei, depois de meses em casa debaixo da cama comecei a gostar. N�o precisava sentir calor no ver�o, frio no inverno, fazer decis�es o tempo inteiro. Se eu n�o fizer mais filmes, ser� um bom jeito de viver”, disse ele.
Allen, que n�o tem redes sociais – “tenho uma p�gina no Facebook administrada por minha equipe mas nem sei como funciona” – admitiu que o fechamento dos cinemas e a explos�o do streaming o fizeram desanimar de fazer filmes.
“Minha excita��o foi embora, n�o existe mais aquela afei��o pelo cinema. Quando comecei, as pessoas iam para ver o filme na tela grande. Que lugar mais voc� pode, durante o dia, chegar, deixar a realidade do lado de fora e ficar no escuro? Hoje voc� faz um filme e ele fica duas, quatro, seis semanas em cartaz e depois vai para o streaming”, acrescentou
Allen, que tamb�m admitiu n�o assistir �s plataformas. Em casa, s� basquete, beisebol, not�cias e filmes antigos.
No final do ver�o americano, in�cio do outono, ele parte para Paris, onde ir� rodar aquele que poder� ser �ltimo longa-metragem. “Fiz tantos filmes em Nova York. E filmar em Londres, Paris, Espanha foi uma experi�ncia incr�vel e rejuvenescedora. Minha mulher (Soon-Yi, com quem comemorou 25 anos de uni�o no Natal de 2021) quer � ficar fora por meses nestas cidade, onde temos muitos amigos.”
Questionado por Baldwin, ele disse que se pudesse voltar no tempo gostaria de ter dirigido Jerry Lewis e Bob Hope. “Jerry Lewis tinha um talento enorme, que sempre desaparecia nos filmes bobos que ele fazia. E sempre me pego defendendo Bob Hope, ainda que muita gente fale dele por ser um republicano, mas ele era um grande comediante.”
Allen lan�ou em junho seu novo livro, “Zero gravity”, motivo da live com Baldwin. S�o ensaios humor�sticos, boa parte escrita durante a pandemia. “S�o textos curtos e espero que as pessoas achem engra�ado. Bem diferente de fazer minha autobiografia (lan�ada em 2020), em que levei mais de um ano para escrever. Aqui tinha texto que n�o levei uma semana para escrever.”
Admitiu tamb�m que o recolhimento em decorr�ncia da crise sanit�ria o estimulou a escrever cada vez mais. “Quero escrever romances, n�o pe�as, porque a minha reclama��o sobre o cinema tamb�m vale para o teatro. Hoje os shows da Broadway s�o revivals de antigos musicais e custam milh�es de d�lares.”
O imbr�glio Woody Allen/Mia Farrow, que se arrasta h� d�cadas, n�o foi tocado em momento algum. O assunto veio � tona pelo pr�prio Baldwin, ontem (27/6), quando ele anunciou a live no Instagram.
"Deixem que eu comece afirmando que tenho zero interesse nos julgamentos e postagens hip�critas de qualquer pessoa aqui", afirmou o ator. "Eu sou obviamente algu�m que tem meu pr�prio conjunto de cren�as e n�o poderia me importar menos com a especula��o de qualquer outra pessoa."
"Se voc� acredita que um julgamento deve ser realizado por meio de um document�rio da HBO, o problema � seu", finalizou Baldwin, em refer�ncia � s�rie "Allen v. Farrow", lan�ada ano passado na plataforma de streaming da emissora de TV, que abordou a acusa��o de abuso sexual movida contra Allen por sua filha adotiva Dylan Farrow h� 30 anos.
Baldwin, vale dizer, � defensor de primeira hora de Allen. Em janeiro de 2018, quando as den�ncias de abuso sexual por sua filha, Dylan Farrow, voltaram � tona na esteira do movimento Time’s Up, o ator afirmou via Twitter:
“Woody Allen foi for�osamente investigado por dois estados, Nova York e Connecticut, e n�o foi acusado em nenhum deles. A ren�ncia a ele e ao seu trabalho tem, sem d�vida nenhuma, o seu prop�sito. Mas, para mim, isso � injusto e triste. Eu trabalhei com Woody Allen tr�s vezes e foi um dos meus maiores privil�gios da minha carreira”.
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