
A cena da m�sica instrumental e do jazz em Belo Horizonte, desde sempre merecedora de destaque em �mbito nacional e a cada ano mais pulsante, ganha, a partir desta segunda-feira (18/7), um ponto de refer�ncia.
Localizado no n�mero 47 da Rua Ant�nio de Albuquerque, na Savassi, o Clube de Jazz teve uma pr�-abertura na �ltima quinta-feira (14/7), para convidados, com show do pianista Evan Megaro acompanhado por um trio, e abre hoje as portas para o p�blico em geral. As boas-vindas ser�o dadas por uma big band criada especialmente para ser a anfitri� da casa.
A proposta, segundo Golgher, � apresentar ao p�blico uma ampla paleta de artistas, m�sicos, eventos, lan�amentos e grava��es. O foco principal � oferecer a quem toca e a quem assiste uma infraestrutura adequada para apresenta��es ao vivo mais intimistas.
Tomando o jazz e a m�sica instrumental como n�cleos curatoriais, a programa��o tamb�m se aventura para al�m desses g�neros, acolhendo o blues, o folk e a nova MPB, entre outros.
Tomando o jazz e a m�sica instrumental como n�cleos curatoriais, a programa��o tamb�m se aventura para al�m desses g�neros, acolhendo o blues, o folk e a nova MPB, entre outros.
Propriet�rio do Caf� com Letras, que desde 1996 abriga e promove a��es em torno da m�sica instrumental e do jazz, Golgher diz que foram muitas as raz�es que o levaram a investir na cria��o do Clube de Jazz.
“Em primeiro lugar, eu queria um lugar onde a m�sica fosse a protagonista”, diz, observando que, a despeito de receber regularmente apresenta��es do g�nero, o Caf� com Letras �, antes de mais nada, uma cafeteria e livraria; n�o foi pensado como uma casa de shows.
“Em primeiro lugar, eu queria um lugar onde a m�sica fosse a protagonista”, diz, observando que, a despeito de receber regularmente apresenta��es do g�nero, o Caf� com Letras �, antes de mais nada, uma cafeteria e livraria; n�o foi pensado como uma casa de shows.
Lugar intimista
Sempre senti falta de um lugar intimista, porque acho que o jazz ganha com isso, a proximidade entre p�blico e artista, num espa�o onde as pessoas possam estar � vontade, sem a formalidade do teatro, mas com condi��es t�cnicas para que o m�sico possa ter uma boa performance”, diz, acrescentando que o Clube de Jazz nasce, tamb�m, pela percep��o de que faltava na cidade um lugar com essas caracter�sticas.
O local tem capacidade de p�blico total para 100 pessoas: 60 em sua �rea interna e 40 pessoas em sua �rea externa, com um ambiente que permita ao p�blico acompanhar os shows e socializar, ao mesmo tempo.
O fato de ser cont�guo � Pra�a Silva Guimar�es, na esquina da Rua Ant�nio de Albuquerque com a Avenida do Contorno, recentemente reformada, abre possibilidade para futuros eventos diurnos ao ar livre.
O card�pio do Clube de Jazz � assinado pelo chef Renato Quintino, focado em petiscos para compartilhar, com op��es veganas e vegetarianas. A bartender Joc�ssia Coelho responde pela carta de coquet�is, criada exclusivamente para o Clube, com �nfase em u�sques e bourbons.
Gosto pelo jazz
Golgher diz que acalenta a ideia de ter esse espa�o h� 15 anos, movido, antes de mais nada, pelo gosto que nutre pelo jazz e pela m�sica instrumental. Ele diz que a experi�ncia de, em 2013, levar para Nova York o Savassi Festival – que � realizado em Belo Horizonte desde 2003 – alimentou ainda mais a vontade de criar o Clube.
“Em Nova York, os shows do Savassi Festival aconteceram principalmente em casas com esse perfil, com um palco bom e informal. Nos clubes de l�, voc� tem pouqu�ssima amplifica��o, ningu�m passa som, � tudo, de certa maneira, muito simples”, destaca.
