(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas HOLLYWOOD

Oscar: o pedido de desculpas da Academia de Hollywood a atriz ind�gena ap�s 50 anos de discurso por Marlon Brando

Em nome de Marlon Brando, Sacheen Littlefeather rejeitou o pr�mio de melhor ator em 1973.


16/08/2022 06:51 - atualizado 16/08/2022 10:33


No Oscar de 1973, Sacheen Littlefeather recusa o Oscar de Melhor Ator em nome de Marlon Brando, que fez o papel de Dom Corleone em O Poderoso Chefão.
O pr�mio foi apresentado por Roger Moore e Liv Ullman e acabou rejeitado (foto: Getty Images)

A organiza��o respons�vel pela premia��o do Oscar pediu desculpas a Sacheen Littlefeather, uma mulher nativa americana vaiada no palco h� quase 50 anos.

A atriz e ativista apareceu na TV ao vivo em 1973 para recusar um Oscar que Marlon Brando (1924-2004) acabara de ganhar por sua atua��o no filme O Poderoso Chef�o.

Brando rejeitou o pr�mio de melhor ator como uma forma de protesto contra a deturpa��o dos povos nativos americanos pela ind�stria cinematogr�fica dos Estados Unidos. Na hora de receber a estatueta, ele enviou Littlefeather para represent�-lo.

A Academia de Artes e Ci�ncias Cinematogr�ficas disse que Littlefeather sofreu abusos "injustificados" ap�s fazer um breve discurso.

"Nunca pensei que viveria para ver o dia em que ouviria isso [o pedido de desculpas]", disse ela ao Hollywood Reporter.

Littlefeather, � �poca com 26 anos, foi hostilizada e ignorada pela ind�stria do entretenimento ap�s o discurso na premia��o de 1973.

A fala da ind�gena foi, de acordo com os organizadores, a primeira declara��o pol�tica na cerim�nia televisionada — e deu in�cio a uma tend�ncia que segue viva at� hoje.

Apresentando-se em nome de Brando — que escreveu "um discurso muito longo", lembra Littlefeather — ela disse brevemente ao p�blico "que ele lamentavelmente n�o podia aceitar este pr�mio t�o generoso".

"E as raz�es para isso s�o o tratamento que os ind�genas americanos recebem hoje da ind�stria cinematogr�fica e da televis�o em reprises de filmes, e tamb�m com os recentes acontecimentos em Wounded Knee", discursou.

Wounded Knee faz em refer�ncia a um violento conflito com agentes federais em um local de import�ncia significativa para o povo Sioux, na Dakota do Sul.

A fala foi recebida com vaias — e alguns aplausos — da plat�ia.

Em 2020, Littlefeather disse � BBC que, logo ap�s o discurso, ela teve que deixar o palco com dois seguran�as.

Mas ela acrescentou que a presen�a dos agentes "foi uma coisa muito boa" j� que o ator John Wayne (1907-1979) estava nos bastidores, protegido por seis seguran�as, e parecia "furioso com Marlon e comigo" — e queria ele mesmo tir�-la do palco.


Ativista Sacheen Littlefeather rindo
Littlefeather %u2014 retratada aqui numa foto de 2010 %u2014 confessa que nunca pensou que veria um pedido de desculpas (foto: Getty Images)

Algumas pessoas ainda fizeram o "Tomahawk chop" — um gesto com as m�os que � considerado humilhante para os nativos americanos — enquanto ela passava.

Brando havia escrito um discurso muito mais longo, mas Littlefeather foi instru�da pela equipe da cerim�nia de premia��o para falar apenas por 60 segundos.

O acontecimento foi televisionado para 85 milh�es de pessoas. Alguns relatos da m�dia ap�s o evento alegaram que Littlefeather n�o era verdadeiramente uma nativa americana, mas que ela havia concordado em fazer o discurso para alavancar a carreira de atriz. Alguns especularam que ela seria amante de Brando.

Ela afirmou � BBC que todas essas alega��es eram falsas.

"O abuso que voc� sofreu foi injustificado", escreveu David Rubin, ex-presidente da Academia de Artes e Ci�ncias Cinematogr�ficas, em uma carta a Littlefeather divulgada na segunda-feira (15/8).

Rubin disse que o discurso na 45ª edi��o do Oscar "continua a nos lembrar da necessidade do respeito e da import�ncia da dignidade humana".

O Museu de Cinema da Academia sediar� um evento em setembro, no qual Littlefeather falar� sobre sua apari��o no Oscar de 1973 e o futuro da representa��o ind�gena nas telas.

Em resposta ao pedido de desculpas, Littlefeather declarou: "N�s, ind�genas, somos pessoas muito pacientes — foram apenas 50 anos [de espera]!"

Ela acrescentou que manter o senso de humor � "nosso m�todo de sobreviv�ncia".

- Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62561278

Sabia que a BBC est� tamb�m no Telegram? Inscreva-se no canal.

J� assistiu aos nossos novos v�deos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)