Anderson Talisca, parceiro de CR7 no ataque do Al Nassr, da Arábia Saudita, é conhecido no trap e no R&B como Spark. Artista em está turnê no Brasil e Europa

Anderson Talisca � conhecido no trap e no R&B como Spark. Artista em est� turn� no Brasil e Europa

reprodu��o/instagram
 

O quanto voc� � motivado por seus sonhos de inf�ncia? Para Anderson Talisca, a carreira na m�sica n�o � apenas um hobby, mas a realiza��o de tudo aquilo que ele queria ser antes de se tornar jogador profissional de futebol. Com o nome art�stico Spark, o atacante brasileiro investe em trabalhos voltados para as vertentes do trap e do R&B.

Natural de Feira de Santana, na Bahia, Talisca, de 29 anos, � companheiro de ataque de Cristiano Ronaldo no Al Nassr, da Ar�bia Saudita. De f�rias, o atleta aproveita o tempo longe dos gramados para sair em turn� como cantor. Ao todo, ser�o 17 shows no Brasil e mais tr�s apresenta��es na Europa, entre 4 de junho e 2 de julho.

“A minha rela��o com a m�sica � mais antiga do que a com o futebol. Eu conheci a arte primeiro porque, para se matricular no col�gio em que eu estudava, era preciso fazer arte, ser m�sico. E foi a� que eu comecei a aprender, a conhecer a m�sica e a arte. Nessa �poca, tocava fanfarra. Participava daqueles desfiles de bandas de col�gio, como em 7 de Setembro. Isso com certeza me inspira at� hoje”, explicou o artista em entrevista ao Estado de Minas.

O jogador revela que s� trocou a m�sica pelo esporte porque precisava ganhar dinheiro para ajudar a m�e em um momento complicado da fam�lia. “Minha m�e estava gr�vida do meu irm�o e passava por problemas, ent�o precisava fazer algo para ajud�-la. Como comecei a sair de casa para jogar e j� ganhava um dinheiro com o futebol amador, n�o tinha tempo para ficar na m�sica. Foi esse balan�o que tive que fazer quando ainda era jovem.”

NOS GRAMADOS Revelado nas categorias de base do Bahia, em 2013, Talisca foi vendido ao Benfica, de Portugal, no ano seguinte. Desde ent�o, passou por clubes da Turquia e da China, antes de chegar ao Al Nassr. Ele tamb�m tem passagens pelos times Sub-20, ol�mpico e profissional da Sele��o Brasileira.

J� a carreira como Spark veio a come�ar apenas em agosto de 2020, com a m�sica “Sorte”. O �ltimo lan�amento do artista foi a faixa “Felina”, com participa��o do rapper L7NNON, em maio deste ano.

Para os pr�ximos meses, Talisca promete um novo EP de Spark, que contar� com colabora��es de v�rios artistas do rap nacional. O jovem Caio Luccas, de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, � o feat confirmado at� o momento.

“Todos os feats que fa�o, geralmente, � quando estou junto com a rapaziada. Fazemos essa conex�o quando eu estou no Brasil ou quando encontro com eles na Europa ou viajando. O meu produtor, Rafa Jah, mora comigo, por isso conseguimos gravar sempre”, diz Talisca.


DOBRADINHA O artista-jogador ou jogador-artista diz que � tranquilo conciliar futebol com a m�sica. “A genda de shows do Spark s� est� aberta quando estou de f�rias do futebol. Quando n�o estou de f�rias, s� trabalho o digital. � bem organizado essa coisa de estar no campo ou estar nos palcos.”

Talisca diz que o artista norte-americano Blxst � sua maior refer�ncia no R&B. Nos shows, al�m do repert�rio autoral, ele faz covers de faixas de outros cantores brasileiros. “C�u azul”, da banda Charlie Brown Jr., � uma das m�sicas que ganharam nova vers�o nas apresenta��es do baiano.

“Minha maior liga��o � com o R&B, um g�nero musical que poucas pessoas fazem aqui no Brasil. Tem bastante gente que faz, mas com muito pouco (investimento) ainda. � um movimento que est� come�ando a ficar quente no Brasil. Tem uma galera boa fazendo”, afirma.

PRECURSORES O esporte sempre esteve muito ligado � m�sica. Ao longo da hist�ria, v�rios grandes atletas mundiais conciliaram em algum momento as duas paix�es. No basquete, � poss�vel citar o ex-piv� Shaquille O’Neal e o armador Damian Lillard, da NBA, como exemplos de jogadores que fizeram carreira no rap.

No futebol, h� uma maior variedade de estilos. O ex-lateral-esquerdo J�nior, �dolo do Flamengo e da Sele��o Brasileira, lan�ou discos e teve longa estrada como sambista nos anos 1980. E o ex-meia Marcelinho Carioca, que jogou no Corinthians, teve carreira consolidada no pagode.

Atualmente, h� v�rios jogadores brasileiros e europeus se arriscando no hip-hop. � o caso dos atacantes Gabigol, do Flamengo; Rafael Le�o, do Milan e da Sele��o Portuguesa, e Memphis Depay, do Atl�tico de Madrid e da Sele��o Holandesa.

Talisca, por�m, acredita que os outros atletas n�o investem na m�sica da mesma forma que ele e constroem suas carreiras apenas por uma quest�o de estilo de vida e hobby. “Conhe�o muitos caras que t�m interesse (na m�sica), mas eles fazem por fazer, tratam mais como um hobby. J� a minha parada n�o � por hobby, � totalmente diferente (da deles). Se fosse por hobby, n�o faria shows. Os caras n�o fazem show, nem nada, fazem s� para se divertir (risos), porque gostam do estilo de vida dos caras do hip-hop, da galera americana. Os caras curtem essa vibe, mas eu tenho projetos”.
 

F�S Por fim, Talisca conta que as m�sicas de Spark n�o tocam no vesti�rio do Al Nassr, mas s�o escutadas pelos atletas. Cristiano Ronaldo, com quem divide o ataque do time �rabe, j� ouviu os seus trabalhos. Hulk, do Atl�tico, � outro nome citado como f� e seguidor.