Rapper FBC, no palco, mostra para o público durante o show a medalha de São Jorge que leva no pescoço

FBC cumpriu maratona de shows em 2022 e promete manter o pique. Em setembro, ele foi ovacionado ao mostrar a medalha do protetor S�o Jorge ao p�blico do Planeta Brasil, no Mineir�o

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press/26/9/22

"Sou artista independente desde sempre. N�o tenho apoio de selo, n�o tenho contrato com gravadora, n�o tenho escrit�rio. O dinheiro que ganho invisto no meu trabalho. Banco o meu pr�prio palanque, invisto na minha vitrine"

FBC, cantor e compositor


FBC passou 2022 fazendo o Brasil dan�ar, enquanto se acirrava a intoler�ncia no cen�rio pol�tico. Ao lado do parceiro Vhoor, o rapper e compositor subiu em 87 palcos durante o ano passado. Fabr�cio Soares, o FBC, de 33 anos, e o beatmaker Victor Hugo de Oliveira Rodrigues, o Vhoor, de 24, s�o mineiros de destaque na cena nacional, junto do rapper Djonga, de 28, e da cantora Marina Sena, de 26.

Lan�ado no final de 2021, o �lbum “Baile” causou furor nas redes sociais, levou a dupla ao programa de Pedro Bial e ao badalado tel�o da Times Square, em Nova York.
 
A sonoridade ressignificou – para dizer palavra da moda – o miami bass dos anos 1990, mais conhecido como DNA do funk carioca. Foram milhares de visualiza��es no Twitter, Tik Tok e Instagram, al�m de streamings no Spotify.
 
 

"Baile 2" fica para 2024

“Baile 2” est� nos planos, mas s� para 2024. E FBC avisa: quer assumir novos desafios neste 2023 que se inicia. J� est� pronto o �lbum solo com o qual planeja surpreender os f�s.

Dan�ante, o projeto ter� a sonoridade house, estilo de m�sica eletr�nica surgido na d�cada de 1980. “C�smico e futurista”, palavras de FBC, vai falar de tecnologia, das redes sociais e de como elas v�m impactando as rela��es humanas. Chega �s plataformas em data ainda a ser definida. Tudo indica que n�o ser� um disco de rap.

O show de lan�amento ocorrer� em 22 de abril, no Breve Festival, em BH. Ser� FBC sem Vhoor, que tamb�m est� a toda em sua carreira solo – ano passado, o talentoso garoto de Venda Nova se apresentou algumas vezes na Europa.

“As coisas deram muito certo (com 'Baile'), mas � bom a gente quebrar expectativas”, diz Fabr�cio. O nome do �lbum ainda � segredo. Spoiler: deve come�ar com vogal, ao contr�rio dos outros discos dele.

FBC conta que trabalhou com dois produtores de Bras�lia, Pedro Senna e Ludovico. Em �lbuns anteriores dele, os beatmakers ganharam destaque, agora a ideia � valorizar os instrumentistas.

Ali�s, multi-instrumentistas, como � o caso de Senna e Ludovico. Outro convidado � Jackson Ganga, saxofonista de Belo Horizonte. Ser� um disco, digamos, mel�dico.
 
 Rapper Don L olha para a câmera e segura imenso caco de vidro transparente na frente do rosto

Conhecido pela contund�ncia de suas letras, Don L, respeitado rapper do Cear�, gravou com FBC

Larissa Zaidan/divulga��o
 

Piano na Cabana do Pai Tom�s

FBC tem feito aulas de piano com Adriano Lopes em seu est�dio, em BH. Na estrada h� muitos anos, Fabr�cio se tornou conhecido como rapper no coletivo DV Tribo e no Duelo de MCs, acompanhou Djonga nos palcos por um bom tempo. Mas tamb�m teve banda, tocou bateria.

Agora, cogita at� “subir o piano” para a Cabana do Pai Tom�s, comunidade da Zona Oeste onde mora. Assim como Tom Jobim e Chico Buarque levaram o piano para o Morro da Mangueira, como diz o samba composto pela dupla carioca.

Nas aulas com o professor Adriano, o rapper, baterista e compositor tem tocado Beatles, Jorge Benjor e Raul Seixas. Ali�s, por falar em Chico Buarque, h� alguns anos FBC se inspirou no cl�ssico “Constru��o” para seu clipe “Cimento e l�grimas”, uma “pedrada” do rap de BH.
 


O rapper Don L, do Cear�; a cantora paulista Amabbi, jovem destaque do trap feminino; o rapper Nill; e Abbot, destaque do trap de Minas, s�o convidados do novo �lbum.

O disco ainda demora a sair, mas j� mobiliza as redes sociais, onde FBC construiu sua trajet�ria, numa esp�cie de “t�te-�-t�te” virtual com o p�blico.

