Alexandre Borges diz que o sucesso da produ��o demonstra que "as pessoas s�o capazes de furar uma bolha, mostrando que h� caminhos para outros estados, outros artistas aparecerem"
Estevam Avellar/Divulga��o
Se h� 20 anos algu�m dissesse a Edmilson Filho e Halder Gomes que um curta-metragem em torno de um propriet�rio de cinema no interior do Cear�, nos anos 1970, falado em “cearenc�s”, seria desdobrado em dois longas e uma s�rie de TV, os cabas da peste iriam rir na cara do interlocutor.
Mas, como o mundo d� voltas e voltinhas, hoje (27/4) a hist�ria � outra, e Edmilson n�o sabe onde colocar o cora��o cheio de alegria e felicidade com a estreia, na Globo, da terceira temporada da s�rie “Cine Holli�dy”.
“Acho que � uma hist�ria �nica no audiovisual mundial”, afirma, lembrando que tudo come�ou em 2001, com o curta “Cine Holi�dy – O astista contra o caba do mal”. Uma d�cada depois, veio o longa “Cine Holli�dy” (2012) e a sequ�ncia “Cine Holli�dy 2: A Chibata sideral” (2018).
A primeira temporada da s�rie estreou na Globo h� quatro anos. Filme e s�rie foram reconhecidos, em 2014 e 2020, no Pr�mio do Cinema Brasileiro, na categoria melhor longa-metragem de com�dia e melhor s�rie de fic��o da TV aberta.
Pacto com o diabo
Durante coletiva on-line, na semana passada, que reuniu parte do elenco e dire��o da s�rie, Edmilson disse que, diferentemente das temporadas anteriores, Francisgleydson, seu personagem, cometer� erros. “Talvez o maior deles seja o pacto com o diabo (Alexandre Borges). E ele ter� que resolver esse grande problema”, aponta o roteirista da s�rie, M�rcio Wilson.
Al�m das pend�ncias com o sete pele, Francis ainda est� se curando do fim do relacionamento com Francisca (Luisa Arraes), que foi embora de Pitombas no �ltimo cap�tulo da segunda temporada. Ele tamb�m tem que encarar a fal�ncia do cinema e um novo amor, Rosalinda (Larissa Goes), cantora de forr� que est� em turn� pela cidade.
A anima��o em Pitombas n�o para por a�. Acusada de corrup��o, a prefeita Socorro (Helo�sa P�riss�) acredita que s� se passando por homem (Ti�o) poder� ser ouvida e respeitada.
Francisgleydson �, na opini�o de Edmilson, um homem com um cora��o puro. O personagem foi inspirado, segundo o ator, no cearense que resolve as coisas na ponta da l�ngua, que n�o leva desaforo para casa. “Ele tem essa coisa do humor verbalizado que fazemos no Cear�”, diz.
Revela ainda que, n�o somente Francis, como todos os demais personagens que criou t�m um pouco do pr�prio Edmilson. “Mod�stia � parte, tenho um certo carisma. E as pessoas gostam desse carisma. �s vezes tento at� me podar e me pergunto se n�o estou sendo carism�tico demais.” No set, Edmilson afirma que quer dividir, compartilhar com os colegas. “Quero que todo mundo brilhe tanto quanto.”
Colega de Edmilson na s�rie, Matheus Nachtergaele (Oleg�rio) afirma que o ator representa, por meio de Francis, n�o somente o homem nordestino, como tamb�m a aspira��o de que a arte brasileira tenha representatividade e respeito. “Ele � o Brasil que sonha em ser respeitado sendo brasileiro. E n�s, que fazemos parte do n�cleo da prefeitura, somos a caretice, somos aquilo que atrapalha o sonho.”
Novos atores
Estreantes na s�rie, Larissa Goes e Alexandre Borges n�o escondiam o entusiasmo com o projeto. A atriz diz que acompanhou “Cine Holli�dy”, mas nunca se imaginou integrando o elenco da produ��o. Por isso, para ela, estar no set e ver como todo aquele mecanismo funcionava foi desafiador.
Sobre Rosalinda, sua personagem, diz que ela tem leveza e tamb�m um peso de determina��o. “Quando ela encuca com uma coisa, vai at� o fim. Ela tem independ�ncia, sabe o que quer. Gosto disso, bastante”, observa.
Alexandre tamb�m � f� da s�rie e do filme, que avalia terem uma trajet�ria impressionante. Na opini�o do ator, “Cine Holli�dy” trouxe um frescor � cinematografia brasileira. “Trouxe essa identidade t�o bem-vinda � cultura brasileira. Fico muito contente em ver todo esse sucesso e mostrar que as pessoas s�o capazes de furar uma bolha, mostrando que h� caminhos para outros estados, outros artistas aparecerem”.
Alexandre Borges cita tamb�m o fato de a s�rie mostrar um retrato do Brasil atual como outra qualidade do produto. “Apesar de a s�rie se passar em outra �poca, fora do tempo e do espa�o, ela mostra um pouco o que � o Brasil atual de forma bem humorada”, comenta, dizendo acreditar que, como a com�dia envolve mais as pessoas, elas absorvem melhor a mensagem.
Sobre seu personagem, afirma que o capeta foi baseado na literatura de cordel. “O diabo chuta o balde para falar os absurdos de um texto bem escrito”, elogia. Para o ator, estamos precisando da leveza que a s�rie oferece.
A segunda e a terceira temporadas de “ Cine Holli�dy” foram gravadas em uma batida s�, como descreveu Patr�cia Pedrosa, diretora art�stica da s�rie. Foi a forma encontrada para resolver o problema de agenda do elenco. Ela lembra que, da primeira para a segunda temporada, a loca��o saiu de Areia, no interior de S�o Paulo, para os est�dios Globo, no Rio de Janeiro, com direito a cidade cenogr�fica.
Em rela��o �s anteriores, a nova temporada, segundo Patr�cia, apresenta certa mudan�a no tom, com aprofundamento em comportamentos e tramas. A diretora art�stica comemora o fato de a s�rie ser, ao mesmo tempo, popular e cult. “Muito dif�cil ter uma s�rie na TV aberta que consiga pegar o p�blico que gosta do popular e esse lado cult da com�dia. Passeamos muito bem pelos dois universos”, diz, torcendo para que a quarta temporada seja confirmada.
“CINE HOLLI�DY”
• Estreia da terceira temporada da s�rie em 12 epis�dios, nesta quinta (27/4), �s 22h35, na Globo.
*Para comentar, fa�a seu login ou assine