Banda mineira Deu Samba se prepara para gravar m�sicas autorais

A banda Deu Samba conquistou o cora��o do p�blico de Belo Horizonte ao unir hits de grandes artistas brasileiros ao pagode em uma brincadeira entre amigos, que come�ou em 2008. Agora, com o sucesso que explodiu na capital mineira, o grupo emplacou um DVD diretamente do morro do Vidigal, no alto do Rio de Janeiro, e conta no podcast Divirta-se, do Estado de Minas, que se prepara para lan�ar m�sicas autorais.

O Deu Samba come�ou como uma roda de samba em um restaurante da Avenida Fleming, Regi�o Norte de Belo Horizonte. “Era uma brincadeira com amigos, uma roda de samba, um hobbie. Durante anos deu certo”, diz o empres�rio e percussionista Andr� Barcellos.

Entre uma pausa e outra, em 2019 ele investiu no projeto e abriu o pr�prio espa�o na mesma avenida com o nome de “Deu Samba”. Formado por Paulinho Oliveira (cantor), F�bio Henrique Palmito (cantor), Andr� Barcellos (percussionista), Fabr�cio Fashion (percussionista) e Tiago Cosso (percussionista), eles se re�nem todos os domingos para cantar no bar enquanto o p�blico aumenta cada vez mais.

Foi Paulinho quem insistiu na ideia de fazer a banda crescer. “O nosso projeto � muito bom, precisa ser mostrado para esse ‘Brasilz�o’. Isso me incomodava muito porque vinham muitas pessoas de outros estados ver a gente e quando dava o intervalo da nossa roda de samba me cobravam: ‘Onde eu vejo mais o show de voc�s?’. Eu j� pensava que precisava fazer esse projeto rodar”, conta o vocalista.

Primeiramente, eles gravaram algumas m�sicas no pr�prio bar, como “La Belle De Jour”, de Alceu Valen�a, “Fulminante”, de Mumuzinho, ou “Medo Bobo”, de Maiara e Mara�sa. “Todo mundo tem uma bagagem musical, � uma galera muito boa que est� com a gente. Paulinho sempre me pediu muito, a� falei: ‘Beleza, vamos fazer um audiovisual. Se isso andar, a gente coloca a banda para andar’”, conta Andr�. 

 

 

Deu certo. No final de 2022, o grupo evoluiu o cen�rio e foi parar no Bar da Laje, no alto do morro Vidigal, no Rio de Janeiro, e gravou um DVD com 50 can��es. O local foi uma sugest�o de F�bio Henrique, o Palmito, que mora no Rio de Janeiro h� 7 anos e explica que a propriet�ria, Gilda Brand�o, foi uma das primeiras a abrir as portas para ele na cidade. Ela, inclusive, abriu uma exce��o para o grupo mineiro. “Dona Gilda � maravilhosa, mas eu j� vi artistas como o Tierry ligar e pedir para gravar um DVD l� e ela n�o deixar. Sei que dois cantores s� gravaram l�: o Xande de Pilares gravou uma m�sica e a Naiara Azevedo um DVD, que levou Safad�o, Ivete Sangalo”, ressalta Palmito.

O projeto � o primeiro filho e aposta da banda “furou” a bolha de Belo Horizonte. “Voc� v� que o projeto ganhou propor��es maiores porque outro dia eu estava em uma comunidade do Rio, passei de frente um bar e estava tocando nosso DVD”, comemora o vocalista. “No ber�o do samba, colocaram uma banda de Minas Gerais, a terra do p�o de queijo, para tocar. Isso � muito gratificante”, acrescenta Andr�. 

O repert�rio da banda, como citado anteriormente, passa por todos os estilos musicais. “Aqui s�o dois cantores rom�nticos. Eu vim de uma banda que tocava muito pagode. Quando eu conheci o Andr�, a ideia dele era muito nova para mim. Um cantor de pagode cantar rock, ax�, forr�? Fui entendendo que o povo n�o quer sair de casa s� para o pagode, que � muito bom e eu amo, mas o projeto em si � muito rico”, conta Paulinho.

“Se vai em um show nosso, a gente agrada o p�blico de todos os estilos. �s vezes a gente toca Kid Abelha e tem uma pessoa l� no meio que gosta. S� muda o ritmo e a galera curte muito”, acrescenta ele.

Por isso, para selecionar as m�sicas do DVD foi um pouco mais dif�cil do que imaginavam, pensando no repert�rio que cinco m�sicos gostam de tocar. “N�o � f�cil. Foram 150 m�sicas para escolher 50”, diz o cantor. “Cada um tem uma ideia e a gente junta tudo depois. Cada um � diferente no ritmo do outro, mas todos amam pagode”, completa Andr�.

Apesar da ess�ncia da banda ser essa mistura de ritmos, eles j� come�aram a investir em trabalhos autorais. “Hoje nosso repert�rio � totalmente cover, mas sentamos para gravar m�sicas autorais”, afirma Palmito.

“Automaticamente, como esse projeto est� ganhando grandes propor��es, vem r�dio e televis�o cobrando essas m�sicas autorais para navegar nesses nichos de cultura. Se voc� n�o tiver autoral, n�o adianta cantar m�sicas de outras pessoas que a� voc� s� � mais um. Ent�o estamos em busca dessa primeira m�sica para chegar com o p� na porta, se der certo a gente vai gravando outras com o tempo tamb�m”, acrescenta.

Ele mesmo, al�m de cantor, � compositor. “O grupo Menos � Mais, hoje em dia � a banda de pagode mais falada do pa�s, tem uma can��o dele”, elogia o empres�rio. “O Revela��o gravou uma m�sica minha, n�o tem dinheiro que pague isso. � uma realiza��o gigantesca. Eu sempre escrevi de hobby, mas quando isso aconteceu eu falei: ‘Eu n�o estou t�o jogado �s tra�as assim. Tem uma m�sica minha no Revela��o, vou continuar escrevendo que vai me levar a algum lugar’”, ressalta Palmito.