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Estado de Minas ARTE URBANA

Grupo de grafiteiras espalha cor e representatividade em BH

Colorir a cidade como uma mulher � a proposta do Minas de Minas pelas ruas da capital


11/10/2021 16:38 - atualizado 11/10/2021 18:38

Na foto: Krol, Nica, Viber e Musa
Grupo de mulheres grafiteiras Minas de Minas fortalece a cena de arte urbana em Belo Horizonte (foto: Reprodu��o - Instagram)
O grupo Minas de Minas foi criado em 2012 e re�ne as grafiteiras Krol, Viber, Musa e Nica com o objetivo de fortalecer as mulheres no grafite e trazer transforma��o para Belo Horizonte.  As quatro artistas mant�m seus trabalhos individuais, com seus estilos pr�prios, mas quando se juntam o foco � trazer representatividade e exaltar a figura feminina.

O grafite surgiu na d�cada de 1970, nos Estados Unidos, como forma de express�o art�stica de luta contra a opress�o social na periferia, e no in�cio era associada ao vandalismo. Apesar de hoje em dia muitas pessoas ainda verem o grafite com maus olhos, ele vem sendo cada mais reconhecido como arte e ganhando visibilidade em novelas, programas de TV e festivais como o CURA – Circuito Urbano de Arte.

Diferente da arte tradicional e exposta em museus, que est� confinada em espa�os espec�ficos, o grafite est� nas ruas, aberta para todos e n�o escolhe quem a v� ou quem a visita. Um espa�o modificado pela arte n�o passa despercebida por quem passa por ali, tocando das mais diversas formas o cotidiano dos transeuntes.  

A publicit�ria e agente cultural Carolina Jaued, a Karol, est� no grafite desde 2007 e declara que sendo uma arte que tem livre interpreta��o, ela se torna um meio de usar certos temas, e at� um certo tipo de protesto, para trazer reflex�o. "O grafite muitas vezes � para incomodar, para retratar algo e trazer um questionamento, e nada melhor do que a rua, onde passa todo mundo, para colocar essas reflex�es”, complementa.

A mulher no grafite

Apesar de ter sido reconhecida como arte e ganhado visibilidade nas cidades, o grafite ainda � um ambiente machista no qual as mulheres lutam para ganhar seu espa�o, e a forma��o do grupo cria um apoio m�tuo para se protegerem.

“O machismo infelizmente est� presente em todo lugar, e no grafite n�o seria diferente, e � dif�cil estar na rua sozinha. Pensando nisso � que a gente acaba levando a diante a ideia de que � importante as mulheres se juntarem e criar uma rede de informa��o, de prote��o, de amizade e de cria��o”, explica Lidia, a Viber.

As situa��es v�o desde descredibilizar uma obra por ter sido feita por uma mulher, brincadeiras referentes aos temas que ser�o retratados com frases como “vai pintar florzinha”, at� mesmo se sentirem no direito de pegar o material de trabalho sem permiss�o ou tocar no corpo das artistas. 

N�s podemos tudo

Um dos principais projetos do Minas de Minas � o “N�s podemos tudo”, em que retratam mulheres importantes, que tenham hist�ria de resist�ncia ou efeito de transforma��o na sociedade como forma de manter suas trajet�rias vivas. “A gente traz essas mulheres n�o s� por serem importantes ou famosas, mas como uma mulher que tem uma hist�ria. A gente conta a nossa hist�ria contando outras hist�rias”, conta Karol.



Personalidades da m�sica como Alcione e Iza aparecem lado a lado em um painel no Bairro Liberdade. A atriz Teuda Bara, uma das criadoras do Grupo Galp�o, � homenageada no Centro de Refer�ncia das Juventudes (CRJ). O �ltimo trabalho realizado pelo grupo foi um painel exaltando o trabalho de L�lia Gonzales, autora e fil�sofa belo-horizontina pioneira nos estudos sobre a cultura negra no Brasil e uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado (MNU). 

Talvez o mais conhecido painel do Minas de Minas seja o da cantora Elza Soares, na Pra�a da Esta��o. As redes sociais possibilitaram contar um pouco da hist�ria de cada painel, a identifica��o das artistas e a comunica��o com quem admira as obras. Krol e Viber contam que o grupo recebeu relatos de pessoas que choraram emocionadas ao ver o painel da Elza, e at� pessoas que vem de outras cidade e estados para ver o grafite.

A cidade � delas

Outro projeto importante realizado pelo Minas de Minas � o festival “Delas”, que anualmente convida grafiteiras de Belo Horizonte para realizar pain�is por toda a cidade, criando projetos em conjunto. O festival traz a potencializa��o da for�a da mulher grafiteira e realiza oficinas e workshops para divulgar a arte do grafite, ensinando a quelas que tem interesse em entrar para o movimento.

Viber hoje vive da arte e � a respons�vel pelas oficinas do projeto."Ensinar � muito precioso porque o conhecimento que a gente tem � uma coisa que levamos por toda a vida. Isso aliado � nossa capacidade de cria��o � muito bonito”, comemora.

A edi��o desse ano contou com patroc�nio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e foi financiado pela Lei Aldir Blanc. Realizado online, o evento possibilitou a participa��o de artistas de outros estados e pa�ses, se tornando uma edi��o internacional.  


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