Ailton Krenak tomou posse na Academia Mineira de Letras em mar�o deste ano
O escritor Ailton Krenak, integrante da Academia Mineira de Letras (AML), concorre � cadeira n�mero 5 da Academia Brasileira de Letras (ABL), vaga com a morte do historiador Jos� Murilo de Carvalho no �ltimo domingo (13/8), em decorr�ncia da COVID-19. Ambos nasceram em Minas Gerais.
O l�der ind�gena e escritor tem sido estimulado por segmentos importantes da sociedade civil a concorrer � vaga. A inscri��o ocorreu hoje. Krenaj enviar� carta de inten��o aos acad�micas e acad�micos respons�veis pela elei��o.
O pensador, ambientalista, fil�sofo, poeta e escritor nasceu em Itabirinha, no Vale do Rio Doce, em 1953. � autor de “Ideias para adiar o fim do mundo”, “Futuro ancestral” e “A vida n�o � �til”, entre outros livros. Sua obra foi traduzida em mais de 13 idiomas. Atualmente, vive na Reserva Ind�gena Krenak, na cidade mineira de Resplendor, tamb�m no Vale do Rio Doce.
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Uma das vozes mais influentes na defesa da unidade entre homem e natureza, Krenak � professor honoris causa pela Universidade de Bras�lia (UnB) e pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Humanidade em xeque
Em cr�tica ao descolamento e � falta de sintonia da chamada “humanidade” com a terra –sistematicamente “devorada” por grandes corpora��es que controlam os recursos financeiros em circula��o no planeta, o autor chama a aten��o para a exclus�o desse seleto grupo de uma variedade daquelas que s�o consideradas “sub-humanidades” – cai�aras, ind�genas, quilombolas –, que vivem em coletivos em seus territ�rios de origem, vinculados � mem�ria ancestral.
Tamb�m integram o grupo das “sub-humanidades” todos aqueles que, arrancados das terras que lhes emprestam identidade, foram lan�ados �s periferias das cidades, em �reas vulner�veis e degradadas.
“Como justificar que somos uma humanidade se mais de 70% est�o totalmente alienados do m�nimo exerc�cio de ser? A moderniza��o jogou essa gente do campo e da floresta para viver em favelas e em periferias, para virar m�o de obra em centros urbanos. Essas pessoas foram arrancadas de seus coletivos, de seus lugares de origem, e jogadas nesse liquidificador chamado humanidade”, afirma Ailton Krenak.
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