Como quem resolve mudar os m�veis da casa de lugar para reequilibrar as energias, como no feng shui chin�s, cinco ex-integrantes da banda brasiliense M�veis Coloniais de Acaju chegam a BH com seu novo projeto, a banda Remob�lia. Andr� Gonzales, Beto Mej�a, Esdras Nogueira, Fernando Jatob� e Gustavo Dreher se apresentam neste s�bado (12/11), n’A Aut�ntica.
Surgida em 2019 para a alegria de f�s saudosos da antiga forma��o, a nova banda apresenta seu disco "Ponto final", que �, na verdade, uma retic�ncia com desejo de futuro. Al�m do repert�rio do novo �lbum, can��es antigas da M�veis fazem parte do show, assim como m�sicas que os integrantes compuseram em suas carreiras solo durante o hiato entre a M�veis e a Remob�lia.
Andr� Gonzales conta que de um show no Festival CoMa surgiu o impulso para um novo single, e um single virou quatro e assim o disco foi tomando forma, sobretudo ao longo da pandemia.
Produtividade t�xica
Em 2020, veio o extended play "Janelas" e, em 2021, ele conta ter entrado com a banda em estado de "p.t." – produtividade t�xica –, express�o cunhada por Gustavo Dreher, por muito tempo assistente de sonoriza��o da M�veis e agora integrante plenipotenci�rio da Remob�lia e produtor do disco da nova banda. Al�m dele, a baterista Ingrid e o baixista Vav� s�o novas aquisi��es do time.
"Um projeto que era para ser um show virou uma banda e a gente est� a�, ainda resgatando muito do que a gente viveu no M�veis. At� no nome, se voc� for pensar, Remob�lia: o que os integrantes est�o fazendo agora?. No final, tem um pouco tamb�m dessa viv�ncia pol�tica, do momento… De fato, existia o que dizer, o que falar, como lidar com esse momento, porque, afinal, a gente viveu um luto de palco. Al�m das mortes da pandemia, a gente viveu um luto de palco. A gente estava sem palco, ent�o � o nosso espa�o de manifestar o que a gente �, o que a gente acredita", afirma Gonzales.
A partir do CoMa, a banda ensaiou para uma nova s�rie de shows. "A gente queria mostrar o que � a Remob�lia, as coisas novas”, diz. Segundo o m�sico, o disco da Remob�lia trabalha com sonoridades e instrumenta��o diferentes das usadas pela M�veis, com recurso aos samples e programa��o no processo de produ��o das m�sicas. "� uma novidade para a gente tamb�m!"
O p�blico, pelo visto, entendeu a nova proposta. A mistura entre os repert�rios novo e antigo, para Esdras Nogueira, marca diferentes momentos da trajet�ria das duas bandas, com conceitos diferentes, mas que de certa forma se complementam.
"Est� sendo bem legal, a gente fala que agora n�s somos uma 'banda nova velha'", diz. Ainda no tom de brincadeira, comenta que a Remob�lia espera ser convidada para tocar na posse do presidente eleito, Luiz In�cio Lula da Silva. "A gente est� tentando se enturmar, pegar o telefone da Janja. Se a gente fizer isso, j� t� bom, j� podemos pensar em 2024."
Dreher, entretanto, revela planejar fazer muita m�sica nova nos outros 364 dias do ano que vem. "No nosso caso, fazer m�sica est� cada vez mais simples e natural", comenta Esdras.
"Est� mais simples. � engra�ado isso. No M�veis demorava tr�s, quatro anos. Tem uma m�sica que a gente demorou um ano para fazer…", acrescenta Gonzales.
"Tem uma m�sica do M�veis que a gente demorou tanto para fazer que a banda acabou antes de o disco sair", diz Esdras. Dreher conta ser a �nica m�sica reaproveitada pela Remob�lia, as demais s�o todas in�ditas.
Na s�rie da Disney+
Para eles, o desafio agora � tentar encontrar novas formas de distribuir suas m�sicas para um p�blico amplo. Quatro m�sicas de "Ponto final" entraram na trilha sonora de "Tudo igual.. SQN", s�rie nacional da plataforma de streaming Disney+.
"� uma utilidade diferente da m�sica do que s� as pessoas ouvirem," aponta Esdras, que salienta a liberdade que todos t�m para conciliar o trabalho da banda com seus projetos pessoais. "A gente gosta de inventar moda."
*Estagi�rio sob supervis�o da editora Silvana Arantes
REMOB�LIA
Show da banda neste s�bado (12/11), �s 22h, n’A Aut�ntica (Rua �lvares Maciel, 312, Santa Efig�nia). Ingressos a R$ 60 e R$ 30 (meia-entrada)