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Estado de Minas M�SICA

V�nia Bastos traz a Belo Horizonte o show "Superbacana"

Ao lado do violonista Ronaldo Rayol, cantora encerra a edi��o 2022 do projeto "Uma voz, um instrumento" na quinta (6/10), no Centro Cultural Unimed-BH Minas


04/10/2022 04:00 - atualizado 03/10/2022 23:15

De camiseta e colar vermelhos e túnica preta, Vânia Bastos canta ao microfone em palco
V�nia Bastos traz a Belo Horizonte o show "Superbacana", cujo t�tulo faz refer�ncia � obra de Caetano Veloso, um dos homenageados no repert�rio (foto: D�a Tomich/ divulga��o )

A edi��o 2022 do projeto “Uma voz, um instrumento”, criado em 2016 pelo gestor cultural e diretor art�stico Pedrinho Alves Madeira, chega � sua reta final com um grande tributo aos mestres da m�sica popular brasileira. A convidada da vez � V�nia Bastos, que se apresenta nesta quinta-feira (6/10), acompanhada pelo violonista Ronaldo Rayol, no teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas T�nis Clube, �s 21h.

Intitulado “Superbacana”, o show se presta tanto a fazer um apanhado da carreira da int�rprete quanto a homenagear os quatro grandes art�fices da m�sica brasileira que completam oito d�cadas de vida neste ano – Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Milton Nascimento.

Al�m de m�sicas dos quatro, o roteiro da apresenta��o tamb�m inclui obras de artistas de quem V�nia sempre esteve artisticamente pr�xima. “Algu�m me avisou”, de Dona Ivone Lara, “Mal menor”, de Itamar Assump��o, e “Clara Crocodilo”, de Arrigo Barnab�, s�o alguns dos temas que comp�em o repert�rio, ao lado de “Trilhos urbanos”, de Caetano, “Rouxinol”, de Gil e Jorge Mautner, “Cora��o leviano”, de Paulinho da Viola, e “Cais”, de Milton e Ronaldo Bastos.

A apresenta��o desta quinta marca a estreia do show “Superbacana”, que foi criado e � dirigido por Alves Madeira. “� um show que reverencia esses oitent�es da MPB, esses rapazes geniais, e ao mesmo tempo revisita minha pr�pria hist�ria musical. ‘Superbacana’ � o nome da m�sica do Caetano que gravei no disco que fiz sobre a obra dele, em 1992. Pedrinho achou que esse t�tulo era um bom jeito de falar desse conjunto de m�sicas que selecionamos”, diz V�nia.

"(Belo Horizonte) � uma cidade que eu amo. Minas Gerais tem muito a ver comigo, meu pai era mineiro, minha fam�lia � toda de Janu�ria, ent�o eu, quando jovem, passava muito por BH, indo visitar os parentes no Norte do estado. Tem uma parte da minha alma que � mineira"

V�nia Bastos, cantora


Gama de musicalidades 

Ela considera o roteiro muito bem amarrado, na medida em que reflete com precis�o as coisas que admira, de que gosta e, conforme aponta, que pautaram sua vida como cantora. “O fato de ser voz e viol�o faz com que seja um show com a ess�ncia tanto das m�sicas quanto da cantora. Ele � revelador de uma gama de musicalidades, minha e do Ronaldo, muito verdadeira”, diz.

Com uma discografia que registra t�tulos dedicados �s can��es de compositores expoentes – como “Cantando Caetano” (1992), “Can��es de Tom Jobim” (1995), “V�nia Bastos canta Clube da Esquina” (2002) e “Concerto para Pixinguinha” (2016), entre outros –, a cantora observa que o roteiro de “Superbacana” se equilibra entre m�sicas que ela j� gravou e outras que nunca levou para o est�dio.

“A m�sica que abre o show, ‘Algu�m me avisou’, eu nunca gravei; ‘Cora��o leviano’ tamb�m n�o, assim como ‘Trilhos urbanos’, que est� no repert�rio do show e, apesar de adorar, eu n�o inclu� no disco dedicado ao Caetano. Acho muito bom poder agora mergulhar nessas m�sicas que n�o cheguei a gravar, mas com as quais tenho intimidade”, destaca.

Vanguarda Paulista 

No caso de Arrigo Barnab� e Itamar Assump��o, essa intimidade vem desde os primeiros passos na carreira como cantora. At� hoje V�nia � muito identificada pelo p�blico com a Vanguarda Paulista, movimento encabe�ado pelos dois artistas, cujas bandas ela integrou como vocalista e a partir de onde se projetou, no in�cio dos anos 80, antes de lan�ar seu primeiro �lbum solo, em 1986.

“Os anos passam e a gente vai percebendo com mais nitidez a import�ncia daquele movimento. N�o foi algo midi�tico, aqueles artistas n�o estavam na televis�o, os discos eram lan�ados de forma independente, n�o teve apoio de gravadora, era um tipo de m�sica bem diferente, esquisita mesmo, e ainda assim � algo que ficou e que permanece novo, algo que ocupa um lugar muito importante na hist�ria da m�sica brasileira”, aponta.
 
Ela considera que “instigante” � a palavra que melhor define a obra de Arrigo, de Itamar e dos demais agentes da Vanguarda Paulista – como as bandas Patife e Joelho de Porco. V�nia diz que segue se apresentando com alguma frequ�ncia com Arrigo, algumas vezes no formato voz e piano, noutras com a banda que o acompanha desde os anos 80, e que as rea��es na plateia s�o comumente de espanto.

