Gal� Armie Hammer, acusado de estupro e canibalismo, virou tema de s�rie

Na era do MeToo, v�rios astros e poderosos de Hollywood ca�ram em desgra�a ap�s ter esc�ndalos de ass�dio sexual ligados aos seus nomes. Um dos casos, no entanto, chamou ainda mais a aten��o pelas particularidades grotescas: o de Armie Hammer.

At� pouco tempo um dos gal�s em ascens�o na ind�stria, o ator de “Me chame pelo seu nome” e “A rede social” se viu no meio de pol�mica envolvendo estupro, abuso psicol�gico e canibalismo, que motivaram a produ��o da s�rie “House of Hammer: Segredos de fam�lia”, exibida no Brasil pelo Discovery+.

 

A tese do document�rio de Elli Hakami e Julian P. Hobbs � que o comportamento supostamente violento e mis�gino de Armie tem ra�zes em longo e problem�tico hist�rico familiar, indo at� o tatarav� do ator, Julius Hammer.

Com tr�s epis�dios, a s�rie foi feita �s pressas diante da emerg�ncia de controv�rsias envolvendo o ator. Os dois primeiros cap�tulos deixam claro que � principalmente o depoimento da tia de Armie, Casey Hammer, que justifica a produ��o.

Distante dos parentes, Casey lan�ou um livro h� alguns anos em que relata a inf�ncia dif�cil nas m�os controladoras do av�, do pai e do irm�o. No document�rio, ela fala sobre essas experi�ncias com ainda mais detalhes.

“Voc� n�o acorda e simplesmente se transforma nesse ser sombrio, abusivo. Precisa haver uma hist�ria por tr�s disso”, diz Casey. “Esse comportamento (de Armie) est� enraizado.”

O tatarav� do ator, Julius Hammer, era um russo que se mudou para os Estados Unidos supostamente como informante da KGB, o servi�o de intelig�ncia sovi�tico. O Hammer do sobrenome foi pensado para simbolizar o martelo da bandeira da Uni�o Sovi�tica.

Ironicamente, seu filho, o magnata do petr�leo Armand Hammer, fez fortuna em solo americano e se firmou como um dos homens mais ricos do mundo at� sua morte, em 1990. Ele tinha passe livre para falar com presidentes e chegou a promover um jantar para o pr�ncipe Charles e a princesa Diana.

 

Tamb�m era pr�ximo dos sovi�ticos, como diz um dos entrevistados, Edward Epstein, antigo jornalista do New York Times, que acredita que ele sustentava um esquema de lavagem de dinheiro.

Controlador, ele treinou o neto, Michael Armand Hammer, para assumir sua empresa, enquanto dizia � neta, Casey, que seu trabalho era ser bonita e sorrir. Quando morreu, deixou quase a totalidade de sua fortuna para Michael.

 

� com o pai de Michael, Julian Armand Hammer, que as hist�rias de abuso e viol�ncia come�am a aparecer de forma mais pronunciada na fam�lia. Casey narra que, ainda crian�a, presenciou festas em casa regadas a coca�na e cheias de mulheres com cerca de 16, 17 anos, �s quais Julian e Michael se referiam como empregadas. Polaroides que ela encontrou na inf�ncia registravam as noites de sexo da dupla.

Uma das mulheres de Julian teria dito, nos pap�is do div�rcio, que ele amea�ou estourar sua cabe�a “com um cano de metal”.

 

 

 

Julian tinha armas carregadas espalhadas pela casa e chegou a ser preso por amea�ar um homem com uma delas, num ataque de ci�me. Mais tarde, matou o amigo com quem tinha d�vida, processo que terminou com sua liberdade por ter agido em leg�tima defesa.

A tia de Armie Hammer se lembra de escutar os pais brigando constantemente na inf�ncia e, certa noite, viu Julian dar um soco na m�e, que teria ficado com o rosto coberto de sangue.

“House of Hammer” recupera v�deos de um Instagram falso do ator, em que ele registrava suas aventuras sexuais e o uso de drogas. Numa das grava��es, ele lambe uma subst�ncia esbranqui�ada da palma da m�o de um amigo.

Courtney Vucekovich, ex-namorada ouvida pelo document�rio, diz que o ator a instigou, contra sua vontade, a praticar shibari, t�cnica japonesa em que se amarra o parceiro por prazer. Dosse tamb�m que ele a rastreava por meio do celular.

Esta semana, a produtora Talos Films anunciou que remover� um trecho da s�rie. A revista Variety informou que a imagem da marca de suposta mordida de Armie no corpo de Courtney foi identificada por espectadores como foto de uma tatoo exibida na rede social Pinterest.

“A marca de mordida mostrada era uma foto enviada por Armie em nosso t�pico de texto arquivado e, mais de um ano depois, acreditei que fosse uma foto minha, j� que tenho dezenas de fotos retratando seu abuso em meu corpo”, disse Courtney � revista People.

A s�rie recupera mensagens de texto em que ele disse a outras mulheres que gostaria de cortar um dedo delas fora, ser alimentado com o sangue delas e quebrar ossos enquanto as estupra. Mulheres com quem ele se relacionou dizem que n�o compartilhavam de seus fetiches e tais mensagens n�o eram bem-vindas. (Folhapress e Reda��o)

• S�rie documental com tr�s epis�dios, dispon�vel no Discovery