“Estou vivendo ou somente esperando o novo �lbum do @fbctadoido?”, postou @bonzago, seguidor do m�sico. “T� sentada aguardando”, avisa Th3ia. “Ansioso pra ouvir o novo �lbum do @fbctadoido. Este ano promete”, tuitou Anderson Santos.

“As redes movimentam muito a minha carreira”, comenta Fabr�cio. Por meio delas, os �lbuns “S.C.A” (2018), “Padrim” (2019) e “Baile” (2021), entre outros, conquistaram f�s devido � sagaz estrat�gia de hashtags de FBC que costuma viralizar na internet. Ele tem 130.198.380 streamings no Spotify.

“Sou artista independente desde sempre. N�o tenho apoio de selo, n�o tenho contrato com gravadora, n�o tenho escrit�rio. O dinheiro que ganho invisto no meu trabalho. Banco o meu pr�prio palanque, invisto na minha vitrine”, afirma Fabr�cio.
Orgulhoso de sua performance nas redes sociais “sem lan�ar m�sica nova h� mais de um ano”, ele tamb�m tem orgulho de se dizer underground.
 
Beatmaker e DJ Vhoor toca no palco do Mineirão

Companheiro de palco de FBC em 2022, Vhoor aposta na carreira solo este ano

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press/26/9/22
 
FBC e Vhoor, com “Baile”, cumpriram a agenda de festivais e palcos importantes do pa�s. Em setembro de 2022, fizeram apresenta��o eletrizante no Planeta Brasil, no Mineir�o. H� shows para este ano tamb�m, enquanto os dois investem paralelamente nas carreiras solo.

Elogios de Teresa Cristina e Ju�ara Mar�al

O trabalho de Fabr�cio vem chamando a aten��o de artistas consagrados. Fernanda Abreu, estrela da dance nacional, destacou o resgate mineiro do miami bass. Estrela do samba, a cantora carioca Teresa Cristina elogiou “Baile”: “Que �lbum maravilhoso, n�o consigo parar de ouvir!!!”. E acrescentou: “Completamente apaixonada”, postou nas redes sociais.

Ju�ara Mar�al, uma das cantoras mais respeitadas do pa�s, afirmou que FBC, assim como a mineira Marina Sena, “pensa de outro jeito o fazer da arte aqui no Brasil”. E elogiou: “� empolgante.” Destaque do grupo Met� Met�, ela tamb�m foi ao show da dupla, assim como Teresa, comenta FBC, todo feliz.
 

 
Pedindo para deixar bem claro que n�o � “Baile 2” que vem por a� agora, ele d� algumas pistas do novo projeto. “De todos os meus discos, � onde sou mais eu, onde falo mais de mim.”
 
A ideia surgiu h� tempos, diante do impacto que FBC sentiu ao assistir ao document�rio “O dilema das redes” (2020).

Dirigido por Jeff Orloweski, o filme traz o alerta de especialistas que trabalharam para Google, Facebook e Twitter sobre o perigo que as redes sociais representam para a democracia, com suas bolhas de informa��o, fake news e manipula��o de eleitores.

O longa mostra tamb�m como as plataformas atuam deliberadamente sobre mecanismos psicol�gicos que norteiam o comportamento humano. V�cio digital, intoler�ncia e polariza��o pol�tica s�o consequ�ncias disso.
 

 

Cantora Ammabi olha para a câmera

Revela��o feminina do trap nacional, Amabbi participa do novo �lbum solo de FBC

Reprodu��o/Youtube
 


FBC passou 2022 fazendo o Brasil dan�ar, enquanto se acirrava a intoler�ncia no cen�rio pol�tico. Ao lado do parceiro Vhoor, o rapper e compositor subiu em 87 palcos durante o ano passado. Fabr�cio Soares, o FBC, de 33 anos, e o beatmaker Victor Hugo de Oliveira Rodrigues, o Vhoor, de 24, s�o mineiros de destaque na cena nacional, junto do rapper Djonga, de 28, e da cantora Marina Sena, de 26.

Lan�ado no final de 2021, o �lbum “Baile” causou furor nas redes sociais, levou a dupla ao programa de Pedro Bial e ao badalado tel�o da Times Square, em Nova York.
 
A sonoridade ressignificou – para dizer palavra da moda – o miami bass dos anos 1990, mais conhecido como DNA do funk carioca. Foram milhares de visualiza��es no Twitter, Tik Tok e Instagram, al�m de streamings no Spotify.
 
 

"Baile 2" fica para 2024

“Baile 2” est� nos planos, mas s� para 2024. E FBC avisa: quer assumir novos desafios neste 2023 que se inicia. J� est� pronto o �lbum solo com o qual planeja surpreender os f�s.