“Os pais levam os filhos, que ficam boquiabertos, do tipo: ‘Que som � esse?’. Acho que � uma m�sica que ainda vai permanecer com vi�o e frescor por muitos anos, porque � estranha e profunda, � uma outra hist�ria”, diz. Ela se recorda de quando chegou a S�o Paulo, ap�s ter sa�do de sua cidade natal, Ourinhos, no interior do estado, para estudar na USP.

“Eu j� trazia comigo a paix�o pelas cantoras Wanderleia, Gal, Beth�nia, Elis Regina, Baby Consuelo, e fiquei muito impactada com a Vanguarda Paulista. Me sinto honrada por ter tido a possibilidade de estar �s voltas com aqueles artistas e com aquele tipo de m�sica naquele momento”, diz.

Obra definidora 

Com rela��o aos “rapazes geniais” que chegam na casa dos 80 anos, V�nia diz que a obra deles foi definidora de sua trajet�ria. Ela conta que tomou a decis�o sobre o que iria fazer da vida ap�s ouvir “�gua viva”, de Gal Costa, cujo repert�rio inclui temas de Gil, Caetano, Milton e Chico Buarque, entre outros.

“A m�sica desses caras representa para mim aquela explos�o que voc� tem quando � adolescente, que � uma coisa de alma, que te direciona. A obra desses compositores me remete a uma grande explos�o de entendimento, no sentido de voc� enxergar o seu norte. Claro que existem as novidades, as outras maneiras de interpretar o mundo, mas as can��es de Caetano, Gil, Milton e Paulinho s�o uma expans�o musical”, salienta.

Ensaio em casa 

A cantora observa que o repert�rio do show “Superbacana” se molda muito bem ao formato voz e viol�o. O fato de seu parceiro de palco ser tamb�m parceiro na vida torna o di�logo fluido e preciso. “A gente ensaia em casa, na hora que d� vontade, ent�o � tudo muito natural. Quando chega no palco, fico completamente � vontade”, diz.

Ela n�o economiza elogios ao violonista. “O Ronaldo tem um jeito especial de tocar, porque tem delicadeza e tem for�a quando precisa, quer dizer, � muito vers�til. Ele � um cara extremamente colaborativo, um grande produtor musical tamb�m, que d� palpites. J� fizemos v�rios shows juntos, tamb�m no formato voz e piano, que � outro instrumento que ele toca.”

V�nia n�o comp�e, se considera exclusivamente int�rprete, mas, conforme diz, escreve de vez em quando uns rabiscos que ficam guardados na gaveta. Certo dia, sua filha, a cantora – e tamb�m compositora – Rita Bastos descobriu um desses rabiscos e resolveu music�-lo. Disso resultou “Lua de mim”, primeira parceria entre m�e e filha, que Rita registrou em seu segundo �lbum, “Dois tempos”, lan�ado em meados deste ano.

Primeira parceria 

“Achei um luxo”, diz V�nia sobre seu debute como compositora. “Rita fez a m�sica a partir da letra que eu tinha escrito e me mostrou pronta. Achei uma gra�a. Me senti honrada, porque ela deu import�ncia ao que eu escrevi. Ela toca viol�o bem, comp�e – que � um dom que admiro muito –, e eu jamais poderia imaginar que a primeira m�sica que eu teria em parceria seria com minha filha”, comenta.

“Concerto para Pixinguinha” foi o �ltimo �lbum que V�nia lan�ou, em colabora��o com o baixista e arranjador Marcos Paiva. O trabalho repercutiu bem e foi considerado um dos melhores discos do ano, conquistando o Pr�mio Profissionais da M�sica 2017 na categoria melhor projeto de choro. Apesar do hiato de seis anos sem que um novo trabalho venha � luz, a cantora diz n�o se afligir com isso.

“Ainda n�o tenho uma ideia de quando pode acontecer, mas n�o fico preocupada. Na hora certa vai aparecer o que gravar, como e onde gravar, ent�o estou deixando o barco correr”, diz. Se por um lado tem andado ausente dos est�dios, por outro V�nia se mant�m uma presen�a constante nos palcos, atuando em diferentes forma��es e projetos.

Sons da natureza 

Um deles vem sendo desenvolvido ao longo dos �ltimos anos com o pianista e compositor paulista F�bio Caramuru. “Ele tem um projeto muito lindo, chamado ‘EcoM�sica’, que � todo embasado em sons da natureza. Esse projeto j� correu o mundo e frequentemente o F�bio me convida para fazer parte. Gravamos duas m�sicas e vamos, agora, fazer shows no Rio de Janeiro e em Manaus, no Teatro Amazonas, em dezembro”, conta.

V�nia se diz empolgada com a estreia de “Superbacana”, por ser uma apresenta��o que envolve seus compositores diletos e por ser em Belo Horizonte. “� uma cidade que eu amo. Minas Gerais tem muito a ver comigo, meu pai era mineiro, minha fam�lia � toda de Janu�ria, ent�o eu, quando jovem, passava muito por BH, indo visitar os parentes no Norte do estado. Tem uma parte da minha alma que � mineira”, aponta.

“SUPERBACANA”

Show com V�nia Bastos e Ronaldo Rayol, encerrando a edi��o 2022 do projeto “Uma voz, um instrumento”, nesta quinta-feira (6/10), no teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes), �s 21h. Ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), � venda na bilheteria do teatro e no site Eventim. Informa��es: (31)3516-1360.




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