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Estado de Minas

Saulo Laranjeira encerra neste domingo espet�culo A arte do humor

Ator, que conquistou o pa�s com o desonesto deputado Jo�o Plen�rio, critica os pol�ticos, elogia a sapi�ncia do povo brasileiro e defende as leis de incentivo cultural


18/02/2018 09:39 - atualizado 18/02/2018 10:01

No camarim do Teatro Bradesco, Saulo Laranjeira se transforma em João Plenário(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
No camarim do Teatro Bradesco, Saulo Laranjeira se transforma em Jo�o Plen�rio (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

A cultura mineira tem em Saulo Laranjeira um parceiro de longa data. Ator, produtor e compositor, ele batalha pela valoriza��o da chamada “arte de raiz”, al�m de transformar o universo de Minas em inspira��o para sua ampla gama de personagens e hist�rias. Esta noite, o espet�culo A arte do humor de Saulo Laranjeira encerra a curta temporada no Teatro Bradesco.

Com o prop�sito de reservar espa�o para o stand up e a conta��o de causos, o ator reduziu o n�mero de personagens. Por�m, manteve as cria��es marcantes. � o caso do corrupto deputado Jo�o Plen�rio, que h� mais de 20 anos faz sucesso no programa humor�stico A pra�a � nossa, exibido pelo SBT/Alterosa.

“Jo�o Plen�rio � uma s�tira ao cen�rio pol�tico brasileiro, que, infelizmente, ainda d� subs�dios e permite que esse personagem exista por tanto tempo. Ele traz um aspecto triste por retratar a postura de descaso dos pol�ticos diante do compromisso com o povo”, afirma Saulo.

A composi��o histri�nica e as caras e bocas s�o as principais respons�veis pela popularidade do “deputado”, acredita seu criador. “Por mais que o Jo�o Plen�rio fale verdades e traga � tona o inc�modo e a indigna��o, a cr�tica acaba n�o se tornando amarga. O personagem � muito querido por conta do jeito como expressa as mazelas enfrentadas pela popula��o. Ele faz isso de forma engra�ada e leve, com elementos culturais de v�rias regi�es do Brasil. Meio camale�nico, traz caracter�sticas de pol�ticos de v�rios locais”, observa.

CONVITES Pode-se dizer que Saulo Laranjeira, de 65 anos, tem larga experi�ncia em interpretar pol�ticos desonestos. No ano passado, o ator integrou o elenco da s�rie Filhos da p�tria, com�dia exibida pela Rede Globo que abordava a corrup��o no Brasil no in�cio do s�culo 19. O sucesso de Jo�o Plen�rio j� havia lhe rendido o convite para o papel do prefeito Raimundo da novela Velho Chico, exibida pela mesma emissora em 2016.

A forte liga��o com o universo interiorano abriu espa�o para o ator em v�rias emissoras. A cultura regional – no caso, a nordestina –, tema central do folhetim de Benedito Ruy Barbosa, permitiu que ele se afastasse do SBT/Alterosa e da Rede Minas (onde apresenta o programa Arruma��o) para as grava��es e voltasse logo depois.

Em Velho Chico, sua estreia em novelas, Saulo foi “desafiado” a compor Raimundo, o politiqueiro que mantinha liga��es escusas com os coron�is da fict�cia Grotas de S�o Francisco. “Ele tinha caracter�sticas do Jo�o Plen�rio, mas sem aquela dose t�o forte de humor. O pr�prio Luiz Fernando (Carvalho, diretor da atra��o) destacou que aquele pol�tico n�o estaria na trama como personagem humor�stico”, observa.
Velha Messina, a benzedeira(foto: Sylvio Coutinho/divulgação)
Velha Messina, a benzedeira (foto: Sylvio Coutinho/divulga��o)

As compara��es seriam inevit�veis, mas o mineiro avalia que foi bem-sucedido na composi��o de Raimundo. “Minha grande descoberta foi o sotaque nordestino carregado e tamb�m evitar caras e bocas, t�o evidentes e fortes no Jo�o Plen�rio. Trabalhar com personagens t�o lineares me fez crescer muito como ator”, revela.

