Naila Schuberth

Naila Schuberth como Hannah em "Depois da cabana"

Netflix/divulga��o

 
A miniss�rie alem� “Depois da cabana” alcan�ou, at� o momento, seis semanas consecutivas no top 10 global da Netflix em produ��es para TV em l�ngua n�o inglesa. Foi adaptada do romance “Liebes Kind” (“Querida crian�a”, em tradu��o livre), de Romy Hausmann, best-seller em v�rios pa�ses, por�m in�dito no Brasil.
 
O sucesso da produ��o reflete tanto os m�ritos da narrativa quanto os dem�ritos da plataforma. O cat�logo da Netflix � imenso. Para o assinante ass�duo, � complicado encontrar entre a infinidade de novos t�tulos uma produ��o adulta que n�o subestime a intelig�ncia do espectador.
 
Diante disso, chegamos a “Depois da cabana”, que aterroriza, em alguns momentos, pela sutileza. Duas pessoas s�o resgatadas de um atropelamento: uma mulher, em p�ssimo estado, e a filha pr�-adolescente. O carro est� aparentemente destru�do – n�o h� sinal do condutor.
 
A menina, que n�o sofreu nada, explica o que houve. Ainda na ambul�ncia, avisa o tipo sangu�neo da m�e. Nesta mesma noite, policial fica sabendo da chegada de uma mulher e sua filha ao hospital. Avisa para um homem que deve Lena, sua filha desaparecida h� 13 anos.

Doce e l�grimas

Paralelamente, flashbacks mostram a mulher, a menina e um garoto em uma sala brincando. A alegria se esvai com a chegada do pai. As crian�as sorriem para ele e ganham doce – a mulher, que traz marca nas m�os, treme. “Voc� n�o deveria chorar na frente das crian�as, Lena. Voc� conhece as regras”, ele diz. Em momento algum o rosto do pai � revelado.
 
 
 
Isso � s� o come�o da miniss�rie que, em seis epis�dios (a medida exata, sem criar barrigas nem tramas de dif�cil resolu��o), trata de abuso, viol�ncia e das consequ�ncias dos traumas.
 
A hist�ria se complica quando o pai da suposta desaparecida chega ao hospital. Aquela mulher, que quase morreu porque recebeu sangue incompat�vel com o dela, n�o � a filha dele.
 
A� tem coisa: por que a menina mentiria sobre o tipo sangu�neo da m�e? O clima s� complica quando o homem v� a garota. Ela � tal e qual Lena na inf�ncia. Investigadora � colocada no comando do caso e vai se juntar ao antigo policial para tentar descobrir o jogo. N�o � o caso “apenas” de uma fam�lia mantida em cativeiro – parece algo pior.
 
Um dos pontos centrais � a real identidade de Lena. � medida que a trama avan�a, ficamos sabendo sobre o passado de Lena e das crian�as. Tudo � entregue aos poucos. A produ��o tampouco passa a m�o na cabe�a do espectador. � direta, sem condescend�ncia e nenhum apelo para o melodrama, o que � positivo.
 
A chave do enigma parece estar na garota, brilhante para a sua pouca idade. Ela age de maneira sorrateira com aqueles que a cercam, n�o se adapta ao mundo do lado de fora. A d�vida sobre a personagem, a verdadeira protagonista, permanece at� a sequ�ncia final. 

“DEPOIS DA CABANA”

Miniss�rie com seis epis�dios, dispon�vel na Netflix