Ele situa que as obras no im�vel que pertence � sua fam�lia come�aram em setembro do ano passado e que o espa�o abre hoje para o p�blico com plena capacidade de acolhimento, mas ainda pode ser otimizado. “Acredito que ainda tem coisas para fazer, ent�o vamos seguindo, propondo mudan�as e novidades.”
A curadoria art�stica da casa se fundamenta no que Golgher chama de “editoria” – a ideia de que cada dia da semana, de segunda a s�bado, tenha um recorte espec�fico. Em todas as segundas-feiras, por exemplo, a atra��o � a banda da casa. Batizada simplesmente como Big do Clube, ela re�ne 13 m�sicos expoentes da cena de Belo Horizonte, aglutinados pelo guitarrista, compositor e arranjador Felipe Vilas Boas.
Encontros fixos
Esta �, segundo Golgher, uma das marcas dos grandes clubes de jazz espalhados pelo mundo: o fato de terem um grupo de instrumentistas “residentes”, que t�m uma agenda de encontros fixos com o p�blico.
Ele pontua que as ter�as-feiras ser�o dedicadas aos novos talentos e �s iniciativas educacionais; e as quartas-feiras s�o reservadas aos artistas s�niores, j� estabelecidos. “A editoria da quinta-feira eu estou chamando de Outra M�sica, que � quando a gente sai do instrumental e do jazz e passa pela nova MPB, pelo folk, pelo blues e outros g�neros. Na sexta e no s�bado ser�o shows em geral, eventualmente com cantores”, aponta.
A programa��o inicial j� est� definida, com atra��es fechadas at� o pr�ximo dia 30, e, segundo Golgher, j� est�o marcados, para mais adiante, shows de J�lia Ribas, Carol Serdeira e J�lia Branco. Ele ressalva que a editoria n�o deve ser encarada como uma camisa de for�a e que, ocasionalmente, ela pode ser burlada.
J� se ver� esse desvio da regra na pr�xima semana, quando o grupo argentino Scalandrum, capitaneado pelo neto de Astor Piazzolla, o baterista Daniel “Pipi” Piazzolla, se apresenta na ter�a e na quarta-feira.
Pequenos festivais
“Teremos tamb�m essas oportunidades de trazer pra c� artistas que estejam fazendo turn� pelo Brasil”, diz Golgher, acrescentando que est�o previstos, ainda, pequenos festivais. “J� estou programando tr�s: um de mulheres que transitam pelo universo da m�sica instrumental, um com foco nas big bands e outro de duos com piano. Podemos tamb�m fazer parcerias com outros festivais”, adianta.
Clube de Jazz
Ele pr�prio � o respons�vel pela curadoria, mas contando com colabora��es diversas. “Aceito sugest�es que podem vir de todos os lados. Algu�m me indica uma banda, eu vou l� e escuto. Tem as pessoas que historicamente trabalham comigo, como Cliff Korman ou Chico Amaral, e que eu quero que estejam juntas nesse novo passo. Tenho meus associados na curadoria, porque o que uma pessoa s� consegue saber � sempre limitado. � importante ter a opini�o dos outros, praticar esse exerc�cio de abertura e aprendizado”, afirma.
Para a forma��o da Big do Clube, por exemplo, ele contou com a estreita colabora��o de Felipe Vilas Boas, que, ali�s, tamb�m integrou o trio que acompanhou Evan Megaro na pr�-abertura da �ltima quinta-feira. “� um cara que conhe�o h� muitos anos e com quem trabalho muito. Eu j� o tinha chamado para compor para a big band na edi��o de 2019 do Savassi Festival”, conta.
Forma��o da banda
Segundo Bruno, depois de muitas conversas chegaram a uma forma��o com 13 m�sicos – alguns deles vencedores do Pr�mio BDMG Instrumental. “Fomos conversando sobre o que seria poss�vel fazer no Clube, pensando no espa�o e no custo, e chegamos a essa forma��o. Acho que, em termos de arranjo e sonoridades, com 13 pessoas na banda d� para divertir enormemente”, diz, acrescentando que pretende convidar compositores locais para criarem temas para a Big do Clube e, futuramente, gravar um disco.
Vilas Boas lembra que o embri�o da Big do Clube remonta a 2018, quando foi convidado por Golgher para estar � frente de uma forma��o maior. Ele diz que achou curioso porque, a despeito de sempre ter ouvido grupos como os de Count Basie e Duke Ellington, sua experi�ncia pessoal n�o passava por esse lugar.
“Naquela ocasi�o, apresentei um repert�rio autoral de oito temas que arranjei para a MG Big Band, que tocou comigo no Savassi Festival. O engra�ado � que esse nunca foi o meu foco, n�o sei de onde o Bruno tirou essa ideia, mas aproveitei a oportunidade para entrar mais nesse universo do jazz orquestral. Sou arranjador, fa�o produ��o musical para outros artistas, ent�o veio muito a calhar”, comenta.
Repert�rio da Big
Ele adianta que a Big do Clube vai executar temas de sua autoria e tamb�m de outros dois integrantes – o trompetista Wagner Souza e o saxofonista Jackson Ganga –, al�m de cl�ssicos do jazz e do samba-jazz. “Tem coisas de Horace Silver, Miles Davis, Coltrane e por a� vai. Estamos com um repert�rio de 30 a 40 m�sicas e a ideia � ir mesclando e alternando isso a cada segunda-feira”, diz.
O m�sico acredita que o Clube de Jazz � uma iniciativa que pode fortalecer ainda mais uma cena que vem crescendo e amadurecendo ao longo dos anos. Ele destaca a qualidade do som e a estrutura do espa�o e diz que o sentimento seu e dos colegas de cena � de muita empolga��o.
“Finalmente, temos um jazz club em Belo Horizonte. Estou muito feliz e acho que todo mundo que trabalha nesse meio tamb�m. A gente tinha essa car�ncia, que agora foi suprida. � uma iniciativa que se soma a outras, como o pr�mio BDMG Instrumental. S�o institui��es que fortalecem nosso trabalho e garantem esse lugar de destaque que o jazz e a m�sica instrumental praticados na cidade t�m”, ressalta.
“Finalmente, temos um jazz club em Belo Horizonte. Estou muito feliz e acho que todo mundo que trabalha nesse meio tamb�m. A gente tinha essa car�ncia, que agora foi suprida. � uma iniciativa que se soma a outras, como o pr�mio BDMG Instrumental. S�o institui��es que fortalecem nosso trabalho e garantem esse lugar de destaque que o jazz e a m�sica instrumental praticados na cidade t�m”, ressalta.
CARD�PIO MUSICAL
Confira as atra��es agendadas para os pr�ximos dias
»Segunda-feira (18/7)
Big do Clube
»Ter�a-feira (19/7)
Lucas de Mello Quarteto + Jasmine Godoy
»Quarta-feira (20/7)
Juarez Moreira
»Quinta-feira (21/7)
Moons

»Sexta-feira (22/7)
Rafael Martini, com o lan�amento do �lbum “V�rtice”
»S�bado (23/7)
Cliff Korman Trio
»Segunda-feira (25/7)
Big do Clube
»Ter�a-feira (26/7)
Scalandrum (Argentina)
»Quarta-feira (27/7)
Sacalandrum (Argentina)
»S�bado (30/7)
Thiago Delegado
CLUBE DE JAZZ DO CAF� COM LETRAS
Na Rua Ant�nio de Albuquerque, 47, Savassi), aberto a partir das 17h30. Shows entre as 19h e as 22h. Ingressos a partir de R$ 20, de acordo com a programa��o do dia