Garoto anda de bicicleta sob o céu azul em cena do filme Marte Um

"Marte Um" conta a hist�ria de garoto da periferia que planeja estudar astrof�sica para virar astronauta

Embauba Filmes/divulga��o

Reaberto em 2016, o Cine Santa Tereza completa sete anos de funcionamento. Para comemorar, este raro cinema de rua de Belo Horizonte (o outro � o UNA Cine Belas Artes) exibe gratuitamente a “Nossa mostra”, colet�nea de filmes preferidos dos frequentadores.


“Nossa mostra” mobilizou frequentadores do espa�o e, sobretudo, moradores do Bairro Santa Tereza, onde ele fica. Foi aberta chamada ao p�blico nas redes sociais e nas salas de exibi��o para que as pessoas sugerissem filmes. Houve mais de 200 sugest�es.

Vanessa Santos, coordenadora do Cine Santa Tereza, comemora o retorno positivo da comunidade. “Isso demonstra a import�ncia do cinema p�blico, de rua, que valoriza e trabalha a vertente do acesso e da difus�o do audiovisual.”
 
Personagem ET vestido de mulher, com chapéu e bolsa, em cena do filme ET - O extraterreste

'ET - O extraterrestre' abre a 'Nossa mostra", no s�bado de aleluia

Universal
 

A programa��o vai de filmes locais a cl�ssicos do cinema mundial. Do americano “A novi�a rebelde”, lan�ado em 1965, ao mineiro “Marte Um”, que estreou em 2022, a sele��o � marcada pela pluralidade de propostas e estilos.

“Marte Um”, sucesso da produtora Filmes de Pl�stico, criada em Contagem, foi o t�tulo mais sugerido pelo p�blico e ser� exibido em 28 de abril, �s 19h.

Indicado para brigar por uma vaga para o Brasil no Oscar 2023, ele n�o foi para a lista dos candidatos a Melhor filme internacional, mas prossegue sua carreira no Brasil e no exterior. Conta a hist�ria de uma fam�lia que vive na periferia da Grande BH.

“O filme faz trajet�ria bonita, � lindo ver uma produ��o mineira sendo requisitada em uma mostra dessas. N�o � filme americano. Isso � muito importante para que nossa pol�tica se fortale�a e promova o acesso � cultura para a popula��o”, afirma Vanessa Santos.
 
Geraldo Veloso olha para a câmera e tem atrás de si imenso projetor de filmes

Trajet�ria do cineasta Geraldo Veloso, que lutou pela reabertura do Cine Santa Tereza, ser� lembrada em 26 de abril

Euler J�nior/EM/D.A Press/10/7/09

Relatos afetivos

Al�m de escolher o t�tulo, cada pessoa relatou sua hist�ria particular com cada filme. Esses registros, que atravessam gera��es, ficar�o expostos no hall do Cine Santa Tereza ao longo deste m�s de abril.

A comemora��o tamb�m ter� edi��es especiais do Circuito Cine Sant�, parceria com o Circuito Municipal de Cultura, com filmes nacionais em sess�es comentadas.
 

Em 25 de abril, vai passar “Estrada natural” (2023), de Emerson Penha. Conta a hist�ria da estrada de ferro que ligava Minas Gerais � Bahia, inspira��o para “Ponta de Areia”, can��o de Fernando Brant e Milton Nascimento. A sess�o ser� comentada pelo diretor e ter� a participa��o de parte da equipe de produ��o.

Em 26 de abril, quando a reabertura do espa�o completa sete anos, Geraldo Veloso (1944-2018) ser� homenageado. O diretor lutou pelo desenvolvimento do cinema em Minas e contribuiu para a volta do Cine Santa Tereza � cena cultural.

“Geraldo Veloso � uma figura muito importante para o cinema em Minas. Nos anos 2000, ele contribuiu muito para o processo de desapropria��o e restauro de nosso pr�dio, para que ele virasse centro cultural”, conta Vanessa Santos. “Quando o cinema foi reaberto, ele foi curador de exposi��es e coordenava um cineclube.”

Uma das salas do Cine Santa Tereza foi batizada com o nome do diretor. Sess�o especial do Circuito Sant� exibir� os curtas “Toda a mem�ria das Minas” (1978), de Geraldo Veloso, e “Interregno” (1966), de Fl�vio Werneck. “O padre e a mo�a” (1966), longa de Joaquim Pedro de Andrade, ser� exibido �s 19h.

A sess�o contar� com presen�as de Louren�o Veloso, filho do cineasta e atual diretor do Centro de Estudos Cinematogr�ficos, Victor de Almeida, jornalista e pesquisador de cinema, atual presidente do Instituto Humberto Mauro, e Paulo Augusto Gomes, pesquisador e cr�tico de cinema.

Fachada do Cine Santa Tereza, em BH

Cine Santa Tereza est� entre os rar�ssimos cinemas de rua do Brasil

Ricardo Laf/divulga��o

'Temos o n�cleo de produ��o digital, com cursos oferecidos junto � Escola Livre de Artes - Arena da Cultura, na �rea de audiovisual. Recebemos escolas da rede municipal e grupos da sociedade civil em sess�es educativas'

Vanessa Santos, coordenadora do Cine Santa Tereza


Hist�ria come�ou h� 79 anos

Aberto em 1944, o Cine Santa Tereza foi planejado por Raffaello Berti, arquiteto que projetou os pr�dios da Prefeitura de Belo Horizonte e da Santa Casa. Funcionou como cinema privado at� 12 de fevereiro de 1980. Posteriormente, foi tamb�m casa de shows e danceteria.

Em 2003, devido � mobiliza��o da popula��o e do setor cultural, o pr�dio foi desapropriado e passou a pertencer � prefeitura da capital. Reaberto em abril de 2016, abriga tamb�m aulas de forma��o audiovisual.

“Temos o n�cleo de produ��o digital, com cursos oferecidos junto � Escola Livre de Artes – Arena da Cultura, na �rea de audiovisual. Recebemos escolas da rede municipal e grupos da sociedade civil em sess�es educativas”, informa Vanessa Santos.

De acordo com ela, o Cine Santa Tereza recebeu cerca de 50 mil pessoas, em 2,2 mil sess�es. Com entrada franca, funciona de quarta-feira a domingo, das 16h �s 21h.

PROGRAMA��O

NOSSA MOSTRA

S�bado (8/4)

16h30: “E.T. O extraterrestre” (1982), de Steven Spielberg
19h: “O carteiro e o poeta” (1994), de Michael Radford e Massimo Troisi

Domingo (9/4)

17h: “A novi�a rebelde” (1965), de Robert Wise

CIRCUITO CINE SANT�

Em 25/4

19h: “Estrada natural” (2023), de Emerson Penha. Sess�o comentada

Em 26/4

18h: “Interregno” (1966), de Fl�vio Werneck, e “Toda a mem�ria das Minas” (1978), de Geraldo Veloso
19h: “O padre e a mo�a” (1966), de Joaquim Pedro de Andrade. Sess�o comentada

• Cine Santa Tereza, Rua Estrela do Sul, 89, Bairro Santa Tereza. Entrada franca. Ingressos devem ser retirados no site Sympla ou na bilheteria da casa, meia hora antes de cada sess�o. Programa��o completa: Portal Belo Horizonte

* Estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria