'Gen V' revela podres de faculdade sanguinolenta que fabrica super-her�is

A julgar pelo volume de sangue derramado no primeiro epis�dio de “Gen V”, a s�rie derivada de “The boys” vai se manter fiel � viol�ncia de sua origin�ria. H� sangue jorrando de cortes nas m�os, degola��es, implos�es humanas e at� de menstrua��o.

Nem o ar mais pueril e protegido da universidade onde a trama se passa, distante, em teoria, dos perigos que amea�am cidades inteiras em “The boys”, impediu que a viol�ncia se tornasse, na nova s�rie tamb�m, uma marca registrada.

E n�o s�. O sexo, essencial para que a antecessora bombasse nas redes sociais com absurdos pornogr�ficos como a “supersuruba”, faz sangue e s�men se misturarem nos primeiros epis�dios de “Gen V”.

Com estreia agora no Amazon Prime Video, o t�tulo acompanha Marie Moreau (Jaz Sinclair), jovem que acaba de ingressar em Godolkin, a mais prestigiosa universidade para super-her�is dos Estados Unidos. Ela sonha em combater o crime, mas chegando l� se frustra ao saber que a maioria dos formandos vai acabar como marionete circense para a empresa que controla tudo o que � relacionado aos superpoderosos.

Capaz de controlar o sangue, ela luta ainda com o passado traum�tico e logo se enturma com Emma (Lizze Broadway), capaz de virar uma vers�o em miniatura de si mesma; Andre (Chance Perdomo), que controla metais; Cate (Madie Philipps), que induz qualquer pessoa a fazer o que ela quiser com o toque das m�os; Jordan (Derek Luh), metamorfo que alterna entre a vers�o feminilizada e outra masculinizada de si mesmo, e Garoto Dourado (Patrick Schwarzenneger, filho de Arnold), o popular que entra em combust�o quando quer.

Se o sexo entre um humano e um polvo n�o foi choque suficiente em “The boys”, “Gen V” chega para rivalizar nesse quesito. N�o demora muito at� a primeira pr�tese peniana ser mostrada, estourada, na tela, enquanto a estudante capaz de diminuir seu tamanho se balan�a no �rg�o, como se estivesse num pole dance.

Mas n�o � s� de sexo e sangue que vive o universo criado por Evan Goldberg, Eric Kripke e Craig Rosenberg. Os alunos logo descobrem que, sendo este um spin-off de “The boys”, h� algo de sombrio por tr�s da universidade e das figuras aparentemente paternais que a chefiam.

 

 

De novo, a podrid�o do mundo que fabrica super-her�is para que cidades fechem contratos milion�rios com a empresa que os agencia – assim eles podem salvar cidad�os de qualquer perigo e virar, eles pr�prios, uma marca, � mostrada com humor �cido que respinga na nossa realidade.

“Isso comprova o que sempre digo, que estamos na era do p�s-racismo”, diz uma personagem branca ao parabenizar o primeiro her�i negro a entrar no grupo de elite de salvadores do povo americano. Pouco depois, outra representante da mesma empresa deixa claro que Jordan, n�o bin�rio, pode at� ser excepcionalmente talentoso, mas jamais seria aceito em regi�es conservadoras do pa�s e, portanto, seria melhor ignorar o her�i.

 

 

Como toda s�rie adolescente, dilemas do “coming of age” est�o presentes, mas do jeitinho “The boys”, com criatividade de sobra. Emma (Lizze Broadway), estudante que diminui de tamanho, precisa for�ar o v�mito para alcan�ar tal feito. Jordan tem suas quest�es de identidade de g�nero exploradas por meio do corpo metamorfo. Bulimia, depress�o, suic�dio, despertar sexual, uso de drogas e outros dilemas adolescentes est�o l�, mascarados.

Para os brasileiros, h� ainda o gostinho especial de ver o ator Marco Pigossi (doutor Edison Cardosa) em cena, mesmo que ele demore para aparecer. Ao que tudo indica, n�o ser� exatamente o tipo de mocinho que o consagrou na TV brasileira, ao comandar, aqui, um laborat�rio no subterr�neo da universidade. 

Primeira temporada, com tr�s epis�dios. Dispon�vel no Prime Video.