Pabllo Vittar se apresenta no The Town dia 10 de setembro, no palco The One
Os ensaios para o show come�aram em julho, antes de Vittar fazer uma turn� na Europa entre o final de agosto e o in�cio de setembro. Depois do festival paulistano, ela deve fazer uma resid�ncia de quase um m�s na Am�rica do Norte, onde dividir� o palco com a canadense Alice Glass, ex-Crystal Castles, e a sueca Cobrah.
Sonoridade
No exterior, a cantora dialoga principalmente com a cena queer eletr�nica, muito menos pop do que a realidade brasileira. J� no Brasil, Vittar foi al�ada ao estrelato no meio da d�cada passada justamente pelo som chiclete, com uma mistura de refer�ncias. Em seu quinto disco, "Noitada", lan�ado em fevereiro, ela demonstra maturidade ao cantar sobre os prazeres do hedonismo de forma expl�cita.
A mudan�a surgiu depois que a artista se conectou com a noite paulistana. Influenciada pela liberdade das madrugadas nas pistas de dan�a, ela apresenta uma faceta diferente. "Estou chegando aos 30 anos, e meu p�blico tamb�m amadureceu. N�o canto nada diferente do que as pessoas j� escutam", diz.
O disco de remixes "After", lan�ado em julho, foi costurado na noite de lan�amento do antecessor. Ap�s beber alguns drinques a mais, Jup do Bairro conta que tomou coragem para pedir uma colabora��o com Vittar. A parceria foi concretizada em "Descontrolada", que na primeira vers�o foi gravada com MC Carol.
"Sempre fa�o uma sele��o de convidados visando a galera da comunidade LGBTQIA+, pessoas que n�o t�m tanta visibilidade. Eu queria algu�m que tivesse a pot�ncia da Carol para estar no remix, ent�o Jup traz essa for�a", diz a cantora.
O �lbum de remixes tem ainda colabora��es com DJs e artistas de nicho, como a drag queen Frimes, as funkeiras MC Naninha e Irm�s de Pau, al�m dos DJs Cyberkillz, RHR e Delcu.
Convidadas no The Town
Com um disco lan�ado, "Corpo Sem Ju�zo", de 2020, a paulistana Jup do Bairro representa uma ponte com a cena underground eletr�nica. Travesti e perif�rica, ela conta que teve total autonomia na composi��o. "Falei para terem cuidado com a liberdade que me d�o. Eu queria usar os palavr�es e a sexualiza��o do meu corpo para falar sobre vontades e desejos, algo que ainda � um tabu", diz ela.
Por meio de uma vis�o mais solar, Liniker tamb�m aborda afetos e relacionamentos a partir da viv�ncia de uma artista travesti. Seu primeiro disco solo, "Indigo Borboleta Anil", de 2021, venceu o Grammy Latino de melhor �lbum de m�sica popular brasileira.
O encontro no The Town une tr�s talentos que transformaram a cena da m�sica pop na virada de d�cada. "Cantar com Pabllo e Jup � uma alegria imensa. Ser� um dia hist�rico", diz Liniker, que conheceu Pabllo quando tocava acompanhada dos Caramelows.
Liniker desembarcou em Uberl�ndia, cidade onde Vittar passou a adolesc�ncia, e no camarim da casa de show foi apresentada � drag queen, que tinha viralizado com "Open Bar" naquele ano de 2015.
J� Jup do Bairro surgiu na trajet�ria de Liniker durante as grava��es do disco "Pajub�", de 2017. No meio tempo, a amizade se intensificou, mas elas nunca conseguiram tirar o plano da parceria do papel at� o convite do The Town, algo que elas acreditam que seria impens�vel poucos anos atr�s.
Isso porque a ind�stria da m�sica insistia em incluir artistas com identidades musicais distintas no mesmo guarda-chuva da "m�sica LGBTQIA+".
A apresenta��o representa um marco mesmo na carreira de Vittar, que tem, entre as tr�s, a maior expressividade nas plataformas de streaming. Hoje, ela soma cerca de tr�s milh�es de ouvintes mensais no Spotify.
� que nas �ltimas edi��es do Rock in Rio, festival dos mesmos organizadores do The Town, Vittar surpreendeu o p�blico ao aparecer nos shows da cantora americana Fergie e da brit�nica Rita Ora. Sem ter, no entanto, um show para chamar de seu.
Agora, Vittar diz que chegou a sua hora de brilhar. Mas n�o sozinha. Para ela, a apresenta��o vai refletir a pot�ncia da arte criada pelas comunidades que fogem � normatividade.
Pabllo Vittar no The Town
Quando: Dom. (10), �s 17h10
Onde: Palco The One
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