Assim que os m�sicos encerraram, o locutor anunciou: "Senhoras e senhores, com voc�s, Roberto Carlos". S� se ouviram gritos vindos da plateia. Roberto entrou com seu tradicional terno azul e j� disparou "Emo��es".
Em certo momento, ele at� ensaiou passos de dan�a e, com uma simpatia singular, cumprimentou os f�s. "Que prazer estar mais uma vez em Belo Horizonte. Obrigado por esse carinho. Essa coisa maravilhosa. � um carinho desde que nasci. N�o vou falar desde que nasci, porque � muito tempo", brincou o Rei.
Simp�tico com os f�s, Roberto Carlos seguiu sua apresenta��o com "Como vai voc�" e logo emendou, numa roupagem de bossa nova, "Al�m do horizonte". Nem precisa dizer que o p�blico acompanhou cantando junto. "Ilegal, imoral ou engorda" veio a seguir.
"Eu fa�o m�sica de tudo que vejo, sinto, leio, ou�o e tamb�m do que invento. Tudo d� motivo pra fazer uma can��o. Essa m�sica eu fiz a partir do que li sobre Frank Sinatra, quando perguntaram o que tinha sido a Ava na vida dele e ele respondeu: foi o melhor e o pior da minha vida", disse Roberto antes de iniciar "Voc� em minha vida".
Emendando um sucesso atr�s do outro, Roberto Carlos cantou "Detalhes". Sentou-se num banquinho e, �s primeiras notas do piano, ouviu a plateia gritar loucamente. Entre os gritos, um ou outro "eu te amo".
Sem descanso, Roberto seguiu com "Desabafo", sempre acompanhado do p�blico. No fim da can��o, no entanto, o rei surpreendeu. Antes de cantar o verso final, disse: "Nos meus mais de 35 anos de experi�ncia descobri que n�o � na hora que n�s, os caras, queremos, e sim, na hora que elas querem. Ent�o, as mulheres v�o ficar quientinhas e n�s, caras, vamos cantar". E, s� com os homens, finalizou: "Na hora que voc� quer". Assobios, gritos e aplausos foi o que se ouviu ao fim da can��o.
"Outra vez" veio em seguida. Assim como fez na can��o anterior, antes de encerrar, chamou o p�blico para conversar. "Eu digo que ningu�m est� sozinho numa situa��o como essa, porque o amor � assim. N�o estou reclamando do amor, n�o. Mas, quando voc�s cantam junto, eu sei que tem algu�m que j� viveu ou est� vivendo isso. Ent�o vamos terminar cantando juntos essa can��o", encerrou "Outra vez" com o p�blico.
Depois, mandou "Lady Laura" e "Nossa Senhora", que, no refr�o, jogou para o p�blico. Independente da religi�o que professavam as cerca de 6 mil pessoas que estavam no local, ningu�m deixou de cantar "Nossa Senhora, me d� a m�o/Cuida do meu cora��o/Da minha vida/Do meu destino".
O ambiente ficou todo escuro e em sil�ncio por alguns segundos, at� que uma buzina e a imagem de um calhambeque azul projetada no tel�o indicaram o que viria a seguir. No entanto "O calhambeque" foi tocado por algum tempo s� em instrumental, porque Roberto Carlos, n�o se sabe por qual motivo, saiu do palco.
Quando voltou, cantou a hist�ria do calhambeque que roubou seu cora��o e o fez preferir ao Cadilac.
"Tem dias que eu olho pra plateia e me d� vontade de cantar essa can��o pra algu�m especial''. S� deu para ver as m�os dando tchauzinho como que dizendo: cante para mim, Roberto. Assim, ele introduziu "Olha".
Por quest�o de �tica, conforme o m�sico fez quest�o de ressaltar, n�o disse para quem comp�s "Sua estupidez", que viria a seguir. Cantou como se a pessoa amada estivesse ali, bem � sua frente, contudo. E continuou com "Mulher pequena".
A qualidade da performance muito se deve � banda que acompanhou Roberto Carlos. Por isso, ele fez quest�o de apresentar os m�sicos cantando uma can��o como que improvisada no estilo de blues. "Com uma banda dessas nem precisa de cantor. Mas eu sigo insistindo", encerrou a apresenta��o dos m�sicos.
"Esse cara sou eu" veio na sequ�ncia, seguida por "Amigo de f�", que contou com homenagem ao amigo e parceiro de composi��es, Erasmo Carlos.
Foi em "Amigo de f�", no entanto, que fez o p�blico, que passou o show todo sentado, levantar e correr para frente do palco a fim de tentar pegar uma das rosas que Roberto Carlos sempre joga para os f�s.
Mas o rei esperou. Cantou antes "Como � grande o meu amor por voc�" e "Jesus Cristo", talvez o momento �pice do show, quando todos, de p�, soltaram a voz com toda for�a.
Encerrou, como de praxe, jogando as rosas - vermelhas e brancas -, enquanto a banda continuava tocando o instrumental de "Jesus Cristo".