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Estado de Minas M�SICA

MPB4 e a dupla Kleiton e Kledir se unem num show que chega hoje a BH

Os m�sicos dividem o palco o tempo inteiro, interpretando seus grandes sucessos, na apresenta��o deste s�bado (30/7), no Sesc Palladium


30/07/2022 04:00 - atualizado 29/07/2022 19:05

Os integrantes do MPB4 e Kleiton e Kledir cantam em palco iluminado
O repert�rio do show do MPB4 e Kleiton e Kledir tem mudado "democraticamente" ao longo da turn�, segundo os artistas, que hoje se apresentam no Sesc Palladium (foto: DALTON VAL�RIO/DIVULGA��O)

“Pois de muitas coisas agora j� podemos rir. De outras jamais poderemos. Fique � vontade, afrouxe o cinto, tire o cotovelo do bra�o da mo�a que n�o � sua, e boa viagem.” Com este texto, de Mill�r Fernandes, o MPB4 dava in�cio ao show “Bons tempos, hein?!”. Corria o ano de 1979, e o Brasil estava em meio � abertura pol�tica, findo o per�odo mais duro da ditadura militar (1964-1985). 

O espet�culo era baseado no LP hom�nimo, com capa e encarte tamb�m ilustrados por Mill�r. Neste trabalho, o grupo gravou Chico Buarque e Caetano Veloso, como tamb�m nomes ent�o em ascens�o na m�sica brasileira, Fl�vio Venturini entre eles. De jovens autores, o grupo vocal escolheu “Circo de marionetes”, dos irm�os Kleiton e Kledir Ramil. Na �poca, eles integravam o quinteto Alm�ndegas, de Pelotas, uma das primeiras bandas a misturar m�sica ga�cha com MPB e rock.

Este foi o ponto de partida de uma parceria que vem atravessando as �ltimas quatro d�cadas. O MPB4 – hoje Miltinho e Aquiles, da forma��o original, e Dalmo Medeiros e Paulo Malaguti –, mais Kleiton e Kledir se re�nem nesta noite no Sesc Palladium para show que vem celebrar a m�sica e a amizade. 

Exig�ncia

O espet�culo, que teve in�cio em mar�o, � como deve ser. Os seis est�o no palco fazendo um show conjunto, e n�o apenas participa��es no set de um ou outro, como comumente as reuni�es em palco s�o apresentadas. “Exig�ncia do Kledir”, diz Miltinho. 

“N�s nos reunimos para definir o repert�rio pela internet. Fizemos uma sele��o e depois depuramos. A partir do primeiro espet�culo, em Porto Alegre, j� mudamos o roteiro. A gente vai adaptando e melhorando, em uma conversa democr�tica”, comenta Kleiton.

E foi assim desde o in�cio desta hist�ria. Terminada a turn� de “Bons tempos, hein?!”, o MPB4 come�ou a pensar no repert�rio do pr�ximo �lbum. Depois da grava��o de “Circo de marionetes”, o quarteto perguntou aos irm�os ga�chos se eles teriam mais algumas cartas na manga. “Foi a� que a gente se conheceu pessoalmente”, diz Miltinho. Do material apresentado,  o grupo escolheu duas can��es, “Vira virou” e “Vira��o”.



J� era 1980 e o Alm�ndegas tinha se desfeito. No final de 1979, os irm�os Ramil haviam participado do Festival da Rede Tupi com a can��o “Maria Fuma�a”. Sa�ram de l� com uma men��o honrosa e bem conhecidos em todo o pa�s. Contratados pela gravadora Ariola, lan�aram-se como dupla. E gravaram, tamb�m naquele ano, seu �lbum de estreia como Kleiton & Kledir. Tanto “Vira virou” quanto “Vira��o” estavam no repert�rio.

A hist�ria vai longe. No mesmo 1980, o MPB4 saiu em turn� do novo disco, “Vira virou”, tamb�m o nome da s�rie de shows. O grupo vocal convidou os irm�os ga�chos – ambos j� radicados no Rio de Janeiro desde aquela �poca – para a temporada nos palcos. 

Conviv�ncia

“Estreamos em S�o Paulo e viajamos o Brasil inteiro. Desta liga��o come�ou uma amizade muito grande com ele. Virei parceiro do Kledir, o Magro do Kleiton. Era muito interessante a conviv�ncia com aqueles caras mais jovens”, acrescenta Miltinho.

“A letra da m�sica (’Vira virou’) entrou na capa, que foi ilustrada por Elifas Andreato. Imagina a minha felicidade como compositor, como artista que estava come�ando. E depois a participa��o no espet�culo. Aquele momento foi fundamental para que a gente conquistasse espa�o”, diz Kleiton. 

O MPB4, em sua longa trajet�ria – foi formado em Niter�i, em 1965 –, j� fez muita parceria em show. Em sua primeira d�cada, sua carreira n�o podia ser desvinculada de Chico Buarque. Ao longo dos anos, foram muitos os parceiros de palco: Ivan Lins, Toquinho, Leila Pinheiro. “Quisemos fazer com outros artistas. Antes da pandemia, j� me veio na cabe�a o Kleiton e o Kledir, j� que iam comemorar os 40 anos”, acrescenta Miltinho.

Os planos, claro, foram adiados para este ano. A reuni�o de 2022, vale dizer, � a primeira que MPB4 e Kleiton & Kledir fazem desde a turn� de 1980. “Houve colabora��o com eles e deles com a gente neste tempo, mas coisas pequenas. Foram convidados para gravar ‘Vira virou’ em um CD que depois virou DVD. No in�cio da pandemia, fizemos ‘Paz e amor’, uma m�sica bonita, cheia de esperan�a, para tentar levantar o moral. Convidamos eles para gravar os vocais e cada um fez em casa, com seu celular. Mas reuni�o como esta � a primeira”, diz Kleiton.

O repert�rio abrange os sucessos das duas forma��es. “Apesar de voc�”, a can��o de Chico Buarque de 1970 que virou hino no per�odo duro da ditadura, foi censurada e s� foi registrada em LP oito anos mais tarde, no �lbum de 1978, continua no repert�rio do MPB4. 

“Est� no show, assim como v�rias outras (da �poca). ‘Cicatrizes’ (um dos discos mais importantes do grupo) est� comemorando 50 anos e ficamos bobos de ver como suas m�sicas continuam atuais. Por um lado, infelizmente”, diz Miltinho. O disco traz, al�m da faixa-t�tulo, can��es como “Pesadelo” (Maur�cio Tapaj�s e Paulo C�sar Pinheiro), “Partido alto” (Chico Buarque) e “San Vicente” (Milton Nascimento e Fernando Brant).

Os mineiros, por sinal, t�m muita import�ncia na trajet�ria do MPB4 e de Kleiton & Kledir. E um teatro de Belo Horizonte, o hist�rico Mar�lia, em especial. “N�s nos apresentamos com a banda Alm�ndegas no teatro nos anos 1970. Ali�s, foram os �nicos shows do grupo fora do Sul do Brasil”, conta Kleiton.

Miltinho tamb�m revira a mem�ria para falar de BH: “Em 1970, estreamos um show no Teatro Mar�lia. Era um momento dif�cil da vida brasileira, e a gente j� conhecia o Sirlan de Jesus, que fez ‘Viva Zap�tria’ (outra can��o de ‘Cicatrizes’). Chamamos ele para participar da banda e ficou o Sirlan na bateria e o Toninho Horta na guitarra. Foi a� que come�amos a conhecer o pessoal do Clube da Esquina, que ainda nem existia.” 

Miltinho comenta que duas capitais brasileiras que foram fundamentais para a carreira do grupo s�o Belo Horizonte e Porto Alegre. “Lamentavelmente, h� muito tempo n�o faz�amos show a�.”  

MPB4 E KLEITON & KLEDIR
Show neste s�bado (30/7), �s 21h, no Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. Ingressos: Plateia 1 (esgotado); Plateia 2 – R$ 200 e R$ 100 (meia); Plateia 3 – R$ 180 e R$ 90 (meia). � venda na bilheteria do teatro e no site Sympla.






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