cantores Caio Prado e Larissa Luz

Os cantores Caio Prado e Larissa Luz v�o relembrar sucessos de v�rias fases da carreira de Elza Soares

Victor Balde/divulga��o

Elza Soares se apresentaria no Rock in Rio em 2022, mas partiu oito meses antes do evento, aos 91 anos. Em setembro, o festival fez homenagem � brasileira considerada “A Voz do Mil�nio” pela r�dio brit�nica BBC.

Larissa Luz, Gaby Amarantos, Mart'n�lia, Majur, Agnes Nunes e Caio Prado subiram ao Palco Sunset com a responsabilidade de prestar tributo � artista que, de alguma forma, influenciou cada um deles. Deu t�o certo que neste s�bado (17/6), Larissa e Caio voltam a interpretar cl�ssicos do repert�rio de Elza no Grande Teatro do Sesc Palladium, em BH.

O cantor e compositor Caio Prado conquistou Elza com a m�sica “N�o recomendado”, um manifesto pela liberdade, contra a homofobia, a transfobia e o machismo. A can��o foi gravada por ela no �lbum “Planeta fome”, em 2019. A partir dali, o jovem autor passou a chamar a aten��o como um dos talentos da nova cena da m�sica brasileira.
 
 

Divisor de �guas

Caio diz que Elza foi o divisor de �guas em sua carreira. “Quando ela gravou minha m�sica, foi a reafirma��o do meu trabalho. Ver aquela mulher, no auge de seus 80 anos, pegando a composi��o de outra gera��o e 'estampando' no palco ‘n�o h� cura para o que n�o � doen�a’ foi muito incr�vel, inspirador. Me deu muito g�s”, conta ele.

“Quando a vi cantar essa m�sica pela primeira vez, ela repetiu a can��o no palco, pois n�o saiu totalmente como esperava. Elza cantava tudo com muita �nfase”, relembra.

O tributo remete ao �ltimo show de Elza. Gravado no Theatro Municipal de S�o Paulo, ele foi transformado em �lbum e no DVD vencedor do Pr�mio da M�sica Brasileira.

Larissa Luz e Caio Prado se revezam entre momentos solo e em duo, interpretando repert�rio que vai de “A mulher do fim do mundo” e “Dura na queda”, mais recentes, a “Se acaso voc� chegasse” e “Salve a Mocidade”, antigos sucessos.
 

'Ver aquela mulher, no auge de seus 80 anos, pegando a composi��o de outra gera��o e 'estampando' no palco 'n�o h� cura para o que n�o � doen�a' foi muito incr�vel, inspirador. Me deu muito g�s'

Caio Prado, cantor e compositor

 

Sozinhos no palco, eles apresentam can��es com as quais mais se identificam. No caso de Caio, a preferida � “Malandro”, que, segundo o artista, � sua conex�o com a fam�lia e o lugar de onde veio, o bairro carioca de Realengo.

“Eu amo cantar ‘Malandro’. Essa can��o � um retrato da sociedade brasileira”, diz Caio, observando que Elza simboliza a for�a do povo brasileiro. “Mulher preta altiva, ela sofreu todos os tipos de preconceito e ainda assim se manteve de p�, se reinventando”, destaca.
 
 

A banda que sobe ao palco com a dupla � a mesma que acompanhou Elza Soares nos �ltimos tempos. O repert�rio passeia pelos v�rios ritmos  explorados pela cantora – do samba e MPB ao rock e blues –, com direito a coro e percuss�o. Apesar da densidade do set list, todos se divertem e saem do teatro “com o sentimento de querer viver”, diz Caio.

O carioca destaca a heran�a que  sua musa deixou para o Brasil. “O maior legado de Elza � a for�a da m�sica preta. As letras dela s�o para as m�es, os filhos e os netos. � m�sica que vai ecoar pelos pr�ximos 50, 100, 200 anos. Elza � a prova de que a cultura vem para nos salvar, para trazer alegria e olhares novos”, comenta.
 
Elza Soares está de perfil, usando turbante e maquiagem dourados

Elza Soares completaria 91 anos no pr�ximo dia 23, quando ser� lan�ado seu disco p�stumo de in�ditas

Stephanne Munier/divulga��o
 

O mutir�o feminino de Elza

Em 2023, Elza Soares comemoraria 70 anos de carreira. Para celebrar a data, na pr�xima sexta-feira, 23 de junho (dia do anivers�rio dela), ser� lan�ado o �lbum p�stumo da cantora.
 
O repert�rio traz a in�dita que Rita Lee e Roberto de Carvalho lhe dedicaram. A letra de “Rainha africana” diz: “Olha bem pra minha cara/ Veja em mim uma mulher/ Que passou por muita dor/ Mesmo assim aqui estou/ Soltando minha voz”.
 

O �lbum “No tempo da intoler�ncia” come�ou a ser idealizado em 2019, enquanto Elza terminava o disco “Planeta fome”. Ela queria gravar apenas compositoras mulheres. Al�m de Rita, Pitty escreveu “Feminelza” e Josyara contribuiu com “Mulher pra mulher (a voz triunfal)”.

Elza se apaixonou por “Quem disse?”, composi��o de Isabela Moraes, e a incluiu no disco. Esta can��o trata de feminismo, empoderamento, negritude, pobreza e desigualdade social.

O �lbum conta tamb�m com a melodia de Dona Ivone Lara que ganhou letra de Elza Soares em parceria com Pedro Loureiro, “No compasso da vida”. A cantora tamb�m assina as faixas “Coragem” e “No tempo da intoler�ncia”, que trazem versos anotados por ela em cadernos de mem�rias.

"ELZA TRIBUTO"

• Com Caio Prado e Larissa Luz.
• Neste s�bado (17/6), �s 21h, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro).
• Inteira: R$ 160 (plateia 1), R$ 150 (plateia 2) e R$ 100 (plateia 3), com meia-entrada na forma da lei.
• Vendas on-line na plataforma Sympla.
 
* Estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria