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Estado de Minas LITERATURA

Com trio de novos curadores, 20� Flip investe em diversidade

Edi��o 2022 da Festa Liter�ria Internacional de Paraty pretende ampliar participa��es e temas, remodelando as caracter�sticas que marcam o evento


28/07/2022 04:00 - atualizado 27/07/2022 19:55
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De vestido, óculos escuros e rabo de cavalo, criança lê livro na Flip
Depois de duas edi��es em formato virtual, a Flip voltar� a ocupar as ruas de Paraty em novembro (foto: Flip/Divulga��o)

Com a 20ª edi��o marcada para ocorrer entre os dias 23 e 27 de novembro, a Festa Liter�ria Internacional de Paraty (Flip) retoma os encontros presenciais depois de duas edi��es on-line e conta com um coletivo de curadores para selecionar os nomes dos convidados. 

Fernanda Bastos, Milena Britto e Pedro Meira Monteiro t�m origens diferentes e campos de pesquisa diversos, uma combina��o que pode alimentar uma mescla de temas e autores interessantes. O nome da primeira convidada foi divulgado esta semana. Saidiya Hartman, professora da Universidade de Columbia, em Nova York, e pesquisadora da escravid�o nos Estados Unidos, estar� na festa.

Professora da Universidade Federal da Bahia, Milena Britto tem como �reas de pesquisa temas como g�nero e estrat�gias de legitima��o no campo liter�rio. Para a 20ª edi��o da Flip, ela prop�e uma literatura expandida, para al�m do livro f�sico e com tr�nsito em outras plataformas e artes. 

“Quando falamos em Flip, ainda estamos apegados ao livro, aos g�neros liter�rios mais acessados, que tamb�m v�o estar na festa, porque fazem parte de nossa express�o, mas a gente pretende dividir a conversa tanto com outras linguagens como com outras plataformas”, avisa.

Para ela, o momento pede que se pense na posi��o pol�tica do corpo feminino, uma pauta presente no mundo inteiro. “A gente tem uma cultura recente de tentativa de equil�brio de g�neros”, afirma. 

"Quando falamos em Flip, ainda estamos apegados ao livro, aos g�neros liter�rios mais acessados, que tamb�m v�o estar na festa, porque fazem parte de nossa express�o, mas a gente pretende dividir a conversa tanto com outras linguagens como com outras plataformas"

Milena Britto, curadora da 20� Flip



H� 10 anos, eventos de literatura cujas listas de convidados inclu�ssem apenas homens n�o causavam tanto espanto. Hoje, os questionamentos v�o al�m da presen�a de mulheres entre os convidados. 

De camisa bege, Milena Britto apoia braço em portão e sorri para a câmera
A curadora Milena Britto (foto: ANA REIS/Divulga��o)

Est�tica

“A gente tamb�m est� pensando de uma forma muito particular que � como essas quest�es se refletem em uma comunica��o est�tica, porque n�o existe uma �nica forma de ser mulher no mundo. Queremos trazer essa reflex�o que n�o apresenta s� um modelo est�tico, mas que problematize. G�nero e ra�a fazem parte de todo o mundo, da exist�ncia.”

Fundadora da editora Figura de Linguagem, apresentadora da TVE do Rio Grande do Sul e do podcast Onda Negra, na plataforma Feminismos Plurais, Fernanda Bastos acredita no coletivo de curadores como uma forma de enriquecer a Flip.

“Ter curadores de diferentes localidades e com trajet�rias distintas, a gente vem de lugares diferentes com trajet�rias diferentes, vai ser muito rico trazer a bibliodiversidade. Vamos tentar dar conta da pluralidade de vozes e presen�as em Paraty”, afirma. 

“Vivemos num pa�s imenso e temos debatido isso, tentando tirar a centralidade de um pr�prio olhar do Brasil sobre si mesmo. Acho que esse coletivo produz uma reflexividade bacana para toda essa discuss�o que vem sendo feita sobre que imagem o Brasil quer passar de si.”

"Vivemos num pa�s imenso e temos debatido isso, tentando tirar a centralidade de um pr�prio olhar do Brasil sobre si mesmo. Acho que esse coletivo produz uma reflexividade bacana para toda essa discuss�o que vem sendo feita sobre que imagem o Brasil quer passar de si"

Fernanda Bastos, curadora da 20� Flip



Ela brinca que n�o quer alimentar expectativas quanto aos nomes dos autores convidados e que isso ainda est� sendo decidido com calma. “A gente sabe que � um evento de que o meio inteiro quer participar, um evento �nico na trajet�ria de escritores e escritoras. E certamente h� uma sensibilidade e um interesse nosso de que a gente possa ter essas presen�as de v�rias minorias, ou grupos de oprimidos, que sejam presen�as mais naturalizadas”, adianta. “Nossa ideia � ter essa pluralidade. � algo que a gente vai trazer naturalmente.”

De camisa branca, Fernanda Bastos encara a câmera
A curadora Fernanda Bastos (foto: Gustavo Schossler/Divulga��o)

Quebra-cabe�a

Para Pedro Meira Monteiro, estruturar a programa��o da Flip funciona como montar um verdadeiro quebra-cabe�a. Professor da Universidade de Princeton (Estados Unidos), e um dos fundadores do LAB, departamento de estudos luso-afro-brasileiros, ele j� havia participado da curadoria da edi��o anterior. 
De camisa jeans, Pedro Meira Monteiro encara a câmera e sorri
O curador Pedro Meira Monteiro (foto: Sameer Khan/Divulga��o)


“Gosto muito da met�fora do radar, acho que s�o radares muito diferentes os nossos, e, ao mesmo tempo, muito convergentes no que mais interessa, que s�o os valores, a diversidade, a biodiversidade, a quest�o que o mundo da literatura e da produ��o vai muito al�m do eixo Rio-S�o Paulo, al�m das grandes editoras”, diz. “A gente est� tentando trazer isso para a Flip. Acho que vai sair uma programa��o muito potente e interessante em fun��o de nossa variedade dentro do coletivo.”

Vestida de preto, de pé, no jardim, Saidiya Hartman sorri para a câmera
Saidiya Hartman � professora de ingl�s e literatura comparada e tem tr�s livros publicados no Brasil (foto: John D. & Catherine T. MacArthur Foundation/Divulga��o )

Primeiro nome confirmado

A escritora e acad�mica norte-americana Saidiya Hartman foi a primeira participante a ser confirmada na 20a edi��o da Festa Liter�ria Internacional de Paraty (Flip). A autora se destaca pelas distin��es acad�micas e bolsas de pesquisa, como a MacArthur “Genius Grant”, Guggenheim e Fulbright.

Saidiya Hartman tem tr�s obras traduzidas para o portugu�s: “Perder a m�e” (Bazar do Tempo), “Vidas rebeldes, belos experimentos” (F�sforo) e o o ensaio “O fim da supremacia branca” (F�sforo), que faz parte da edi��o comemorativa de “O cometa” (F�sforo), do soci�logo norte-americano W.E.B. Du Bois. 

Em seus livros, ela investiga as vozes ocultas da escravid�o e aponta novos caminhos para a historiografia da di�spora africana.


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