Atrizes Jennifer Lopes e Lucy Paez, esta com sangue no rosto, em cena do filme A mãe

Interpretando m�e e filha, Jennifer Lopez e Lucy Paez vivem saga feminina com viol�ncia, drama e adrenalina

Netflix/reprodu��o

Liam Neeson j� vingou a morte ou salvou algum parente nas telas in�meras vezes, mais notoriamente na franquia “Busca implac�vel”. Keanu Reeves, tamb�m, deu o pontap� inicial em “John Wick” ao ir atr�s dos assassinos de seu cachorrinho. N�o � novidade, portanto, que filmes de Hollywood gostam de p�r astros para correr atr�s de gente que faz mal �s fam�lias de seus personagens.
 
O que n�o � t�o comum, por�m, � a presen�a de mulheres protagonizando esse subg�nero do cinema de a��o. Por isso, “A m�e”, dispon�vel na Netflix – l�der do top 10 da plataforma no �ltimo fim de semana –, causa estranhamento. Todos os ingredientes desse tipo de hist�ria est�o l�, mas colados ao rosto de Jennifer Lopez.

F�ria matriarcal

O longa abandona a f�rmula do pai ou marido ferido para acompanhar a f�ria matriarcal da mulher que, ap�s anos sem contato com a filha, precisa deixar seu esconderijo justamente para proteg�-la.
 
Sem nome, a personagem � simplesmente a “m�e” do t�tulo. Procurada por um grupo de criminosos, ela foi for�ada a entregar a menina logo ap�s o parto, devido a seu passado nebuloso e violento. Os anos longe, no entanto, n�o podaram seu instinto materno, termo visto hoje por alas do feminismo como controverso, mas que a diretora Niki Caro diz estar no cerne da trama.
 
 
 
“Essa � uma hist�ria sobre a m�e enquanto for�a primitiva. N�s estamos t�o acostumados a ver, nos filmes, m�es sendo afetuosas e acolhedoras, n�o exatamente interessantes, que este filme olha para um outro lado da maternidade. Fala da natureza animal, do instinto de prote��o”, afirma a cineasta.
 
Diretora do live-action de “Mulan”, vers�o com atores para o cl�ssico animado da Disney que aumentou a voltagem feminista j� intr�nseca � hist�ria chinesa, Niki Caro comemora a tomada do g�nero de a��o pelas mulheres – atrizes ou mesmo diretoras –, e considera importante a desconstru��o da ideia de que as mulheres s�o fr�geis, recatadas.
 
 
Niki Caro e os atores que servem de apoio a J.Lo – Joseph Fiennes e Omari Hardwick, no elenco ainda h� Gael Garc�a Bernal – veem o filme como homenagem �s figuras maternas de suas vidas.
 
“As mulheres nunca recebem o cr�dito que merecem. Quando h� alguma fisicalidade envolvida num papel, ele vai para o homem. Esse filme mostra o quanto a ind�stria est� mudando”, diz Hardwick, que interpreta o homem a quem a matriarca protagonista confia a filha ap�s o nascimento.

Caro destaca, no entanto, que nenhuma m�e � perfeita. Por mais que jogue com a ideia de instinto materno, nenhuma mulher nasce sabendo como lidar com os filhos.

Adolesc�ncia, eterno desafio

A jornada da protagonista deixa isso claro, j� que entre um chute e outro ela precisa lidar com o problema talvez muito maior que os criminosos na sua cola: a filha adolescente, uma estranha com quem quer desesperadamente se conectar.
 
“� incr�vel ver essa personagem, durona durante a primeira parte do filme, de repente ficar vulner�vel diante de uma adolescente de 13 anos”, diz a diretora.
 
“Eu e a Jennifer temos filhos na mesma faixa et�ria, adolescentes, e � isso. �s vezes voc� acha que est� arrasando e outras vezes voc� � um fracasso total”, confessa Niki Caro.

"A M�E"

EUA, 2023. Dire��o de NikiCaro, com Jennifer Lopez, Gael Garc�a Bernal e Joseph Fiennes. Filme dispon�vel na plataforma Netflix.