Dan�ante, o projeto ter� a sonoridade house, estilo de m�sica eletr�nica surgido na d�cada de 1980. “C�smico e futurista”, palavras de FBC, vai falar de tecnologia, das redes sociais e de como elas v�m impactando as rela��es humanas. Chega �s plataformas em data ainda a ser definida. Tudo indica que n�o ser� um disco de rap.

O show de lan�amento ocorrer� em 22 de abril, no Breve Festival, em BH. Ser� FBC sem Vhoor, que tamb�m est� a toda em sua carreira solo – ano passado, o talentoso garoto de Venda Nova se apresentou algumas vezes na Europa.

“As coisas deram muito certo (com 'Baile'), mas � bom a gente quebrar expectativas”, diz Fabr�cio. O nome do �lbum ainda � segredo. Spoiler: deve come�ar com vogal, ao contr�rio dos outros discos dele.

FBC conta que trabalhou com dois produtores de Bras�lia, Pedro Senna e Ludovico. Em �lbuns anteriores dele, os beatmakers ganharam destaque, agora a ideia � valorizar os instrumentistas.

Ali�s, multi-instrumentistas, como � o caso de Senna e Ludovico. Outro convidado � Jackson Ganga, saxofonista de Belo Horizonte. Ser� um disco, digamos, mel�dico.
 
 Rapper Don L olha para a câmera e segura imenso caco de vidro transparente na frente do rosto

Conhecido pela contund�ncia de suas letras, Don L, respeitado rapper do Cear�, gravou com FBC

Larissa Zaidan/divulga��o
 

Piano na Cabana do Pai Tom�s

FBC tem feito aulas de piano com Adriano Lopes em seu est�dio, em BH. Na estrada h� muitos anos, Fabr�cio se tornou conhecido como rapper no coletivo DV Tribo e no Duelo de MCs, acompanhou Djonga nos palcos por um bom tempo. Mas tamb�m teve banda, tocou bateria.

Agora, cogita at� “subir o piano” para a Cabana do Pai Tom�s, comunidade da Zona Oeste onde mora. Assim como Tom Jobim e Chico Buarque levaram o piano para o Morro da Mangueira, como diz o samba composto pela dupla carioca.

Nas aulas com o professor Adriano, o rapper, baterista e compositor tem tocado Beatles, Jorge Benjor e Raul Seixas. Ali�s, por falar em Chico Buarque, h� alguns anos FBC se inspirou no cl�ssico “Constru��o” para seu clipe “Cimento e l�grimas”, uma “pedrada” do rap de BH.
 


O rapper Don L, do Cear�; a cantora paulista Amabbi, jovem destaque do trap feminino; o rapper Nill; e Abbot, destaque do trap de Minas, s�o convidados do novo �lbum.

O disco ainda demora a sair, mas j� mobiliza as redes sociais, onde FBC construiu sua trajet�ria, numa esp�cie de “t�te-�-t�te” virtual com o p�blico.

“Estou vivendo ou somente esperando o novo �lbum do @fbctadoido?”, postou @bonzago, seguidor do m�sico. “T� sentada aguardando”, avisa Th3ia. “Ansioso pra ouvir o novo �lbum do @fbctadoido. Este ano promete”, tuitou Anderson Santos.

“As redes movimentam muito a minha carreira”, comenta Fabr�cio. Por meio delas, os �lbuns “S.C.A” (2018), “Padrim” (2019) e “Baile” (2021), entre outros, conquistaram f�s devido � sagaz estrat�gia de hashtags de FBC que costuma viralizar na internet. Ele tem 130.198.380 streamings no Spotify.

“Sou artista independente desde sempre. N�o tenho apoio de selo, n�o tenho contrato com gravadora, n�o tenho escrit�rio. O dinheiro que ganho invisto no meu trabalho. Banco o meu pr�prio palanque, invisto na minha vitrine”, afirma Fabr�cio.
Orgulhoso de sua performance nas redes sociais “sem lan�ar m�sica nova h� mais de um ano”, ele tamb�m tem orgulho de se dizer underground.
 
Beatmaker e DJ Vhoor toca no palco do Mineirão

Companheiro de palco de FBC em 2022, Vhoor aposta na carreira solo este ano

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press/26/9/22
 
FBC e Vhoor, com “Baile”, cumpriram a agenda de festivais e palcos importantes do pa�s. Em setembro de 2022, fizeram apresenta��o eletrizante no Planeta Brasil, no Mineir�o. H� shows para este ano tamb�m, enquanto os dois investem paralelamente nas carreiras solo.

