Pianista Eduardo Hazan � a atra��o de hoje do projeto 'Manh�s musicais'

Pode-se dizer que existem dois Eduardo Hazan: um antes da internet e outro depois. O pianista, diplomado pela Academia de M�sica de Viena e s�cio-fundador da Funda��o de Educa��o Art�stica de Belo Horizonte (FEA), quando n�o est� ensaiando, passa os dias salvando v�deos de interpreta��es de pe�as cl�ssicas em seu computador. “Devo ter uns 5 ou 6 mil v�deos salvos. A maioria de piano, que � o meu foco”, comenta.

Depois que descobriu o YouTube, ele diz que melhorou muito sua forma de tocar e a maneira de conceber obras. Al�m de contar com nova ferramenta para auxiliar seu m�todo de ensino.

“Digo para os meus alunos entrarem l� e pesquisarem, porque voc� consegue ter aulas gr�tis com (Vladimir) Horowitz e (Arthur) Rubinstein, � uma coisa fant�stica. Isso n�o existia no meu tempo de jovem. Mal, mal, a gente ouvia a si pr�prio tocando, o que � quantidade absolutamente insuficiente. Era o que t�nhamos na �poca”, afirma, citando dois grandes pianistas cl�ssicos do mundo moderno.

Aos 86 anos, Hazan ser� o homenageado da segunda edi��o da s�rie “Manh�s musicais” que ser� realizada neste domingo (4/6), na Sala S�rgio Magnani. O concerto marca a programa��o comemorativa de 60 anos da FEA.

O programa conta com as pe�as “Sonata para violino e piano em l� maior”, de C�sar Franck (1822-1890); “Bucolics, para viola e violoncelo”, de Witold Lutoslawski (1913-1994); e “Quarteto para piano e cordas em sol menor K.478”, de Mozart.

Na primeira, Hazan se apresenta com o violinista Rommel Fernandes. Em seguida, eles saem de cena para o violoncelista Robson Fonseca e o violista Gerry Varona interpretarem a pe�a de Lutoslawski. Por fim, a dupla Hazan e Fernandes volta para apresentar, com Varona e Fonseca, a sonata de Mozart.

 

Varona entrou para o quarteto nos �ltimos minutos do segundo tempo. Inicialmente, o violista era Jo�o Carlos Ferreira. Contudo, problemas de sa�de o levaram a cancelar sua participa��o no concerto.

“Com a franqueza que sempre me caracterizou, acho que o conjunto de c�mara, para fazer um trabalho absolutamente irretoc�vel, se � que isso existe, precisaria de seis meses de trabalho cont�nuo. Esse tempo � necess�rio para que haja entrosamento absolutamente total. Mas para os poucos ensaios que conseguimos fazer, o resultado foi muito agrad�vel. Me senti muito bem com a turma”, revela Hazan.

Com seis discos lan�ados e in�meros concertos ao redor do mundo – Hazan j� se apresentou para importantes nomes da cena cl�ssica, como Guiomar Novaes (1895-1979), Emil Gilels (1916-1985) e Nadia Boulanger (1887-1979), entre outros –, o pianista desenvolveu prefer�ncia por m�sica de c�mara. Em fun��o disso, Berenice Menegale, diretora da FEA, lhe deu liberdade para escolher as obras que quisesse tocar.

“A Berenice disse: 'Olha, sei que voc� gosta de m�sica de c�mara, ent�o est� liberado. Pode escolher duo, trio, quarteto'. Escolhi as duas pe�as de Mozart e Franck. Acho que est� de bom tamanho.”

Hazan n�o esconde a predile��o pelas duas sonatas. A de Mozart � “perfeita”, diz, n�o se pode acrescentar e nem retirar nenhuma nota para n�o estrag�-la.

J� a pe�a de Franck, nas palavras de Hazan, � “indescrit�vel”, uma das obras para piano e violino preferidas dos m�sicos. “Ali voc� percebe a paix�o e todos os estados de alma que a gente pode imaginar. Ela tem ainda alguma coisa misteriosa e termina de maneira apote�tica, brilhante. Quem ouve quer ouvir sempre”, enfatiza.

Completando a programa��o comemorativa dos 60 anos da funda��o, ser� aberta,  neste domingo, a mostra “Cole��o FEA”, com 14 pe�as do acervo da institui��o.

S�o obras de artistas pl�sticos que, de alguma forma, tiveram rela��o com a funda��o ao longo dessas seis d�cadas, como Amilcar de Castro, Augusto Rodrigues, Carlos Scliar, Fayga Ostrower, Fernando Veloso, Maria Helena Andr�s e M�rio Sil�sio, que d� nome � galeria da FEA.

• Apresenta��o do pianista Eduardo Hazan e m�sicos convidados
• Abertura da exposi��o do acervo da FEA. Neste domingo (4/6), �s 11h, na Funda��o de Educa��o Art�stica (Rua Gon�alves Dias, 320, Funcion�rios)
• Entrada franca