Hoje vivendo em Vit�ria e � espera do primeiro filho, B�rbara Colen diz que foi atuando em novela que entendeu "o lugar da t�cnica, antes tinha at� certo preconceito"
Felipe Amarelo/Divulga��o
"Geralmente, quando voc� chega a um set, vai trabalhar de seis a oito semanas. Tem pouqu�ssimo tempo para a prepara��o dos personagens. E voc� tem que chegar para fazer uma cena que vai ficar para a eternidade. Quando n�o tem t�cnica, o processo � sofrido"
B�rbara Colen, atriz
Houve uma primeira experi�ncia com c�mera – no curta "Contagem" (2011), de Gabriel e Maur�lio Martins – seguida de duas no teatro, em 2012 – “Desvios urbanos”, de Lenine Martins, e “Play me”, de Rodrigo Campos, ambas montagens de formatura dos alunos de teatro do Centro de Forma��o Art�stica e Tecnol�gica (Cefart), da Funda��o Cl�vis Salgado. Depois disso, B�rbara Colen, ent�o atriz rec�m-formada, ganhou o mundo.
"A minha segunda experi�ncia de set foi simplesmente fazendo a Sonia Braga jovem em 'Aquarius'. Como fazer?", relembra hoje B�rbara, de 37 anos. Doze filmes (10 longas-metragens e dois curtas), tr�s s�ries, uma novela e um especial de TV mais tarde, ela sabe bem a resposta.
Vivendo h� um ano em Vit�ria, onde espera, para julho, seu primeiro filho com o produtor Vitor Graize (mineiro radicado no Esp�rito Santo, onde mant�m a Pique-Bandeira Filmes), a atriz tem encontrado tempo para refletir sobre a profiss�o, suas escolhas e a pr�pria vida.
Pausa criativa
Foi durante a pausa (muito planejada) para engravidar que B�rbara criou a oficina "Mon�logos para cinema". Bem-sucedida em janeiro, quando foi realizada na Mostra de Tiradentes, ganha uma nova edi��o nesta semana, de quinta (28/4) a domingo (30/4), no Centro Cultural Unimed-BH Minas T�nis Clube – as inscri��es j� se encerraram.
"Acho que a gente, no audiovisual, aprende na experi�ncia, j� que no Brasil n�o tem um curso. A ideia desta oficina foi mesmo a de compartilhar um pouco do meu processo", diz ela. Atuar em set de cinema � muito diferente de atuar em teatro e tamb�m em televis�o.
"Geralmente, quando voc� chega a um set, vai trabalhar de seis a oito semanas. Tem pouqu�ssimo tempo para a prepara��o dos personagens. E voc� tem que chegar para fazer uma cena que vai ficar para a eternidade. Quando n�o tem t�cnica, o processo � sofrido", comenta ela, que acredita que, de uma maneira geral, os atores de teatro chegam com "medos e traumas" para o audiovisual. "E pode ser mais divertido e legal."
Logicamente, cada filme � �nico. "Voc� nunca sabe o que vai fazer. Por isso a t�cnica � importante, e tamb�m entender de posicionamento de c�mera, de luz, dos tempos dentro do set. Isto facilita muito para que o ator se sinta mais seguro. E ele precisa tamb�m comunicar suas necessidades. Por exemplo: se precisa de meia hora para se concentrar para a cena, precisa dizer. Mas acho que a gente chega t�o assustada que vai fazendo o que nos mandam."
Depois do batismo em "Aquarius", B�rbara participou de outras produ��es importantes. Tem um dos principais pap�is em "Bacurau" (2019), tamb�m de Kleber Mendon�a Filho, e esteve em produ��es mineiras relevantes, como "No cora��o do mundo" (2019), de Maur�lio e Gabriel Martins.
Chegou � TV, tanto a convencional quanto ao streaming. Mas, quando estreou em novela, na recente "Quanto mais vida, melhor!" (2022), da Globo, descobriu que havia ainda outra realidade profissional.
"Novela � realmente muito insano. Voc� trabalha 11 horas por dia, de segunda a s�bado. Tem que lidar com o cansa�o e o ritmo, pois s�o 25 cenas por dia. N�o tem muito tempo para pensar, ent�o acho que � o lugar em que se precisa de uma interpreta��o mais t�cnica”, afirma.
