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Estado de Minas GARIMPO PELO MUNDO

Bar abre as portas para vinhos pouco conhecidos de pequenos produtores

A carta do A Casa da Uva, no Bairro Anchieta, privilegia r�tulos n�o industriais. Alguns s�o naturais, outros seguem a linha da m�nima interven��o


25/09/2022 04:00 - atualizado 22/09/2022 18:09

Gabriela Dias e Ana Borges a casa da uva
Gabriela Dias e Ana Borges fogem das distribuidoras e buscam preciosidades direto com os fabricantes (foto: Paula Cavalcanti/Divulga��o )
 

Amigas de longa data, Ana Borges e Gabriela Dias abriram um bar com objetivos em comum. Al�m de tirar toda a “pompa e circunst�ncia” que envolve o consumo dos vinhos, as sommeli�res desenvolvem um trabalho de garimpo em busca de produtos artesanais. Aconchegante como a sala de uma casa, A Casa da Uva, no Bairro Anchieta, privilegia r�tulos de pequenos produtores.

 

 

Ana e Gabi se conheceram h� 11 anos, quando trabalhavam em uma importadora de vinhos e contam que foi “paix�o � primeira vista”. Durante a pandemia, tornaram-se vizinhas e ficaram ainda mais pr�ximas. Nas conversas di�rias, que n�o duravam menos de uma hora, elas descobriram que os interesses em comum iam al�m do vinho. Ambas tinham vontade de abrir um bar.


Gabi � quem comanda o sal�o. J� trabalhou em alguns restaurantes e vem de uma longa experi�ncia com atendimento. “Falo que vinho n�o se resume a homem de gravata e harmoniza��o. Venho de outra escola”, aponta.

 

Podemos dizer que � a “escola” da simpatia. Ela recebe os clientes com um sorriso largo e quer que todos se sintam � vontade. Trata do mesmo jeito a vizinhan�a. Cumprimenta todo mundo (inclusive os cachorros) que passa pela porta pelo nome.


Ana assina a carta de vinhos e personifica a miss�o did�tica do bar, que passou a ser a sede da sua escola, a UVA Escola Et�lica (da� o nome). A partir do m�s que vem, ela vai oferecer aulas �s ter�as, quando a casa est� fechada para o p�blico.

 

arroz de pato a casa da uva
O vinho est� na ta�a e no preparo de pratos como o arroz de pato (foto: Paula Cavalcanti/Divulga��o )
 

Formada em gastronomia, Ana brinca que tamb�m d� alguns palpites na cozinha. Mais uma curiosidade: ela est� cultivando uvas em Moeda (deve come�ar a produzir vinhos em tr�s anos) e trouxe de l� duas videiras que ficam na porta do bar.


Para que consigam mostrar um lado mais descontra�do do consumo de vinhos, as s�cias apostam em um ambiente nada formal. A parte interna, com bancos cheios de almofadas e plantas, tem o aconchego da sala de uma casa. Tomadas ficam dispon�veis para quem quiser trabalhar de l�, ao som de uma playlist 100% brasileira. Assim como os vinhos, os vasos das prateleiras est�o � venda.


Do lado de fora, o bar ocupa uma ampla cal�ada, onde d� para espalhar muitas mesas. Esse ponto foi escolhido a dedo, justamente porque elas sabem que o mineiro gosta de se sentar na rua.

 

“Por mais que tenhamos ta�as de cristal e servimos vinhos que podem ter um valor agregado maior, voc� est� sentado numa cal�ada comendo comida de buteco”, aponta Ana, que se lembra de como era interessante, na Espanha, onde fez mestrado de enologia, o h�bito de pedir um PF com um copo de vinho.


A carta privilegia r�tulos n�o industriais. Alguns s�o naturais, outros seguem a linha da m�nima interven��o, mas todos s�o de pequenos produtores. “Quanto menor a opera��o, mais se consegue o controle para n�o usar aditivos qu�micos”, justifica Ana.

Do branco ao tinto

Saiba que essa decis�o n�o limita o alcance das compras. O bar trabalha hoje com quase 60 r�tulos, de v�rios pa�ses e variados tipos de uvas, dos brancos aos tintos, passando pelos espumantes aos fortificados (jerez).

 

Tem desde cl�ssicos como o da Borgonha, regi�o da Fran�a, aos mais modernos do Sul do Brasil. Destaque para os pet-n�ts, que s�o os espumantes naturais.

 

vasos planta a casa da uva
Os vasos de planta tamb�m est�o � venda (foto: Paula Cavalcanti/Divulga��o )
 

At� agora, o mais vendido � um vinho laranja (branco vinificado com as cascas da uva) de Santa Catarina. Com sabor que lembra o da laranja kinkan, � refrescante e f�cil de beber.


O trabalho � de garimpo. As s�cias fogem das distribuidoras e buscam preciosidades direto com os produtores. De vez em quando, aparecem lotes �nicos fora da carta.

 

“Quando os clientes falam que quase n�o conhecem nenhum r�tulo, isso para mim � um elogio”, comenta Ana, que quer tirar as pessoas da “zona de conforto” e incentiv�-las a experimentar sabores diferentes.


A comida tamb�m valoriza o trabalho de pequenos produtores. N�o deixe de experimentar a combina��o de p�o de queijo (receita da Ana) com bacon artesanal, trancinha de queijo e mel. O copa lombo defumado com molho barbecue e p�o de fermenta��o natural � outra escolha certa entre os petiscos.

 

Se quiser algo mais refor�ado, pe�a o sandu�che de brioche com cupim defumado, molho de mostarda da casa e requeij�o de raspa. Para jantar, a sugest�o � o ravioli de queijo brie com parma.


Os vinhos n�o est�o s� nas ta�as. Aparecem tamb�m nas receitas dos pratos. Por exemplo, a barriga de porco curada por oito dias � servida com molho de vinho tinto e lim�o capeta colhido no vinhedo de Ana. J� o queijo camembert mineiro da Serra das Antas ganha um adocicado com a calda de vinho.

 

A bebida tamb�m entra no preparo dos arrozes, oferecidos aos fins de semana, durante o dia. J� passaram pelo card�pio do almo�o pato, polvo, frutos do mar e costel�o.


De sobremesa, tem o sorvete de cumaru com calda de vinho jerez feito com uvas passificadas (secas e com uma concentra��o maior de a��car).

Servi�o

A Casa da Uva

Rua Francisco Deslandes, 718, Anchieta
(31) 98221-0679

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