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Estado de Minas CINEMA/CR�TICA

"Wakanda para sempre" supera perda do Pantera Negra

Sequ�ncia do filme do super-her�i da Marvel tem roteiro atraente para o espectador adulto, embora n�o consiga evitar os excessos do g�nero em cenas de guerra


16/11/2022 04:00 - atualizado 15/11/2022 21:39

Atriz no papel de Ramonda ocupa o trono de Wakanda, cercada por dois seguranças, em cena de Wakanda para sempre
Com a morte do super-her�i, a m�e do Pantera Negra assume o comando em Wakanda, o que oferece � trama a chance de abordar o poder exercido pelas pessoas comuns (foto: Marvel/Divulga��o)


Desde o in�cio, Wakanda sofre com a morte de seu her�i, o Pantera Negra Chadwick Boseman. Para a Marvel, no entanto, talvez n�o tenha sido t�o mau neg�cio assim. Se o carisma de Boseman era ineg�vel, o vazio que deixou for�ou o roteiro a fazer algumas reviravoltas que, afinal, tornaram "Wakanda para sempre", em cartaz nos cinemas, provavelmente mais interessante do que seria uma mera continua��o.

Com isso, logo de cara temos a nova rainha, Ramonda, m�e do Pantera, fazendo uma visita a um conselho da ONU reunido em Bruxelas e esculhambando na��es b�licas (EUA � frente) que, por seu militarismo, querem p�r as m�os no vibranium, o poderoso metal que s� Wakanda possui.

Por um tempo estamos livres dos super-her�is. Por mais que o Pantera Negra tenha se mostrado talvez o mais estim�vel deles em seu filme de estreia, � sempre um consolo que nossos her�is sejam pessoas razoavelmente comuns.

Incomum tamb�m � o reino de Wakanda, mistura colorida de costumes tribais e tecnologia de ponta. Essa tecnologia que, no mais, Shuri, a irm� mais nova do Pantera, domina perfeitamente. At� aqui estamos num reino de mulheres. Mulheres negras e poderosas: n�o � pouco para um filme que parecia num beco sem sa�da com a morte de Boseman.
 
 

Se um homem surge para turvar essa domina��o � Namor, cujo prodigioso reino nas profundezas oce�nicas tem in�cio no s�culo 16, quando a Am�rica Central � invadida pelo homem branco e, gra�as a umas tantas m�gicas, Namor, ainda menino, consegue elimin�-los. Pois bem: ao contr�rio do que se imaginava, Wakanda n�o � o �nico lugar a possuir o vibranium: o fundo do mar tamb�m.

Pacto

� evidente, os EUA querem p�r as m�os no precioso mineral, capaz de p�r o mundo de joelhos com seu poder. Conversa vai, conversa vem, Namor prop�e a Wakanda um pacto entre as duas na��es, a fim de controlar o vibranium e evitar que os pa�ses guerreiros (e colonialistas ou imperialistas) o utilizem.

Wakanda percebe que a associa��o proposta n�o � saud�vel. Mas Namor � poderoso e, na falta de um parceiro para enfrentar a domina��o do homem branco, decide ir � guerra contra Wakanda. O vingativo Namor, h� quem tenha observado, n�o seria sen�o a Venezuela com seu petr�leo. Pode, perfeitamente, fazer o papel de vil�o belicoso, o que permite � Marvel deixar os EUA em segundo plano (mas n�o com a barra de todo limpa). E permite ao filme, mais do que tudo, entrar no universo do blockbuster.

Shuri, ent�o, combina a for�a da tecnologia mais sofisticada com o poder de uma Erva (com mai�scula) ancestral para se tornar, ela pr�pria, uma superguerreira e demonstrar que tem tamb�m o sangue de pantera. O pacifismo de Wakanda fica para tr�s e voltamos ao reino dos super-her�is, com suas lutas intermin�veis e bem ao gosto infantil.

Prepara-se o final e, sobretudo, a continua��o da saga (talvez "para sempre", conforme o t�tulo). Mas o fato � que o interesse do filme decai � medida que seus subplots um tanto delirantes e que a cria��o de um Olimpo de deuses (deusas, sobretudo) d�o lugar � exibi��o de poderes ilimitados, quer dizer, v�o se adaptando �s necessidades da luta que t�m pela frente.

Com tudo isso, "Wakanda para sempre" tem um maior interesse, para espectadores adultos, do que o habitual das sagas enjoativamente repetitivas do universo Marvel. Isso n�o impedir� o espectador de sentir em diversos momentos o peso dessas imagens supercarregadas de elementos m�gicos, que passam � nossa frente, em quase toda a extens�o do filme, � raz�o de um plano por segundo, mais ou menos, sobrecarregados por efeitos especiais de todo tipo. Mas isso s�o as leis do g�nero.

Dito o que, me parece precipitada a ideia de que com o Pantera Negra e seus sucessores os negros t�m acesso ao mundo dos superpoderes. � certo, por�m, que tomam uma fatia do mundo do puro espet�culo: ser� que com isso o cinema poder� colaborar com a luta antirracista, ou ter� isso o mesmo efeito dos comerciais de TV, onde modelos negros desfilam com eleg�ncia e desenvoltura? 

Fora dali, no entanto, n�o faltam demonstra��es, a cada dia, de que o racismo continua a correr solto. A ver os pr�ximos cap�tulos dessa hist�ria onde, no mais, n�o faltam �rf�os (Shari e Namor, entre outros).

“PANTERA NEGRA: WAKANDA PARA SEMPRE”

(EUA, 2022. 161 min.) Dire��o: Ryan Coogler. Com: Angela Bassett, Letitia Wright e Lupita Nyong'o. Classifica��o indicativa: 14 anos. Em cartaz em salas das redes Cineart, Cinemark, Cin�polis e Cinesercla, no UNA Cine Belas Artes e no Centro Cultural Unimed-BH Minas T�nis Clube. 


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