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Estado de Minas PETI��O

�frica do Sul quer que Reino Unido devolva diamante avaliado em R$ 2 bi

Peti��o criada ap�s a morte da rainha Elizabeth II pede que o maior diamante lapidado do mundo seja colocado em um museu na �frica do Sul


19/09/2022 18:55 - atualizado 19/09/2022 18:55

Colagem de duas fotos do Cetro Real Britânico. À esquerda, o cetro sozinho, feito de ouro e com o diamante ao centro em um fundo vermelho. À direita, a rainha Elizabeth II segura o centro em uma das mãos enquanto caminha.
O diamante Grande Estrela da �frica est� no Cetro Real Brit�nico desde 1910 (foto: Francis G. Mayer/Hulton Archive/Getty Images)
Ap�s a morte da rainha Elizabeth II, ativistas sul-africanos iniciaram uma peti��o para que o diamante Great Star of Africa (Grande Estrela da �frica), ou Cullinan I, seja devolvido � �frica do Sul. A pedra preciosa, cuja posse brit�nica � controversa, est� no cetro da rainha e � uma heran�a da era colonial africana com valor estimado de 350 milh�es de libras – cerca de R$ 2,1 bilh�es.

O diamante Cullinan I foi nomeado em homenagem a Thomas Cullinan, presidente da mina de onde foi extra�do e � o maior dentre dezenas que foram lapidados de uma �nica gema de 3.106 quilates encontrada em janeiro de 1905 na Premier Mine, uma mina particular localizada na prov�ncia de Transvaal, na �frica do Sul.

De acordo com o portal "Brittanica", o diamante bruto foi comprado pelo governo africano da �poca e vendido ao rei brit�nico Eduardo VII em 1907 por 150 mil libras. Um ano depois, foi lapidado e dividido em nove peda�os grandes e 96 menores, todos ainda pertencentes � Fam�lia Real at� os dias atuais: o maior deles, Grande Estrela da �frica ou Cullinan I, est� encravado no Cetro Real da Soberania Brit�nica e, o segundo maior, Pequena Estrela da �frica ou Cullinan II, na Coroa Imperial.

O site dos Pal�cios Reais Hist�ricos do Reino Unido constata que o Cetro do Soberano com Cruz tem sido usado em todas as coroa��es desde a de Carlos II em 1661 e reformado com a adi��o do Cullinan I em 1910 para Jorge V.

O Cetro do Soberano com a Cruz apareceu ao lado do Orbe do Soberano e da Coroa do Estado Imperial no topo do caix�o da rainha enquanto ela estava em Westminster Hall e durante a prociss�o na segunda-feira para o funeral de Estado de Elizabeth II.

Colonialismo e saqueamento

Cr�ticos da monarquia afirmam que, durante o dom�nio colonialista brit�nico na �frica do Sul, foram registrados diversos saqueamentos das riquezas sul-africanas, o que n�o deixa de fora o maior diamante lapidado do mundo. Para o ativista Thanduxolo Sabelo, as heran�as colonialistas beneficiam o Reino Unido at� hoje �s custas dos povos africanos.

"O diamante Cullinan deve ser devolvido � �frica do Sul imediatamente. Os min�rios do nosso pa�s e de outros pa�ses continuam a beneficiar o Reino Unido �s custas do nosso povo. Continuamos em profunda e vergonhosa pobreza, continuamos com desemprego em massa e n�veis crescentes de criminalidade devido � opress�o e devasta��o causada por ela e seus antepassados", afirmou ele.

Logo ap�s o falecimento da rainha Elizabeth II, as discuss�es, j� frequentes, sobre o legado do colonialismo cresceram e a m�dia sul-africana vem debatendo sobre a posse da gema e outras demandas de pagamento de repara��es hist�ricas. Pensando nisso, Sabelo e outros ativistas organizaram uma peti��o com meta de 7.500 assinaturas para que o Cullinan I seja devolvido � �frica do Sul e colocado em um museu. At� o momento, o abaixo-assinado conta com pouco menos de 7.000 apoiadores.

Nas redes sociais, a divulga��o sobre o tema segue em alta. A p�gina Africa Archives publicou no dia 8 de setembro, data de falecimento da rainha Elizabeth II, uma s�rie de tweets explicando o que � o diamante, afirmando que ele foi saqueado, e n�o comprado ou recebido como um presente. "A gema de 530 quilates foi extra�da na �frica do Sul em 1905. Foi roubada da �frica do Sul. Seu valor estimado � de US$ 400 milh�es (R$ 2 bilh�es)", escreveu.
 
 

Apesar de o saqueamento n�o ter comprova��o atrav�s de documentos hist�ricos oficiais, ativistas refor�am que � por se tratar do ponto de vista dos oprimidos, j� que o Cullinan I e seus derivados n�o s�o as �nicas j�ias em posse brit�nica que causam disc�rdia. O diamante Koh-�-noor, que ornamenta uma coroa feita especialmente para que a rainha-m�e usasse no dia da coroa��o do rei Jorge VI, foi retirado da �ndia e est� em posse brit�nica desde 1937.

Para Evaristo Benyera, professor de Pol�tica Africana da Universidade da �frica do Sul (UNISA), “transa��es coloniais s�o ileg�timas e imorais”. “Receber um diamante roubado n�o exonera o recebedor. A Grande Estrela [da �frica] � um diamante de sangue. A empresa de minera��o privada, o governo de Transvaal e o Imp�rio Brit�nico foram parte de uma grande rede colonialista”, explica ele.
 

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