Jorge Helder convocou um time de craques da MPB para participar de "Caro�", segundo disco solo dele
(foto: Gabriela Perez/divulga��o)
Maria Beth�nia diz que � dele o baixo mais requisitado do mundo. Caetano Veloso o chama de “Doce Jorge”. Ambos se referem ao cearense Jorge Helder, que dedicou 40 de seus 60 anos � m�sica e acaba de lan�ar o disco solo “Caro�” (Biscoito Fino), o segundo de sua carreira.
S�o muitos os convidados especiais: o saxofonista carioca Z� Nogueira (“Impress�o perfume”), o cantor e compositor mineiro S�rgio Santos (“Santos de casa”), a cantora paulista M�nica Salmaso (“Lugar sem tempo”) e o cantor e compositor capixaba Z� Renato (“Miguilim”). Tamb�m est�o l� os instrumentistas l� Chico Pinheiro (guitarra), H�lio Alves (piano), Tutty Moreno (bateria) e Marcelo Costa (percuss�o).
Brom�lia da caatinga
“Caro�” � um disco nordestino. Jorge explica que o t�tulo se refere � brom�lia de flores vermelhas e rosadas, t�pica da caatinga, cujas folhas fornecem fibra para a confec��o de barbantes, redes, tecidos e esteirsa. O �lbum surgiu da pesquisa do contrabaixista sobre tem�ticas ligadas � sua terra. Ali�s, foi Luiz Gonzaga quem comp�s e gravou “Arrancando caro�”, lan�ada nos anos 1940.
A fot�grafa pernambucana G�ssica Amorim, que assina a capa do disco, contou para Jorge Helder que o caro� deu e d� sustento a muitas fam�lias nordestinas, inclusive a de Gonzag�o.
O projeto surgiu do encontro de Helder com o maestro baiano Letieres Leite (1959-2021). “Infelizmente, ele nos deixou durante a pandemia, v�tima da COVID-19. Gostei muito de trabalhar com Letieres num disco da Maria Beth�nia. Ele me mostrou v�rios trabalhos seus com a Orkestra Rumpillez, al�m de coisas que gravou com o maestro pernambucano Moacir Santos”, conta o instrumentista.
Jorge compunha as m�sicas de seu disco solo enquanto a pandemia castigava o Brasil. “Quando Letieres partiu, fiquei meio desanimado, desestimulado. Disse para mim mesmo: depois penso nisso. Mas com a ajuda de meus filhos, que me incentivaram muito, fui continuando aos poucos. Acabei compondo o restante das m�sicas e as deixei guardadas. Pensava: quando esta pandemia melhorar um pouco, vou procurar algum lugar para gravar.”
Helder fechou com a gravadora Biscoito Fino e convidou para participar dele dois instrumentistas que moram em Nova York: Chico Pinheiro e H�lio Alves.
“Chamei tamb�m o Tutty Moreno e o Marcelo Costa. Ali�s, eu, Tutty e o H�lio j� tocamos juntos v�rias vezes acompanhando a cantora e compositora Joyce Moreno. Ent�o, j� havia a nossa sintonia musical. Sou f� de carteirinha do Chico Pinheiro. � um cara jovem, com muita vontade e cheio de boas ideias, al�m de ser gente fina.”
Marcelo Costa � velho conhecido. “O chamo de meu produtor”, conta Helder. “Juntei o quinteto e gravamos o disco em janeiro deste ano, mas s� estamos lan�ando agora”, afirma, ressaltando o apoio da gravadora Biscoito Fino a seu projeto solo.
S�rgio Santos batiza faixa
Outra presen�a importante � a do cantor e compositor mineiro S�rgio Santos em “Santos de casa”, inspirada em Moacir Santos (1926-2006).
“Fiz a mistura de Moacir Santos com Letieres Leite, por�m a can��o n�o tinha nome. Quando o S�rgio colocou a voz, logo veio � cabe�a ‘Santos de casa’”, diz.
