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Estado de Minas RIO DE JANEIRO

Morre paciente impedido de receber m�e de santo em hospital no RJ

Vi�va de Jer�nimo, Juliana Machado, diz que o hospital n�o teve empatia com o marido dela


08/11/2022 11:22 - atualizado 08/11/2022 11:57

Jeronimo, homem negro, com barba e cabelos com dreads curtos, usa uma blusa branca e sorri para a foto
Jeronimo morreu neste fim de semana e foi impedido de receber sua M�e de Santo no hospital no qual estava internado (foto: Reprodu��o/Arquivo Pessoal)


Ap�s passar cinco dias internado, depois de ter um acidente vascular cerebral (AVC), morreu no s�bado (5/11) o filho de santo Jer�nimo Rufino dos Santos Junior, de 39 anos. O homem estava no Hospital estadual Carlos Chagas, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele era filho de santo da Iy� Paula de Od�, que acusou a dire��o da unidade de sa�de de intoler�ncia religiosa.

A m�e de santo alegou ter sido impedida de entrar na institui��o de sa�de para realizar um ritual com o paciente. A dire��o da unidade negou ter cometido intoler�ncia e afirma que orientou a m�e de santo a "seguir o protocolo" da institui��o.

De acordo com o jornal O Globo, o corpo de Jer�nimo foi sepultado no Cemit�rio S�o Francisco Xavier, no Caju, neste domingo (6/11). Ele era torcedor do Flamengo, campe�o da Ta�a Libertadores da Am�rica dois dias antes do AVC de Jer�nimo, al�m de musicista. Por isso, a cerim�nia contou com uma charanga, que tocava m�sicas do time. Um trompete foi colocado em cima do caix�o para homenage�-lo. O vel�rio tamb�m teve c�nticos e rituais de candombl�, religi�o de Jer�nimo, que era og�.

A m�e de santo Iy� Paula de Od� discursou durante o vel�rio e destacou a intoler�ncia que a religi�o enfrenta. “Essa luta n�o vai parar, n�o s� pelo Jer�nimo e pela fam�lia dele, mas por todo o povo de ax�, que merece respeito”, afirmou, destacando que o rapaz era apaixonado pelo orix� Ogum. “Jer�nimo era amor. S� queria amar e ser amado, era um ogro de sorriso largo, sempre pronto para ter uma boa palavra para todo mundo: era nosso porto seguro”, lamenta a vi�va do filho de santo, Juliana Machado, casada h� 20 anos com ele.

Iyá Paula de Odé e Jerônimo Rufino dos Santos Junior, embos negros com roupas tradicionais de religiões de matriz africana
Iy� Paula de Od� em foto com o seu filho de santo Jer�nimo Rufino dos Santos Junior (foto: Reprodu��o/Arquivo Pessoal)

Acusa��o de intoler�ncia

Com o objetivo de realizar um ritual para contribuir com a cura de Jer�nimo, Paula de Od� foi ao hospital Carlos Chagas na �ltima quarta-feira (2/11), mas n�o conseguiu entrar no centro de sa�de. O procedimento religioso consistia em passar um pano branco da cabe�a do paciente. Segundo a Iy� Paula de Od�, foi preciso acionar uma advogada para intermediar o di�logo com o diretor do hospital, Paulo Reis.

Ao sentir que estava sendo v�tima do crime de intoler�ncia religiosa, a l�der religiosa registrou ocorr�ncia na 30ª DP (Marechal Hermes) contra Paulo Reis. O boletim diz que a advogada, Sebastiana Fraga, teria alertado Reis sobre a necessidade de que o procedimento fosse realizado ainda naquele dia "por indica��o 'oracular'", e que o diretor teria dito que s� os receberia no dia seguinte, para avaliar se liberaria ou n�o o ritual.

“� urgente que espa�os p�blicos se responsabilizem pelos intolerantes, � urgente o di�logo entre institui��es e o povo de terreiro. N�o � sobre o trabalho realizado ou n�o, � sobre n�o poder ministrar conforto a ele (Jer�nimo) e � fam�lia. � sobre uma dire��o decidir quem tem direito a esse conforto espiritual e quem n�o tem” relatou Paula de Od�.

Defesa

Paulo Reis, diretor do hospital, se defendeu alegando que apenas seguiu o protocolo da unidade de sa�de. Segundo Paulo, a religiosa n�o foi impedida de entrar no hospital, apenas foi orientada a seguir o protocolo da unidade de sa�de. “Estamos seguindo a lei, o artigo 2° diz que as normas do hospital precisam ser seguidas. N�o houve desrespeito � lei, nem intoler�ncia. Uma pessoa tem direito legal, mas tem que respeitar as regras. N�o tem como entrar no CTI �s 22h, sem autoriza��o da fam�lia. Existe um hor�rio determinado para isso”, afirmou o diretor.

J� a vi�va de Jer�nimo, Juliana Machado, diz que o hospital n�o teve empatia com o marido dela. “� uma sensa��o de impot�ncia. A gente fica com um sentimento que parece bandido, parece que t� fazendo algo ilegal. A religi�o � uma sustenta��o, que ajuda o paciente a melhorar. � um retrocesso do hospital, o protocolo deles � zero empatia pelas pessoas”, desabafa.

O atestado de �bito de Jer�nimo Rufino dos Santos Junior diz que um AVC isqu�mico foi uma das causas da morte. Al�m da esposa, ele deixa um filho, Jo�o Pedro Rufino, de 17 anos.

Jerônimo Rufino com sua esposa Juliana e o filho João Pedro
Jer�nimo Rufino ao lado da fam�lia: sua esposa Juliana e o filho Jo�o Pedro (foto: Reprodu��o/Arquivo Pessoal)


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