Elogios de Teresa Cristina e Ju�ara Mar�al

O trabalho de Fabr�cio vem chamando a aten��o de artistas consagrados. Fernanda Abreu, estrela da dance nacional, destacou o resgate mineiro do miami bass. Estrela do samba, a cantora carioca Teresa Cristina elogiou “Baile”: “Que �lbum maravilhoso, n�o consigo parar de ouvir!!!”. E acrescentou: “Completamente apaixonada”, postou nas redes sociais.

Ju�ara Mar�al, uma das cantoras mais respeitadas do pa�s, afirmou que FBC, assim como a mineira Marina Sena, “pensa de outro jeito o fazer da arte aqui no Brasil”. E elogiou: “� empolgante.” Destaque do grupo Met� Met�, ela tamb�m foi ao show da dupla, assim como Teresa, comenta FBC, todo feliz.
 

 
Pedindo para deixar bem claro que n�o � “Baile 2” que vem por a� agora, ele d� algumas pistas do novo projeto. “De todos os meus discos, � onde sou mais eu, onde falo mais de mim.”
 
A ideia surgiu h� tempos, diante do impacto que FBC sentiu ao assistir ao document�rio “O dilema das redes” (2020).

Dirigido por Jeff Orloweski, o filme traz o alerta de especialistas que trabalharam para Google, Facebook e Twitter sobre o perigo que as redes sociais representam para a democracia, com suas bolhas de informa��o, fake news e manipula��o de eleitores.

O longa mostra tamb�m como as plataformas atuam deliberadamente sobre mecanismos psicol�gicos que norteiam o comportamento humano. V�cio digital, intoler�ncia e polariza��o pol�tica s�o consequ�ncias disso.

Sonho e cancelamento

Os novos costumes est�o entre os temas de FBC, assim como dinheiro, fama, ass�dio e relacionamentos afetivos, diz ele. “Acreditei a vida toda na unidade das pessoas, sempre fui rom�ntico e sonhador. Mas com as redes sociais, o pensamento coletivo combate e menospreza o diferente”, afirma. As pessoas s�o induzidas a se encaixar em padr�es. “O individualismo � massacrado”, resume.

Fabr�cio conta que ele pr�prio vivenciou cancelamentos. Um deles ocorreu no in�cio da pandemia de COVID-19, ao postar um v�deo comendo churrasquinho perto de sua casa, na comunidade da Cabana do Pai Tom�s. Pregaram boicote �quele artista sem m�scara na rua.

“Morador de favela, dei uma for�a para a menina que abriu o churrasquinho porque precisava ganhar dinheiro durante a pandemia. Postei no Twitter eu e mais quatro comendo churrasco”, relembra.
 
Para o rapper, quem o atacou ignora o contexto e o problema da mo�a, que perdeu renda e tinha de se sustentar. “Queriam me cancelar na internet, mas ningu�m subiu no Cabana pra ver como o pessoal de l� estava durante o isolamento”, diz.
 
Voltando ao novo �lbum, ele promete algo “introspectivo e noir”. E tamb�m dan�ante, “bochecha com bochecha”. Vai falar de amor, perd�o e tecnologia. A melodia ganha destaque, com metais, coro e FBC sem o menor medo de soltar a voz.

Autor do hit rom�ntico “Se eu n�o te cantar”, relacionamentos afetivos continuam na pista. FBC diz que sonha com outro estado de consci�ncia, “algo que leve a gente para um lugar melhor”.

De “molho” por causa de uma cirurgia no joelho realizada agora em janeiro, ele est� de repouso por estes dias. Por isso, n�o poder� participar do show de Djonga e DV Tribo, neste domingo (22/1), no Mineir�o.
 
Em 10 de fevereiro, Fabr�cio volta ao palco na Casa Natura Musical, em S�o Paulo. Dois dias depois, se apresenta no Rep Festival, no Rio de Janeiro.
 

"Acreditei a vida toda na unidade das pessoas, sempre fui rom�ntico e sonhador. Mas com as redes sociais, o pensamento coletivo combate e menospreza o diferente. O individualismo � massacrado"

FBC, cantor e compositor

 

Esmagando o fascismo

Ao analisar o novo momento pol�tico do Brasil, o rapper convoca em seu Twitter: “Vamos esmagar o fascismo nas ruas”. Para ele, o presidente Lula vai trabalhar com amparo das institui��es, mas cobra o apoio do governo “�s bases”, � popula��o exclu�da, �s ONGs que lutam por ela.

“Sempre fui do hip-hop, da luta pela moradia” diz ele, que j� morou em ocupa��o na Grande BH. E avisa: “N�o sou oposi��o, mas n�o vou deixar de fazer cr�tica”. Pondera que o governo Lula “nunca foi de esquerda”, mas acha que o pa�s “j� est� uma maravilha”, s� com a sa�da de Jair Bolsonaro do poder.