
"� preciso usar condimentos ousados. J� tem muita m�sica fast food. Fico pensando em como fazer com certo grau de ousadia, de novidade, de frescor"
Leandro C�sar, compositor
Foram sete anos de espera e matura��o para que o novo trabalho do m�sico, compositor e construtor de instrumentos e esculturas sonoras Leandro C�sar pudesse chegar agora aos palcos.
Iniciado durante resid�ncia art�stica em Portugal, em 2015, o �lbum “Arquitetura dos sons”, que veio � luz nas plataformas de streaming em 2019, ganha, a partir desta sexta-feira (2/9), uma s�rie de cinco shows em diferentes espa�os de Belo Horizonte.
Iniciado durante resid�ncia art�stica em Portugal, em 2015, o �lbum “Arquitetura dos sons”, que veio � luz nas plataformas de streaming em 2019, ganha, a partir desta sexta-feira (2/9), uma s�rie de cinco shows em diferentes espa�os de Belo Horizonte.
A primeira apresenta��o ser� no Teatro Raul Bel�m Machado. Al�m do trio que acompanha Leandro – formado por Nat�lia Mitre (marimbas e percuss�o), Matheus Ribeiro (acordeom) e Jayaram M�rcio (violoncelo) –, em cada concerto ele recebe uma musicista convidada.
S�o elas Catherine Carigan (fagote), Rosana Guedes (obo�), Marcela Nunes (flauta) e Vanilce Peixoto (violoncelo), al�m de Nat�lia Mitre, que no concerto de 22 de setembro, no Centro Cultural Venda Nova, assumir� o protagonismo ao lado de Leandro.
“� um brilho a mais nesta circula��o de lan�amento”, diz o m�sico sobre as participa��es especiais. Os concertos v�o levar ao p�blico m�sicas um tanto modificadas em rela��o �s que foram registradas no �lbum, que chegou a ser lan�ado em formato f�sico no Jap�o pelo selo Spiral Records.
“� um brilho a mais nesta circula��o de lan�amento”, diz o m�sico sobre as participa��es especiais. Os concertos v�o levar ao p�blico m�sicas um tanto modificadas em rela��o �s que foram registradas no �lbum, que chegou a ser lan�ado em formato f�sico no Jap�o pelo selo Spiral Records.
“Quando esse material come�ou a tomar forma, em 2015, havia a perspectiva de um projeto em curso. Em 2018, j� mais maduro, ele come�ou a virar disco, e agora, preparado para o palco, chega num formato muito diferente daquele com o qual foi concebido”, aponta.
''Criei um instrumento composto por sete tubos de PVC, cada um afinado numa nota, e que, juntos, formam uma esp�cie de helicoidal. 'Berra-Berro' nasceu desse instrumento, que emula um coral de berrantes''
Leandro C�sar, compositor
Sonoridade autoral
Al�m das oito m�sicas registradas no �lbum, o show traz novas composi��es, ainda n�o gravadas, que seguem a linha do que “Arquitetura dos sons” prop�e.
Esse t�tulo, ali�s, tem raz�o de ser, conforme explica Leandro. Por um lado, as composi��es nasceram da sonoridade dos instrumentos que ele construiu. Por outro, elas foram pensadas de forma a dialogar com o espa�o onde s�o executadas.
Esse t�tulo, ali�s, tem raz�o de ser, conforme explica Leandro. Por um lado, as composi��es nasceram da sonoridade dos instrumentos que ele construiu. Por outro, elas foram pensadas de forma a dialogar com o espa�o onde s�o executadas.
“Meu processo de constru��o de instrumentos e esculturas sonoras e de composi��o � bem h�brido”, diz. Ele exemplifica com a m�sica “Berra-Berro”, que nasceu de experimenta��es com instrumentos de sopro.
“Criei um instrumento composto por sete tubos de PVC, cada um afinado numa nota, e que, juntos, formam uma esp�cie de helicoidal. ‘Berra-Berro’ nasceu desse instrumento, que emula um coral de berrantes”, explica.
“Criei um instrumento composto por sete tubos de PVC, cada um afinado numa nota, e que, juntos, formam uma esp�cie de helicoidal. ‘Berra-Berro’ nasceu desse instrumento, que emula um coral de berrantes”, explica.
As m�sicas de “Arquitetura dos sons” surgem, �s vezes, de uma c�lula ou uma pequena ideia conectada a um instrumento. “Mas tem casos, como de ‘O jardim’, em que a m�sica nasceu da voz, do viol�o, mais melodiosa, com um tema muito claro”, diz.
“N�o que as outras n�o tenham essas caracter�sticas”, acrescenta, aludindo ao desejo de equil�brio entre o car�ter experimental e o potencial de comunicabilidade de sua obra.
“N�o que as outras n�o tenham essas caracter�sticas”, acrescenta, aludindo ao desejo de equil�brio entre o car�ter experimental e o potencial de comunicabilidade de sua obra.
“Tento trabalhar com esses ingredientes ex�ticos, pouco usuais, mas que trazem sabores muito especiais. Acho que a gente est� precisando destravar um pouco nosso paladar auditivo, ent�o � preciso usar condimentos ousados. J� tem muita m�sica fast food. Fico pensando em como fazer com certo grau de ousadia, de novidade, de frescor, mas tamb�m com leveza, uma coisa acolhedora e que n�o seja herm�tica”, ressalta.
Outro di�logo com a plateia
H� algum tempo Leandro busca quebrar em seus shows o modelo p�blico de um lado e artista do outro. Diz que concebeu “Arquitetura dos sons” guiado pelo desejo de que as m�sicas pudessem dialogar com o espa�o. Realizar o concerto com o p�blico ao redor, formando um c�rculo, � um dos formatos que ele tem testado e pretende replicar ao longo da s�rie de shows.
“No Centro Cultural Venda Nova, a gente vai tocar num sal�o, j� entendi que l� d� para fazer circular e ac�stico. J� no Parque Burle Marx � outra proposta, de nos integrarmos mais ao ambiente, ao ar livre, sem estrutura grande de palco. O Teatro Raul Bel�m Machado imp�e formato mais tradicional, do qual � dif�cil fugir”, adianta.
''ARQUITETURA DOS SONS''
Lan�amento do �lbum de Leandro C�sar. Entrada franca, mediante retirada de ingressos.
. Sexta-feira (2/9)
20h: Teatro Raul Bel�m Machado (Rua Jau�, 80, Al�pio de Melo)
Convidada: Catherine Carigan (fagote)
. 10 de setembro
20h: Centro Cultural Usina de Cultura (Rua Dom Cabral, 765, Ipiranga)
Convidada: Rosana Guedes (obo�)
. 18 de setembro
15h: Parque Ecol�gico Burle Marx (Av. Ximango, 809, Fl�vio Marques Lisboa)
Convidada: Marcela Nunes (flauta)
. 22 de setembro
15h: Centro Cultural Venda Nova (Rua Jos� Ferreira dos Santos, 184, Jardim dos Comerci�rios)
Convidada: Nat�lia Mitre (percuss�o)
. 20 de outubro
10h: Centro Cultural S�o Bernardo (Rua Edna Quintel, 320, S�o Bernardo)
Convidada: Vanilce Peixoto (violoncelo)