BENZEDEIRA
Jo�o Plen�rio est� longe de ser o personagem mais antigo de Saulo. Ele destaca a Velha Messina, presente desde o in�cio de sua carreira. Em cartaz neste domingo no Teatro Bradesco, a benzedeira fala sobre a vida dos idosos. Conseguiu envelhecer com alegria, apesar das dificuldades impostas pela idade avan�ada.
Kelé Metaleiro, o cantor de rock(foto: Sylvio Coutinho/divulgação)
Kel� Metaleiro, o cantor de rock (foto: Sylvio Coutinho/divulga��o)

O roqueiro Kel� Metaleiro e o b�bado Maestro Sabi� completam a galeria de A arte do humor de Saulo Laranjeira. A inspira��o para cri�-los veio do interior, especialmente da zona rural de Minas Gerais. Para Saulo, entretanto, cada uma de suas cria��es acabou se universalizando. O ator destaca que os personagens abordam quest�es importantes para o contexto humano e n�o se limitam � mera caricatura de tipos regionais.

“Tenho o compromisso de mostrar a afei��o, o respeito e a identifica��o com a espiritualidade e com a natureza, principalmente. Minha miss�o � passar a filosofia de quem vive no interior, daquelas pessoas com sapi�ncia popular. Elas n�o s�o intelectualizadas. S�o gente simples que adquiriu conhecimento a partir da observa��o natural da vida”, explica.

M�SICA Na TV, o artista se dedica a outra de suas paix�es: a m�sica. Ele completa 30 anos � frente do Arruma��o, programa da Rede Minas voltado para a divulga��o do cancioneiro popular e de outras manifesta��es art�sticas mineiras.

“O que sempre me encantou no Arruma��o foi o prop�sito de que as pessoas vissem v�rios estilos de m�sica em harmonia. Na mesma edi��o, a gente pode apresentar uma can��o atual e de repente colocar uma moda de viola. Trazer a m�sica rom�ntica contempor�nea e, na sequ�ncia, um instrumental mais incrementado”, diz.

O apresentador ressalta que Arruma��o n�o recebe apenas convidados mineiros. Por raz�es financeiras, a maioria dos artistas e grupos que se apresentam no programa s�o do estado, explica. Saulo revela o desejo de que a atra��o – transmitida apenas para Minas Gerais – se torne nacional.

“Arruma��o permite o interc�mbio cultural entre criadores de diferentes regi�es. Nos bastidores, acontece o conv�vio dos artistas de outros estados com os mineiros, algo que pode resultar em boas parcerias e projetos culturais”, destaca.

Ele defende a import�ncia de Arruma��o por valorizar a diversidade do Brasil. “H� uma imposi��o injusta da m�dia em rela��o ao consumo de estilos musicais que est�o na moda. � preciso que os meios de comunica��o, com poder de levar informa��o cultural �s pessoas, estejam mais atentos, de forma sens�vel e respeitosa, � m�sica popular brasileira. Sinto que essa balan�a n�o est� bacana, est� injusta”, critica.

INCENTIVOS H� dois anos, Saulo Laranjeira ocupou o cargo de secret�rio de Cultura de Sabar�. Ao comentar o mecanismo das leis de incentivo, observa que a redu��o do p�blico consumidor de m�sica popular acentua a necessidade de apoio financeiro por parte do artista.

“A dificuldade em atrair o p�blico � muito grande, o que leva tamb�m � nossa dificuldade de sobreviv�ncia. As leis de incentivo � cultura deveriam ser mais claras e justas. Elas poderiam estar nas m�os dos gestores culturais, n�o das empresas”, refor�a.

“Artistas e eventos culturais precisam de apoio. � importante que a popula��o entenda isso e n�o veja (a lei) como o poder p�blico mantendo a vida dessas pessoas. Da fase do amadurecimento at� o momento em que consegue se posicionar, o artista precisa de recursos para manter a sua arte viva”, conclui.


Kelé Metaleiro, o cantor de rock(foto: Sylvio Coutinho/divulgação)
Kel� Metaleiro, o cantor de rock (foto: Sylvio Coutinho/divulga��o)
Velha Messina, a benzedeira(foto: Sylvio Coutinho/divulgação)
Velha Messina, a benzedeira (foto: Sylvio Coutinho/divulga��o)


A ARTE DO HUMOR DE SAULO LARANJEIRA
Hoje, �s 20h. Teatro Bradesco. Rua da Bahia, 2.244, Lourdes. (31) 3516-1360. Ingressos: R$ 40 (inteira),
R$ 20 (meia-entrada) e R$ 19 (nos postos Sinparc ou pelo site www.vaaoteatromg.com.br).


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