Milan Kundera morreu na madrugada desta quarta-feira (12/7), aos 94 anos
Kundera ficou conhecido por retratar temas e personagens que flutuavam entre a realidade mundana da vida cotidiana e o mundo elevado das ideias.
Se o regime comunista que se instaurou em seguida retirou sua cidadania nacional, o governo tcheco fez um gesto simb�lico de devolv�-la em 2019, quando o escritor j� tinha passado dos 90 anos e estava quase totalmente recluso.
Sua obra mais conhecida, o best-seller mundial "A Insustent�vel Leveza do Ser", come�ou a ser pensada pouco depois da Primavera de Praga em 1968, mas foi publicado em 1984 na Fran�a, com ampla repercuss�o e dezenas de tradu��es.
O romance acompanha as paix�es e ideais de quatro personagens, Tomas, Tereza, Sabina e Franz. O livro virou filme em l�ngua inglesa em 1988, dirigido por Philip Kaufman com Daniel Day-Lewis e Juliette Binoche.
Seu romance de estreia, "A Brincadeira", considerado seu primeiro passo na trajet�ria de membro do partido a dissidente, foi publicado em 1967 e ofereceu um retrato contundente do regime comunista.
Ele disse ao di�rio franc�s Le Monde em 1976 que chamar suas obras de pol�ticas era simplificar demais e, portanto, obscurecer seu verdadeiro significado. Por isso, n�o costumava dar entrevistas, afirmando que os livros deviam falar por si.
Outras de suas obras mais famosas s�o "O Livro do Riso e do Esquecimento", o primeiro escrito no ex�lio, e os romances "A Valsa dos Adeuses", "A Vida Est� em Outro Lugar" e "A Ignor�ncia". Seu livro de contos "Ris�veis Amores" tamb�m alcan�ou status de best-seller no Brasil.
Sua obra de n�o fic��o tamb�m est� bem editada por aqui, incluindo "A Cortina", com reflex�es sobre a literatura ocidental,, "Testamentos Tra�dos" e "A Arte do Romance".
O autor tcheco, que come�ou a carreira escrevendo poemas, encerrou sua produ��o em 2014 com "A Festa da Insignific�ncia" —um livro leve e bem-humorado, que acompanha amigos � deriva em Paris.
Sua obra � publicada no Brasil pela Companhia das Letras, que a lan�ou em ebook pela primeira vez este ano —o autor era historicamente contra a ideia. A editora promete desde o ano passado o ensaio "Um Ocidente Sequestrado ou a Trag�dia da Europa Central", ainda in�dito, e a pe�a "Jacques e Seu Amo", h� muito fora de cat�logo.
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