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Estado de Minas TEATRO

Inspirado em ataque terrorista homof�bico, 'A golondrina' chega a BH

Espet�culo com texto premiado do espanhol Guillem Clua se baseia no ataque � Boate Pulse, em Orlando, na Fl�rida, e traz mensagem sobre aceita��o


04/08/2022 04:00 - atualizado 04/08/2022 07:29

Atores Luciano Andrey (Ramon) e Tânia Bondezan (amélia) na peça A golondrina
Em 'A golondrina', Luciano Andrey � Ramon e T�nia Bondezan vive Am�lia, protagonista que deu a ela o Pr�mio Shell de melhor atriz (foto: Odilon Wagner/divulga��o)

Junho � conhecido como m�s do Orgulho LGBTQIA + em mem�ria � Rebeli�o de Stonewall, ocorrida em 28 de junho de 1969, em Manhattan, contra a arbitrariedade com a qual a pol�cia nova-iorquina tratava a comunidade. Desde 2016, entretanto, outra data foi adicionada ao calend�rio de reflex�o contra a homofobia. Em 12 de junho daquele ano, um atirador estadunidense de origem afeg� levou a cabo o mais mort�fero ataque contra civis nos Estados Unidos desde o 11 de Setembro de 2001, na Boate Pulse, em Orlando, Fl�rida.

� neste contexto que se passa a montagem da pe�a "A golondrina", que ganha o palco do Teatro do Centro Cultural Unimed, no Minas T�nis Clube, neste fim de semana. O texto contou com a tradu��o de T�nia Bondezan, que d� vida � protagonista Am�lia. Professora de canto, ela desenvolve uma rela��o comovente com Ramon, vivido pelo ator Luciano Andrey, sobrevivente do ataque que vitimou seu filho na Boate Pulse.

A pe�a estreou em 2019, mas ficou suspensa ao longo de 2020 e 2021 em fun��o da pandemia. O ator e produtor Odilon Wagner conta que conseguiu manter a equipe durante o per�odo para que, a qualquer chance de retorno, eles estivessem a postos. Dirigida pelo mineiro Gabriel Fontes Paiva, o espet�culo tem texto original do espanhol Guillem Clua.

"O texto � muito potente, muito tocante. A rela��o entre os dois personagens, apesar de eles brigarem e se divertirem juntos tamb�m, � muito delicada. O autor tem um acerto absurdo, porque ele n�o toma partido de ningu�m. Ent�o, o p�blico tamb�m d� raz�o aos dois e ouve dois pontos de vista completamente diferentes", afirma T�nia. O t�tulo, em espanhol, significa andorinha e acabou sendo mantido no idioma original.

EMO��O NA PLATEIA 

A atriz conta ter tido uma recep��o muito sens�vel por parte do p�blico. Inicialmente absorta, ela revela reparar como a plateia vai se compenetrando ao longo da pe�a e ficando mais ereta nas poltronas � medida que a hist�ria evolui. No final, muitas vezes, as pessoas sequer conseguem bater palmas tomadas de emo��o.

"As pessoas ficam profundamente emocionadas. Aos prantos mesmo, mas n�o um choro de tristeza, que a pessoa saia derrubada. � um choro de emo��o. Voc� n�o precisa ter vivido a mesma realidade que esses personagens para se emocionar. Todo mundo j� perdeu algu�m, todo mundo j� n�o teve tempo de falar eu te amo, todo mundo j� passou por essa situa��o, n�?", reflete.

T�nia conta se identificar com a personagem que, por coincid�ncia, tem o mesmo nome de sua m�e. Para ela, a vida tem sido mais gentil, mas ambas s�o m�es amorosas e protetoras, que tentam fazer as coisas certas e carregam uma culpa que as une. Am�lia foi, para si, uma oportunidade de imergir em seus sentimentos.

"� um texto de teatro tradicional, de gabinete mesmo, mas como � extremamente bem escrito e prop�e esse mergulho nos personagens, a gente fazia verdadeiras sess�es de terapia – eu, o Gabriel e o Luciano Andrey", brinca.

Odilon Wagner afirma nunca ter se envolvido tanto com uma pe�a na qual n�o esteve nos palcos ou na dire��o. Assim como T�nia, ele destaca a pot�ncia e a sensibilidade do texto que deu a ela o Pr�mio Shell de melhor atriz pelo papel. Para ele, entretanto, apenas a recep��o do p�blico j� valeria a pena.

"A dramaturgia do Guillem Clua � muito inteligente, pois n�o fica apenas no discurso que poderia ser entendido como ideol�gico ou demarca��o de territ�rio. Poderia ser isso, mas n�o, as pessoas s� se transformam atrav�s de hist�rias humanas e reais. Ele ouviu tantas hist�rias semelhantes � �poca e foi a partir delas que ele escreveu o texto," explica Wagner.

TRANSFORMA��ES 

S�o diversos os relatos de identifica��o recebidos por ele sobre processos de aceita��o semelhantes ao retratado no palco. "Se as fam�lias, dentro de suas pr�prias estruturas, n�o conseguem aceitar realidades diferentes, sexualidades, vis�es ou pessoas que s�o diferentes daquilo que elas imaginam como ideal, onde que a gente vai conseguir isso? Como a gente transforma uma sociedade, se n�o for dentro da pr�pria fam�lia? � um espet�culo necess�rio para todo mundo", diz. "Eu queria levar 'A golondrina' para todo o canto, para ver se as pessoas entendem o que � o amor, o que � a aceita��o", acrescenta T�nia.

*Estagi�rio sob a supervis�o da subeditora Tet� Monteiro

“A GOLONDRINA”
Nesta sexta (5/8) e s�bado (6/8), �s 21h, e domingo (7/8), �s 19h, no Teatro Centro Cultural Unimed BH Minas (Rua da Bahia, 2.244 – Lourdes). Ingressos: R$ 80 (inteira). Vendas on-line em eventim.com.br










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