Companhia nova-iorquina que satiriza o ballet faz duas apresenta��es em BH
Les Ballets Trockadero de Monte Carlo, formada exclusivamente por homens que se vestem como bailarinas, estar� Cine-Theatro Brasil nesta ter�a (31/10) e quarta
"O lago dos cisnes" � um dos c�nones do bal� cl�ssico que o grupo dan�a em chave humor�stica
Marcelo Orselli/Divulga��o
Em 1845, Londres assistiu � estreia mundial de "Grand pas de quatre", que se tornou um dos bal�s mais importantes n�o s� de Jules Perrot como do repert�rio cl�ssico.
A coreografia causou na �poca, j� que pela primeira vez reuniu no mesmo palco as quatro maiores bailarinas do per�odo: Lucile Grahn, Carlotta Grisi, Fanny Cerrito e Marie Taglioni.
Nesta ter�a (31/10) e quarta, o "Grand pas de quatre" ser� apresentado no Cine-Theatro Brasil Vallourec. S� que por quatro bailarinos.
A coreografia � uma das atra��es do Les Ballets Trockadero de Monte Carlo, companhia nova-iorquina formada exclusivamente por homens. Em sua primeira vez em Belo Horizonte, o grupo traz ainda outros c�nones do bal�, como "O lago dos cisnes", em vers�o sat�rica.
"Dan�amos o cl�ssico a partir de outra perspectiva. Como artistas, acreditamos que a arte n�o tem g�nero. N�o tentamos dan�ar da mesma maneira que as bailarinas. Utilizamos a t�cnica masculina em cada passo, nosso approach � diferente. As bailarinas s�o muito delicadas e detalhistas.
Os homens s�o mais fortes. Ent�o, mesmo fazendo os mesmos passos, v�o parecer diferentes", afirma o italiano Raffaele Morra, que depois de 16 anos como bailarino do grupo, se tornou mestre de bal� e diretor de ensaio.
� igual, mas n�o tanto assim, explica Morra. H� muito de par�dia no que o Les Ballets faz em cena. "Vamos abrir a noite com o segundo ato de 'O lago dos cisnes' (criado por Lev Ivanov em 1895), que est� no repert�rio da companhia desde o in�cio.
Ele � bem pr�ximo do bal� tradicional, mas, como somos uma companhia de com�dia tamb�m, adicionamos algumas brincadeiras, exageramos um pouco."
Sapatilha
Em meio aos trechos dos bal�s cl�ssicos, o Les Ballets sempre apresenta alguns n�meros surpresa, criados por eles pr�prios. Os bailarinos, diz Morra, t�m diferentes nacionalidades e tamb�m faixa et�ria.
"V�o de 20 e poucos anos at� quase 50. N�o h� limite de idade no grupo. Se o corpo aguentar, todos continuam dan�ando." E sempre usando sapatilha de ponta, claro, que podem chegar at� o n�mero 44.
O grupo nasceu em Nova York. No Brasil, a vinda mais recente foi em 2010. Chega aos 50 anos em 2024. No in�cio, havia mulheres na companhia, interpretando pap�is masculinos.
� medida que a companhia evoluiu, optou por ter somente homens - n�o custa lembrar que do s�culo 15, que � a origem do bal� como espet�culo, at� meados do 17, somente bailarinos iam para os palcos.
O Monte Carlo do t�tulo do grupo � uma homenagem � companhia europeia Ballets Russes de Monte Carlo, que atuou entre 1932 e 1968. Tal forma��o foi muito importante para a popularidade da tradi��o russa do bal� cl�ssico nos Estados Unidos.
Durante a Segunda Guerra, a companhia levou espet�culos para muitas cidades daquele pa�s - houve bailarinos que se estabeleceram nos EUA, onde fundaram escolas e companhias de dan�a. "Assim como eles, viajamos bastante, levando bal� para as pessoas", diz Morra.
LES BALLETS TROCKADERO DE MONTE CARLO
Nestas ter�a (31/10) e quarta (1/11), �s 21h, no Cine-Theatro Brasil Vallourec, Avenida Amazonas, 315, Pra�a Sete. Ingressos: R$ 200 e R$ 250 (valores referentes � inteira). � venda na bilheteria e no Eventim.
“Trilogia” em BH
A Compa�ia Colombiana de Ballet apresenta nesta quarta (1/11), �s 21h, no Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro), o espet�culo "Trilogia". Com 18 bailarinos em cena, a montagem re�ne as obras “Love fear loss”, “Longing” e “A fuego lento”. As coreografias s�o assinadas pelo brasileiro Ricardo Amarante. Ingressos: R$ 100 a R$ 140 (valores referentes � inteira). � venda na bilheteria e no Sympla.
S� mulheres em “� vida”
"� vida", espet�culo idealizado e dirigido pela core�grafa Carol Saletti, re�ne 180 mulheres, dos 30 aos 85 anos. A montagem traz 20 coreografias criadas a partir da viv�ncia de cada uma.
Tamb�m serviram como base os livros “�gua fresca para as flores”, de Val�rie Perrin, “A morte � um dia que vale a pena viver”, “Hist�rias lindas de morrer” e “Para a vida toda valer a pena viver”, de Ana Cl�udia Quintana Arantes.
Nesta quinta (2/11), �s 17h e �s 19h30, no Teatro Sesiminas, Rua Padre Marinho, 60, Santa Efig�nia. Ingressos: R$ 50 (pre�o �nico).
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