
A Coaliz�o Negra por Direitos, organiza��o que re�ne mais de 250 associa��es, ONGs, coletivos, grupos e institui��es do movimento negro, participa da COP 27 (Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Mudan�a do Clima), que ocorre no Egito ate o dia 18 de novembro, e leva ao encontro a agenda de combate ao racismo ambiental.
Como parte da programa��o, integrantes da Coaliz�o Negra Por Direitos realizaram na ter�a-feira (08/11) um evento no espa�o Brazil Climate Action, com o tema “O racismo ambiental e a emerg�ncia clim�tica: viv�ncias negras e interseccionalidades”.
O evento promoveu debate para aprofundar a den�ncia sobre o racismo ambiental no Brasil.O objetivo � amplificar a urg�ncia dessa pauta, uma vez que as mudan�as clim�ticas afetam diretamente os territ�rios perif�ricos.
Segundo Diosmar Filho, ge�grafo e pesquisador da Associa��o de Pesquisa, Ci�ncias e Humanidades (IYALETA), nesta edi��o da Confer�ncia, o movimento negro leva como proposi��es a��es de redu��o de desigualdades para a justi�a ambiental.
“S�o duas agendas que n�o podem andar separadas para o enfrentamento da crise clim�tica”, afirma. Foram abordados temas como a intensidade das chuvas e seus impactos em territ�rios perif�ricos e quilombolas, o racismo religioso e a resist�ncia de mulheres negras frente � mudan�a do clima.
Entre os palestrantes estavam Douglas Belchior, cofundador da Uneafro Brasil e da Coaliz�o Negra Por Direitos; Sheila de Carvalho, diretora de Incid�ncia Pol�tica do Instituto de Refer�ncia Negra Peregum; e os coordenadores nacional e executivo da Coordena��o Nacional de Articula��o de Quilombos (CONAQ), K�tia Penha e Biko Rodrigues, respectivamente.
O racismo ambiental

O termo racismo ambiental foi criado pelo ativista afro-americano Benjamin Chavis para se referir � estratifica��o da popula��o na comunidade e no territ�rio a partir da ra�a, cor, etnia e g�nero. Quando ocorre eventos clim�ticos extremos ou crimes ambientais, grupos etnicorraciais em situa��o de vulnerabilidade s�o as mais afetadas.
“H� um hist�rico de exclus�o social, quando falamos de territ�rio quilombola no Brasil, por exemplo. Estamos falando daquelas pessoas que, a partir de uma ancestralidade, se organiza dentro de um territ�rio pela exclus�o do estado”, explica Diosmar.
Ao serem segregados da sociedade pelo racismo e a falta de oportunidades, esses grupos minorit�rios acabam se instalando em locais de risco, como encostas.
Um exemplo foi o rompimento da barragem da Samarco, em Brumadinho, onde a popula��o mais afetada foi a negra e a ribeirinha. Outro exemplo foram as chuvas intensas que provocaram enchentes no sul da Bahia, norte de Minas e Espirito Santo, no final de 2021 e in�cio de 2022, que tamb�m tiveram como grupo mais afetado a popula��o negra e pobre.
“A solu��o para isso nunca vem. O recurso que apareceu foi para que? Chuvas. A gente tem recurso para cuidar do impacto das chuvas, a gente n�o tem recurso para fazer preven��o para que as pessoas n�o sofram os impactos do aumento das chuvas, que est� acontecendo decorrente das mudan�as clim�ticas”, afirma Diosmar.
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