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Estado de Minas COPA DO MUNDO 2022

Jogadores de origem africana est�o presentes em 14 sele��es da Copa

Fran�a � o pa�s com maior n�mero de selecion�veis que nasceram ou t�m parentes nascidos na �frica; uma das justificativas do fen�meno � o colonialismo


30/11/2022 17:37 - atualizado 30/11/2022 17:37

Jogadores da França em campo. Há 5 deles na imagem alinhados em fila e, desses, 4 são negros
Fran�a tem a sele��o com mais jogadores de origem africana (foto: Xavier Laine/Getty Images)
De acordo com a lista oficial de convocados da Fifa, das 32 Sele��es que disputam a Copa do Mundo 2022, que acontece no Catar, 14 possuem pelo menos um jogador com ascend�ncia africana.
 
A Fran�a � o pa�s com o maior n�mero de jogadores que nasceram ou t�m parentesco com a �frica, com 14 atletas, seguida da Alemanha e do Catar, com 8 em cada. Estados Unidos, Espanha e Inglaterra s�o os que possuem apenas 1 jogador com essas caracter�sticas.

Alguns desses atletas foram destaque durante os primeiros jogos da Copa, a exemplo da partida da Inglaterra contra o Ir� no Est�dio Internacional Khalifa no dia 21, que acabou em 6 a 2: Bukayo Saka, cujos pais emigraram da Nig�ria para Londres, marcou dois gols e foi eleito o melhor jogador em campo da partida.
 
No mesmo dia, o jogo que encerrou empatado entre Pa�s de Gales e Estados Unidos no Est�dio �hmad Bin Ali come�ou com vantagem dos EUA pelo gol de Timothy Weah, filho do ex-futebolista vencedor da Bola de Ouro de 1995 e atual presidente da Lib�ria, George Weah.

Apesar de alguns descendentes optarem por voltar � �frica para defenderem Sele��es de seus antepassados, como � o caso do Marrocos nesta Copa – que tem o maior n�mero de jogadores naturalizados: 14 dos 26 convocados –, o n�mero de jogadores de origem africana que atuam em clubes foram do continente � bastante expressivo, e muitas vezes se destacando em clubes de pa�ses que colonizaram o territ�rio de seus ancestrais.

Imigra��o, xenofobia e racismo

N�o � incomum que jogadores descendentes de imigrantes, ou at� mesmo aqueles nascidos em outros pa�ses, componham as Sele��es europeias, o que pode ser justificado pelo colonialismo. A Fran�a, por exemplo, que foi uma das maiores invasoras e colonizadoras de territ�rios africanos, hoje � uma sociedade multicultural justamente por ter passado por diversas ondas de migra��es internas e externas e desenvolve, cada vez mais, pol�ticas p�blicas para imigrantes e interc�mbios para jogadores de periferia ou de outros pa�ses.

O pa�s � um dos principais destinos na Europa para refugiados de maioria africana, o que tamb�m est� ligado ao fato de que a Fran�a colonizou e escravizou boa parte dos pa�ses do noroeste da �frica.
 
De acordo com o INSEE (Instituto de Estat�stica e Estudos Econ�micos na Fran�a), os filhos de imigrantes correspondem a 12% da popula��o francesa, totalizando cerca de 7,5 milh�es de pessoas e, dentre os imigrantes mais jovens, 53% s�o da �frica.

No entanto, pensamentos e ideais xen�fobos e racistas que circulam pela Europa, e que tamb�m puderam ser observados durante os primeiros ataques da R�ssia � Ucr�nia, acabam se refletindo em jogos de sele��es e times europeus, como explica Guilherme Freitas, autor do livro “As sele��es de futebol da Uni�o Europeia: identidade, migra��o e multiculturalismo atrav�s da bola” (2022).

“Quando a gente v� uma manifesta��o racista e xenof�bica nos est�dios, esse tipo de coisa n�o acontece s� para atingir o atleta, mas para atingir tudo o que ele representa. Embora esses jogadores n�o sejam necessariamente imigrantes, eles s�o descendentes”, explica o pesquisador.

De acordo com Freitas, boa parte desse comportamento surge quando os atletas imigrantes ou descendentes perdem o jogo ou, mesmo ganhando, n�o atuam bem. Um dos exemplos recentes ocorreu durante a final da Eurocopa 2020 entre It�lia e Inglaterra.
 
Tr�s jogadores negros – Rashford, Sancho e Saka – sofreram ataques racistas e xenof�bos intensos nas redes sociais ap�s perderem p�naltis decisivos da partida, que concedeu, por 3 a 2, o t�tulo de campe� � It�lia. “Macaco”, “volte para a Nig�ria” e “saia do meu pa�s” foram algumas das express�es que repercutiram na internet assim que o jogo acabou.

Em resposta, a The Football Association, institui��o que organiza o futebol ingl�s, afirmou que “condena veementemente todas as formas de discrimina��o e est� horrorizada com o racismo on-line que tem se dirigido a alguns de nossos jogadores da Inglaterra nas redes sociais”.

Um outro caso emblem�tico, que envolve a Sele��o Francesa na Eurocopa, aconteceu em 2016 quando o jogador Karim Benzema – descendente de argelinos, nascido e criado na periferia de Lyon, na Fran�a –, atuante do Real Madrid, se viu v�tima de discrimina��o ao n�o ter sido convocado.
 
Na �poca, ele afirmou que ficou de fora da competi��o por ser mu�ulmano e ter pais imigrantes. “Quando eu fa�o gols, sou franc�s. Quando n�o fa�o ou as coisas v�o mal, eu sou �rabe”, disse o atleta.

Nas redes sociais, usu�rios pontuam como a mesma din�mica funciona na Copa do Mundo de 2022:

 
 

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