Massa amanteigada e recheio transformam cookies em paix�o nacional

A massa � bem amanteigada. T�o macia que, a cada mordida, derrete na boca. Por dentro, muito recheio, de v�rios sabores, que chegam a escorrer. Est� sempre quente, porque s� vai ao forno quando chega o pedido. “Imposs�vel n�o se apaixonar”, garante a empres�ria Francielle Faria, fundadora da rede de Bras�lia American Cookies, que faz sucesso em Belo Horizonte vendendo s� por delivery. A miss�o da marca � transformar o cookie em paix�o nacional.

 

Francielle e o marido, Rafael Macedo, levaram sete anos para desenvolver a receita que consideram perfeita. Come�aram usando margarina, como se faz nos Estados Unidos, mas logo entenderam que o brasileiro gosta de sentir o sabor e a textura da manteiga. O casal pesquisou, testou, errou, trocou ingredientes, alterou a propor��o e n�o sossegou at� chegar ao resultado que queria. “N�s j� comemos os cookies de todos os concorrentes e falamos com convic��o que o nosso � o mais gostoso.”

 

H� mais de 20 sabores. Os dois mais vendidos s�o Nutella (massa de baunilha com creme de chocolate e avel�) e red velvet (massa vermelha de cacau com brigadeiro de leite em p� e peda�os de chocolate branco, totalmente inspirado no famoso bolo norte-americano).

 

Se der vontade de fugir dos cl�ssicos, experimente o cookie de massa de cacau com brigadeiro de u�sque e peda�os de chocolate branco ou o que tem massa de baunilha com manteiga de amendoim, gotas de chocolate ao leite e cobertura de caramelo. Outros dois que surpreendem s�o o de massa de baunilha com brigadeiro de pistache e chocolate meio amargo e o de massa de baunilha com brigadeiro de lim�o, suspiro, biscoito e chocolate branco, que lembra uma torta de lim�o.

A marca tamb�m inventou o sandu�che de cookies. Coloca entre dois biscoitos sorvete de creme e um recheio cremoso, que pode ser de avel� com chocolate, ovomaltine ou doce de leite. J� nos shakes, outra forma diferente de usar os cookies, a massa amanteigada em peda�os garante a croc�ncia. Agora os fundadores planejam lan�ar um petit gateau de cookies. “Estamos sempre de olhos em tend�ncias no mundo da gastronomia e pensando em novidades. A gente respira cookies”, ela comenta.

 

 

A fixa��o do casal pelo biscoito norte-americano surgiu em 2012. Francielle e Rafael experimentaram pela primeira vez em uma loja de shopping em Bras�lia, que viria a se tornar concorrente, e se apaixonaram loucamente. “Nunca tinha comido nada parecido. A minha refer�ncia de cookie era de supermercado e fiquei impressiona com o fato de ser assado, estar quentinho e com o chocolate derretendo. Resolvemos, ent�o, transformar a paix�o em neg�cio.”

 

 

Naquele mesmo ano, eles abriram a primeira empresa, que faliu. Em 2015, retomaram a ideia, fazendo cookie congelado para assar em casa. De dia, ela trabalhava como servidora p�blica e ele era vendedor de autope�as. De noite, iam para a cozinha de casa. O boom veio dois anos depois, quando os cookies passaram a ser vendidos em um aplicativo de delivery. “O neg�cio come�ou a fazer tanto sucesso que at� o s�ndico do pr�dio ficou bravo com a gente. Tivemos que sair do apartamento e do emprego.”

O sonho era abrir uma loja, mas, sem dinheiro, o casal montou uma cozinha para a produ��o voltada apenas para o delivery, em 2018. N�o dava para imaginar que o modelo seria ideal para enfrentar a pandemia.“Por incr�vel que pare�a, n�s crescemos na pandemia. Temos uma hist�ria forte de delivery e, al�m disso, o nosso produto leva alegria para as pessoas. O cookie chega quentinho, conforta, d� prazer”, analisa Francielle.

 

Belo Horizonte foi a primeira cidade a ter uma unidade da American Cookies fora da capital federal. O convite veio h� um ano e meio de um aplicativo de delivery, que se queixava de n�o vender bem sobremesas na cidade. “Ouvimos muita gente dizer que mineiro era desconfiado, que n�o compraria sem conhecer a loja f�sica, mas n�s acreditamos, compramos um caminh�o refrigerado e fomos para BH.” Os produtos saem da f�brica, em Bras�lia, congelados e nas lojas v�o do freezer direto para o forno.

 

Francielle diz que tem uma hist�ria de amor com a cidade, que os recebeu de bra�os abertos. “Somos muito gratos aos mineiros, que est�o comprando os nossos cookies fielmente, sem conhecer a nossa loja. Isso enche o nosso cora��o de alegria.” Depois disso, a marca iniciou um plano de expans�o com franquias. Em junho, s� em Minas, ser�o inauguradas duas lojas: uma em Nova Lima e outra em Uberl�ndia. A ideia � chegar a 60 unidades at� o fim do ano.