
Sem saber o que viria depois do fim, o ator narrava em cena as lembran�as que guardava da inf�ncia convivendo com av�s portugueses, e abria hist�rias de bastidores sobre as novelas e s�ries que fez na Globo, al�m das experi�ncias no teatro e passagens de sua vida pol�tica, como quando comp�s o elenco do espet�culo "Roda Viva", em 1968, do Teatro Oficina.
As mem�rias de Rangel eram costuradas com cr�nicas e trechos de romances do escritor portugu�s Ant�nio Lobo Antunes, causando propositalmente uma d�vida na plateia sobre o que era realidade ou fic��o. Seu depoimento sobre como descobriu que a m�e tinha um amante era um dos pontos altos do solo.Internado desde o dia 30 de outubro na Casa de Sa�de S�o Jos�, no Humait�, Rio de Janeiro, Rangel sofria de doen�a pulmonar obstrutiva cr�nica (DPOC), resultado dos muitos anos de tabagismo. O ator deixou de fumar em 1988, mas descobriu a doen�a em 2002, desde ent�o fazia fisioterapia e precisava ser medicado.
Ainda assim, Rangel seguiu com a carreira com novelas como "O Cravo e a Rosa" e "Bel�ssima", s�ries como "Som & F�ria", e pe�as como "Azul Resplendor", "Histeria" e "O Ator e o Lobo", que lhe rendeu um Pr�mio Shell especial por seus 50 anos de carreira.
No espet�culo, Rangel buscava uma rela��o de proximidade com a plateia para falar sobre seus medos e inseguran�as, sobre a dificuldade de se assumir homossexual e como imaginava que seria o mundo art�stico quando jovem.
A montagem estava em cartaz no palco da Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, depois da pandemia e foi interrompido apenas com a interna��o do ator. O texto foi assinado pelo ator sob a dire��o de Fernando Philbert.