
O servidor p�blido da Prefeitura de Betim Rodrigo Alves de Carvalho, de 39 anos, negro, acusa funcion�rios de um supermercado da cidade da Grande BH de inj�ria racial. Por volta das 17h dessa segunda-feira (07/11), tr�s empregados do estabelecimento o acusaram de ladr�o, por supostamente ser parecido com outra pessoa que aparece nas c�meras cometendo furto.
Segundo o Boletim de Ocorr�ncia registrado pelo servidor, dois dos funcion�rios, que usavam uniforme da empresa, o abordaram violentamente. "Onde est�o os itens que voc� roubou, ladr�o? Eu tenho imagens suas das c�meras de seguran�a, que mostram voc� pegando os itens e colocando na sacola de lona. Fui atr�s de voc� at� no Ceabe e n�o te achei", chamaram a pol�cia.
Rodrigo se manteve calmo, mostrou o que tinha na mochila, comprovando inoc�ncia aos funcion�rios. A Pol�cia Militar foi ao local e verificou as filmagens feitas pelo supermercado.
Ap�s conversa em particular com a PM, o Supermercado ABC desistiu de registrar Boletim de Ocorr�ncia. No entanto, Rodrigo fez quest�o de fazer o registro de inj�ria racial.
Consci�ncia da negritude
Em v�deo publicado nesta ter�a (08/11) no Instagram, Rodrigo mostra sua indigna��o e convoca todos negros a ativarem seus direitos.
"Sou negro, gra�as a Deus. Mas passei ontem por mais um constrangimento, uma situa��o muito triste para nossa luta negra neste pa�s, de desigualdades brutais. Devido � cor da minha pele e vestimentas simples, fui chamado de ladr�o", come�a a v�tima em seu desabafo.
Em seu discurso, Rodrigo deixa evidente a falta de crit�rio para acusa��o de um crime. "Quantas pessoas n�o s�o parecidas? Quantos negros n�o se parecem uns com outros? e por isso quantos inocentes v�o parar numa delegacia, v�o cumprir pena porque parece com outro?", questiona.
"Somos negros, somos honestos, somos trabalhadores. A justi�a n�o � feita para branco, feita para preto. � feita para todos. N�o vamos deixar os nossos direitos passarem batido. Com f� em Deus, a luta negra, a luta pela igualdade vai chegar � vit�ria" afirma Rodrigo.
O homem finaliza sua fala com um aviso direcionado a todos os negros:
"Fa�o alerta para todos os companheiros negros, de todas comunidades se precaverem ao entrar em supermercado e padaria. E, principalmente, nunca deixar passarem seus direitos".