Multidão no Mineirão durante show do Festival Sarará

Festival Sarar�, que levou milhares de pessoas � Esplanada do Mineir�o em setembro de 2019, faz parte do calend�rio econ�mico-cultural da capital mineira

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press/1/9/19

As riquezas que a cultura produz cresceram de forma mais acelerada do que o PIB, o Produto Interno Bruto do Brasil, entre 2012 e 2020. Nesse per�odo, a cultura teve crescimento em n�meros absolutos de 78%, enquanto o PIB do pa�s aumentou 55%.

Al�m disso, o setor gerou 7,4 milh�es de empregos formais e informais no Brasil no quarto trimestre de 2022, o que equivale a 7% do total dos trabalhadores da economia brasileira. � um crescimento de 4% em rela��o ao mesmo per�odo de 2021, com acr�scimo de 308 mil novos postos de trabalho.
 
Os dados s�o do Observat�rio Ita� Cultural, que lan�ou plataforma para medir a contribui��o da cultura para a economia brasileira.

De acordo com o indicador, a participa��o da cultura no PIB brasileiro � maior do que a observada na �frica do Sul (2,9%), R�ssia (2,4%) e M�xico (2,9%).
 

Eixo de desenvolvimento

Para chegar a esses dados, o observat�rio usou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) e do Minist�rio do Trabalho. A institui��o diz que as bases de dados sobre 2021 e 2022 n�o foram totalmente atualizadas, raz�o pela qual os dados v�o at� 2020.

“A nossa iniciativa � parte do movimento para que todos compreendam que a economia da cultura e das ind�strias culturais � um eixo determinante para o desenvolvimento do pa�s. Ou a sociedade, as empresas e os governos compreendem isso ou n�s vamos ficar eternamente ref�ns das commodities”, diz Eduardo Saron, presidente da Funda��o Ita�.

Para ele, n�o � problema gerar riquezas por meio das commodities, como produtos agr�colas ou minerais. “Mas elas n�o podem ser a eterna �ncora do desenvolvimento econ�mico e social do pa�s”, diz.

De acordo com o indicador, o segmento cultural movimentou R$ 230 milh�es em 2020 e representou 3,1% do PIB, isto �, a soma das riquezas que o pa�s produziu nesse per�odo.

A t�tulo de compara��o, a ind�stria automotiva respondeu por 2,1% do PIB em 2020, um ponto percentual a menos em compara��o com a cultura.

Para Saron, esses dados mostram que vale a pena investir em cultura. “Mais recursos para a cultura n�o � custo nem gasto, e sim mais inclus�o produtiva e mais desenvolvimento econ�mico”, defende, acrescentando que estimular esse setor pode, inclusive, ser uma forma de combater o desemprego.

“N�o olhar para o campo da economia criativa � perder a oportunidade de, quem sabe, desenvolver programas, projetos e pol�ticas p�blicas para jovens que est�o procurando trabalho.”

Cultura � uma das sa�das para a crise da economia

Opini�o parecida tem Leandro Valiati, professor da Universidade de Manchester, no Reino Unido, que liderou a pesquisa. Ele diz que � comum ouvir que investimentos em cultura n�o s�o relevantes, porque essa n�o seria uma �rea importante da economia.

“Isso n�o � verdade. Os nossos n�meros mostram a import�ncia da cultura comparada com outros setores no Brasil, como a ind�stria automobil�stica”, diz ele. “N�o estou falando que atividades culturais devem ser o centro da economia de um pa�s. Mas apostar na cultura � uma boa pol�tica de recupera��o econ�mica.”