
H� tr�s anos e meio o rompimento da barragem da mineradora Vale matou 272 pessoas em Brumadinho, na Grande BH, e muitas fam�lias vivenciaram n�o apenas a extrema dor da perda repentina, mas a dura incerteza do que poderia ter acontecido com o pai, a m�e, o filho, o irm�o. Logo, corpos come�aram a ser encontrados ap�s dias, meses ou anos. Sob esse pano de fundo, o artista franc�s Guillaume Legros realizou uma pintura gigantesca, com tinta biodegrad�vel, no campo de futebol do bairro C�rrego do Feij�o - utilizado em 2019 para o pouso de helic�pteros e o dep�sito dos cad�veres das v�timas.
Agora, bra�os interla�ados pintados pelo artista pl�stico, que atende pelo nome Saype, formam uma “corrente” humana e buscam resignificar um ambiente que passou a evocar, nas lembran�as dos moradores, os traumas de uma trag�dia que entrou para a hist�ria do pa�s. Para al�m do simb�lico, Saype promoveu neste domingo (24/7) um abra�o coletivo junto � comunidade.

Outra obra, de mesma tem�tica, foi feita no Instituto Heitor Carrilho, que integra a Secretaria Estadual de Administra��o Penitenci�ria, ao lado do Morro do Zinco, Regi�o Central do Rio. L�, o artista tamb�m jogou bola com moradores.
Conex�o humana
Conforme Saype, o objetivo do projeto � criar um “s�mbolo de maior conex�o humana e fazer com que as pessoas mais importantes do mundo achem uma solu��o global para os problemas que a humanidade tem”.

“Estou aqui porque em 2019 teve um desastre em que 272 pessoas morreram, pois uma mina se rompeu, e eu acho que � muito dif�cil para as pessoas pensarem em um futuro neste tipo de situa��o. Como um artista, voc� quer ‘aumentar o coro’ para apoiar a luta deles. Essa � a primeira raz�o”.
O artista reconhece a import�ncia das minas, mas, por outro lado, enfatiza a preocupa��o com as pautas ambientais. “Precisamos de sinergia para oferecermos aos trabalhadores um ambiente seguro de trabalho e, ao mesmo tempo, respeitarmos o meio ambiente e � ecologia”.
Sobre o artista
Saype, contra��o de say peace em ingl�s, � o nome art�stico do franc�s Guillaume Legros, de 33 anos. Autodidata e dedicado a realizar pinturas gigantes ao ar livre, o artista pl�stico teve seu nome listado pela Forbes europeia como um dos jovens mais influentes na �rea cultural no mundo, em 2019. Nesse mesmo ano, ele foi o �nico artista franco-su��o a participar das comemora��es da queda do Muro de Berlim.
No rol de lugares grandiosos onde Saype j� exp�s seus trabalhos est�o a sede da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), em Nova Iorque; o Champ de Mars, uma das maiores �reas verdes em Paris; e a Bienal de Veneza.