“(Na TV) N�o d� para confiar no processo do cinema, tem que fazer com que as coisas funcionem, que os riscos sejam menores. Foi na novela que entendi o lugar da t�cnica, antes tinha at� certo preconceito. Mas a linguagem da TV exige musculatura para poder trabalhar."
A gravidez veio na hora certa. B�rbara esperou filmar os longas "O sil�ncio das ostras", de Marcos Pimentel, e o terceiro filme sobre a hist�ria de Suzane Von Richthofen, "A menina que matou os pais – A confiss�o", que o Prime Video deve lan�ar neste ano. Aguarda a chegada do filho, como tamb�m de "Fogar�u", longa de Fl�via Neves que protagoniza e deve chegar aos cinemas no final deste semestre.
"Planejei a gravidez at� com cronograma de trabalho, pois n�o queria ter a sensa��o de que deixei de fazer tal coisa porque engravidei. E este per�odo acabou abrindo possibilidades para outras coisas. Estou fazendo a oficina e tamb�m escrevendo meu primeiro roteiro", diz.
Raquel Coutinho, que ensina t�cnica vocal, diz que a internet ampliou o campo de trabalho e fez crescer a procura por cursos que ensinem a usar a voz profissionalmente
Jo�o Bertholini/Divulga��o
"Apresento recursos e ferramentas para que as pessoas fa�am as pazes e se reconhe�am na voz. Quando isto acontece, voc� acaba cantando com a voz que tem"
Raquel Coutinho, cantora e professora de canto
LUGAR DE FALA
Qualquer pessoa pode cantar? Pode, afirma a cantora e compositora Raquel Coutinho, que fala com conhecimento de causa. A partir de sua gradua��o em fonoaudiologia, em 1999, ela come�ou a ministrar cursos e oficinas sobre canto e voz. Atualmente, � professora de canto, ritmo, movimento e performance na Escola Livre de Artes - Arena da Cultura.
Desta quarta (26/4) a s�bado (29/4), Raquel estar� no Memorial Vale, com o curso "Voz em cena, oficina de direcionamento e cria��o art�stica". As inscri��es, j� esgotadas, foram abertas a pessoas de quaisquer forma��es, pois, como ela explica, a voz vai muito al�m do canto.
"A voz � fundamental na comunica��o. E quando falo voz, n�o � s� a que sai da boca, mas tamb�m a express�o corporal, as express�es faciais. Nessas oficinas, que costumo chamar de encontros, a gente descobre que a voz � um universo particular muito amplo, pois cada pessoa traz um mundo atrav�s da pr�pria voz. E, ao ouvir a voz de algu�m, voc� tamb�m encontra a sua pr�pria."
Raquel acrescenta que tais encontros s�o direcionados tanto para aqueles que t�m alguma pretens�o art�stica quanto para outros que queiram aprender a se comunicar melhor. "A internet � uma grande janela que se abriu, e muita gente, quando come�a a dar um curso on-line, n�o consegue se comunicar bem."
Raquel Coutinho se inspirou no budismo para lan�ar o disco 'Koan'
Escola na Lajinha
O interesse por saber usar a pr�pria voz cresceu tanto que, no segundo semestre, Raquel pretende abrir na Lajinha, espa�o que mant�m no bairro Santa Efig�nia, uma escola para voz e ritmo.
Quando come�a a dar uma aula, a primeira coisa que ela pergunta aos participantes � quem gosta da pr�pria voz. Muita gente responde n�o gostar. "Apresento recursos e ferramentas para que as pessoas fa�am as pazes e se reconhe�am na voz. Quando isto acontece, voc� acaba cantando com a voz que tem", acrescenta.
Raquel costuma trabalhar corpo e ritmo utilizando elementos da cultura popular, como tambores. "S�o ferramentas que nos conectam com o nosso corpo. E nossa voz vem do p�. Quando voc� est� firme no ch�o, com seguran�a, a voz sai. Cantar � um movimento natural. Claro que tem gente que tem mais talento, aptid�o, mas todo mundo pode cantar."
Os alunos do curso desta semana poder�o colocar o gog� � prova. No s�bado, �ltimo dia da oficina, o palco do Memorial Vale ser� aberto, a partir das 11h30, para uma apresenta��o resultante dos encontros. O p�blico est� convidado.
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