
Transportar comida n�o � f�cil. Ainda mais quando falamos de um produto extremamente sens�vel a mudan�as de temperatura e sacolejos como o milk-shake. Diante do aumento de pedidos, uma rede de sorveterias e uma lanchonete, que j� trabalhavam com delivery, aprimoram os processos e a log�stica para melhorar a experi�ncia do consumidor com a bebida gelada em casa.
A pandemia imp�s o maior desafio da hist�ria da Sorvete Salada: desenvolver, em 30 dias, uma plataforma pr�pria de delivery. At� ent�o, as lojas faziam entrega pelos aplicativos. Agora, o cliente faz o pedido e o sistema direciona, baseado no CEP, para a loja mais pr�xima (s�o 30). “Como fa�o para trazer o consumidor para o meu delivery? Com uma soma de condi��es favor�veis: praticamente todos os pre�os muito mais baixos e frete gr�tis todo fim de semana”, diz a diretora Raquel Bravo.
O milk-shake vai em copo de pl�stico ou isopor, dependendo da dist�ncia que ser� percorrida, encaixado em um suporte de papel�o. Isso n�o muda tanto a experi�ncia, porque o cliente j� estava acostumado a embalagens descart�veis. “J� est�vamos num movimento de fazer produtos mais port�teis, essa � uma tend�ncia no mundo. No caso do milk-shake, era h�bito nas regi�es mais urbanas pedir no copo descart�vel e sair andando”, comenta.
N�o foi preciso alterar a receita, apenas trocar o chantili por um mais est�vel, que suporta melhor o transporte. “Uma das vantagens � que os shakes s�o bem encorporados, mais densos, e isso ajuda a manter a temperatura.” H� duas linhas de shakes no delivery: o milk-shake e o megamilk, diferente por ser mais encorpado. Os sabores v�o dos b�sicos chocolate e morango at� os mais elaborados, como pistache e doce de leite. O freakshake est� fora porque tem elementos que ultrapassam a borda do copo.

Segundo Raquel, o sucesso do delivery dos shakes depende tamb�m dos motociclistas. Por isso, todos recebem treinamento. “Tempo e temperatura s�o ingredientes que eles precisam administrar. N�o podem desviar para fazer outra tarefa no meio da opera��o nem deixar de usar o ba� t�rmico. A forma como dirigem tamb�m influencia no transporte do produto, que � sens�vel e delicado, n�o pode amassar ou tombar.” O ideal � que o tempo entre a sa�da da loja e as m�os do cliente n�o passe de 15 minutos.
O delivery, que no in�cio da pandemia representava em torno de 30% da receita, agora concentra de 70% a 80% da demanda. A empresa, inclusive, se prepara para credenciar lojas que n�o ter�o sal�o para receber os consumidores, s� funcionar�o com entregas.
Aten��o redobrada
Para que os clientes possam tomar o tradicional milk-shake do Xod� em casa, a aten��o da equipe � redobrada. As receitas continuam iguais, mas os produtos para viagem ficam mais consistentes para n�o correr o risco de derreter no transporte. Al�m disso, se o pedido inclui outros itens, o milk-shake � o �ltimo a ser preparado, permitindo que ele sofra o m�nimo poss�vel durante o trajeto.
Acompanhado de canudo biodegrad�vel, o copo de pl�stico � transportado devidamente fechado com lacres de seguran�a na tampa e entregue em um suporte de papel�o para n�o derramar. “Recomendamos cuidado aos entregadores. Sempre avisamos quando � milk-shake e orientamos a coloc�-lo separado do alimento quente”, aponta C�sar Gon�alves Viana, gerente da lanchonete h� 30 anos.
Seguindo a mesma l�gica dos aplicativos, o Xod� trabalha no delivery pr�prio dentro de um raio de entrega em que consegue garantir a integridade dos produtos. Quem mora mais longe pode retirar o pedido no local. “A demanda surpreendeu. Temos recebido muitos pedidos de milk-shake, inclusive acompanhando os pratos no hor�rio de almo�o.” Os sabores mais pedidos s�o ovomaltine, morango e chocolate, seguidos pelos cl�ssicos de calda artesanal, como abacaxi, maracuj� e ameixa.