Helder destaca tamb�m o empenho da fot�grafa pernambucana G�ssica Amorim, amiga de sua filha. “Ela foi fazer as fotos na cidade onde Moacir Santos nasceu, Serra Talhada (PE)”, conta.
“O disco foi uma coisa muito sintonizada, de forma natural. As coisas foram acontecendo de forma espont�nea, tudo se encaixando.”
"Comecei no bandolim, em Fortaleza, mas depois passei para o baixo. Foi at� uma imposi��o, pois estudava em col�gio que tinha um conjunto musical. Queria tocar guitarra, mas n�o tinha vaga de guitarrista. Meio contra a minha vontade, assumi o baixo"
Jorge Helder, baixista e compositor
No final deste m�s, “Caro�” ser� lan�ado no formato CD. Em dezembro, Jorge Helder planeja subir ao palco da Casa de Francisca, em S�o Paulo, no show que vai contar com Chico Pinheiro e H�lio Alves.
“Eles v�m de Nova York e vamos formar novamente o quinteto que gravou o disco.” O clipe de “Conflu�ncias” foi disponibilizado no YouTube. A turn� fica para 2023 – atualmente, ele acompanha Chico Buarque na turn� “Que tal um samba?”.
Jorge Helder, M�nica Salmaso e Chico Buarque no show 'Que tal um samba?' (foto: Leo Aversa/divulga��o)
Bandolim, guitarra e rock
Jorge Helder – quem diria – virou baixista a contragosto. “Comecei no bandolim, em Fortaleza, mas depois passei para o baixo. Foi at� uma imposi��o, pois estudava em col�gio que tinha um conjunto musical. Queria tocar guitarra, mas n�o tinha vaga de guitarrista. Meio contra a minha vontade, assumi o baixo.”
Na adolesc�ncia, Jorge teve seu momento rock and roll. “Um dos meus irm�os gostava muito dos Beatles. Para aprender, comecei a tirar os baixos do Paul McCartney, mas n�o que isso tenha me influenciado”, diz.
Jorge Helder se mudou para Bras�lia, onde estudou m�sica e ficou amigo de Z�lia Duncan e Cassia Eller – ent�o, jovens talentos como ele. E teve sua fase Jaco Pastorius, como todo baixista. O norte-americano, que morreu em 1987, aos 35 anos, � uma lenda do jazz.
Outra influ�ncia veio de Luiz�o Maia (1949-2005). “Tive a sorte de ser amigo dele. Todas as vezes que Luiz�o ia tocar, eu ficava na plateia observando o que ele ia fazer. Grande m�sico, grande camarada”, diz Jorge.
Instrumentista requisitado, Jorge Helder acompanha meio mundo da MPB: faz parte da banda de Chico Buarque desde 1993, tocou com Rosa Passos, Z�lia Duncan, Maria Beth�nia, Sandra de S�, Ney Matogrosso, Gal Costa, C�ssia Eller, Caetano Veloso, Edu Lobo e Jo�o Bosco, entre muitos outros. Participou de mais de 350 grava��es.
“Estou sempre aprendendo e, com grande alegria, tenho a oportunidade agora de colocar tudo isso em pratica? no �lbum ‘Caroa?’”, afirma.
FAIXAS
» “CARO�”
» “SANTOS DE CASA”
. Participa��o de S�rgio Santos
» “TUTTY”
» “LUGAR SEM TEMPO”
. Participa��o de M�nica Salmaso
» “IMPRESS�O PERFUME”
. Participa��o de Z� Nogueira
» “CONFLU�NCIAS”
» “MIGUILIM”
. Participa��o de Z� Renato
» “� MARGEM”
(foto: G�ssica Amorim/divulga��o)
“CARO�”
• Disco de Jorge Helder
• Oito faixas
• Biscoito Fino
• Dispon�vel nas plataformas digitais
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