
Desde as cer�micas rudimentares, produzida por �ndios no in�cio da coloniza��o na capitania de Minas Gerais, (nas comunidades de Caet�, Saramenha e Vale do Jequitinhonha), at� os dias atuais em que artistas autorais se destacam, as pe�as s�o reconhecidas por todo o pa�s e at� fora. Firma-se esta tradi��o, que atrai jovens, mais ainda com a pandemia da COVID-19. "Quando estudava na Escola de Belas Artes da UFMG a cer�mica n�o era bem-vista, eu fazia escondida as pe�as", diz a artista Erli Fantini, idealizadora da Feira de Cer�mica MG em 1999, que ter� a 35ª edi��o, de 9 a 11 de dezembro deste ano, no Mercado Central.
Ela se apaixonou pela cer�mica e decidiu que era isto o que queria fazer. "Resolvi procurar cursos, fui para S�o Paulo, Rio de Janeiro, acionei ceramistas, desenvolvi minha arte", conta Erli Fantini. Recebeu o primeiro pr�mio no Sal�o de Escultura de Curitiba, em 1993, outros vieram em seguida. Queria mais, quando morava em Santa Tereza, em Belo Horizonte, teve a ideia de criar um coletivo e promover uma feira de cer�mica no Mercado Distrital do bairro. "No princ�pio, era muito acanhada". Ganhou for�a, juntou seus alunos e profissionais que estavam isolados para mostrar o que produziam na feira.

Cresceu com o passar dos anos, mudou do Mercado Distrital de Santa Tereza para o do Cruzeiro, depois para o Mercado Central. Fez hist�ria. "Eram em torno de 15 ceramistas no in�cio e agora ser�o 60", lembra a artista, que vai fazer palestra sobre o percurso da Feira de Cer�mica MG nestes 23 anos, �s 10h30 do dia 9 de dezembro.
Erli viu o aumento da procura de jovens por esta arte milenar nos �ltimos dois anos, principalmente durante a pandemia. "Eles s�o alunos curiosos, estudam no YouTube antes das aulas, sabem tudo, t�m muita facilidade quando colocam a m�o na massa. Sou da �poca dos mestres, s� a eles recorriam. Hoje v�o ao celular, trazem uma nova linguagem e isto � muito bom", diz.
Misturam-se aos mestres, � artista In�s Antonini, graduada em Hist�ria e com mestrado em Ci�ncia Pol�tica pela UFMG, autodidata em cer�mica, que em 1988 come�ou a estudar esta arte no Texas, nos Estados Unidos. De volta ao Brasil, a Minas, Belo Horizonte, decidiu pesquisar e trabalhar exclusivamente com cer�mica. "Eram poucos ceramistas, que trabalhavam em casa", relata In�s. Fez cursos com Erli Fantini e Toshiko Ishii, construiu em seu ateli�, na Serra da Moeda, em Brumadinho, um forno Anagama, t�cnica oriental de queima de cer�mica em altas temperaturas.
"Antes a cer�mica era vista como uma atividade secund�ria e hoje, n�o. Existem muitos artistas que produzem pe�as autorais", afirma In�s Antonini. Ela acredita que h� mais de 200 ceramistas em Minas, com nomes representativos em todo o pa�s. "As pessoas mais novas est�o abertas � experi�ncia e curtem cer�mica, sobretudo aqui em beag�". A artista lembra que h� v�rios ceramistas estabelecidos na regi�o de Palhano, no munic�pio de Brumadinho.
Uma parte destes 200 artistas vai estar na feira, evento que faz parte do calend�rio de Belo Horizonte e apresenta cer�micas art�sticas e utilit�rias em diversos estilos. As duas �ltimas edi��es foram virtuais, em raz�o da pandemia, e agora presencial, com a curadoria das ceramistas Cibele Tietzmann, Emmanuela Tolentino e Susana Fornari. A entrada � gratuita.
Servi�o
35ª Feira de Cer�mica MG - 2022
Estacionamento elevado do Mercado Central de Belo Horizonte
9 e 10 de dezembro (sexta e s�bado), das 9h �s 19h
11 de dezembro (domingo), das 9h �s 15h
Informa��es:
www.feiradeceramicamg.com.br
@feiradeceramicamg
E-mail: [email protected]