
O p�blico trans � o grupo LGBTQIA+ que mais reporta situa��es de viol�ncia no Distrito Federal. O levantamento � da pesquisa Identidade de G�nero e Orienta��o Sexual no DF: Um olhar inclusivo, divulgada nesta quinta-feira (8/12) pelo Instituto de Pesquisa e Estat�stica do Distrito Federal (IPEDF).
A pesquisa buscou capturar experi�ncias no acesso aos servi�os p�blicos, participa��o social e em eventuais processos de viol�ncia e discrimina��o. Os resultados do estudo foram baseados nas 1.843 respostas recebidas.
A pesquisa, que abordou a quest�o da viol�ncia vivida por integrantes do grupo, revela que 23% das pessoas trans e 40% das pessoas LGB (L�sbicas, Gays e Bisexuais) n�o reportaram terem passado por situa��o de viol�ncia ou discrimina��o.
De acordo com o pesquisador Mariel Gruppi, mais pessoas trans reportaram situa��es de viol�ncia. “A gente tem uma frequ�ncia maior dessas pessoas reportando situa��es de viol�ncia, ou seja, esses resultados sugerem que existe uma diferen�a quando a pessoa se identifica como trans e quando a pessoa tem sua orienta��o sexual identificada como LGB ”, reitera.
No caso de transexuais, as situa��es de viol�ncia mais relatadas ocorreram em: ambiente familiar (65%); ambiente religioso (55%); em servi�os de sa�de ou por profissionais de sa�de (42%); em servi�os p�blicos devido � identidade de g�nero (38%). No caso de pessoas LGB , as situa��es de viol�ncia mais relatadas foram em: ambiente familiar (51%); ambiente religioso (44%); grupos de vizinhos (27%); colegas de escola ou faculdade (27%).
De acordo com Mariel, os resultados s�o importantes para fomentar a��es de iniciativas p�blicas e privadas do DF, que visem acolher as necessidades e diminuir as vulnerabilidades da popula��o LGBTQIA no DF. “A gente entende que ainda tem muitas quest�es a serem apresentadas e que ser�o importantes para fomentar as iniciativas e tamb�m ser�o importantes para a retifica��o do nome social, conscientiza��o sobre a import�ncia dos �rg�os de acolhimento e produ��o cont�nua de subs�dios voltados � formula��o de pol�ticas”, diz.
Outros dados
Quanto � identidade de g�nero, 7% se identificam como transg�nero. Desses, 5% se identificam como l�sbicas, gays, bissexuais e outros e 2% como heterossexuais. Em rela��o �s identidades que comp�em o grupo de pessoas trans, 44,3% s�o masculinas, 32,8% femininas e 18% n�o-bin�rias e outras.
Quanto � orienta��o sexual, 89% das pessoas cisg�nero se identificam como l�sbicas, gays, bissexuais e outros, sendo 38,7% l�sbicas, 33,2% pansexuais/bissexuais, 12,6% assexuais e 7,4% gays. Em rela��o �s identidades que comp�em o grupo de pessoas trans, 44,3% s�o masculinas, 32,8% femininas e 18% n�o-bin�rias e outras. As pessoas cisg�nero heterrossexuais correspondiam a 4%.
Adriano Fi�za, coordenador de promo��o de pol�ticas p�blicas e cidadania para popula��o LGBTQIA da Secretaria de Justi�a (Sejus-DF) explica a import�ncia do estudo na pr�tica. “Antes de ser gestor, tamb�m fa�o parte da milit�ncia e enquanto militante do movimento negro LGBTQIA , sei que muitas vezes enfrentamos dificuldades na hora de apresentar um projeto, pois falta informa��es, dados, que falem sobre esse p�blico”, diz. “Sempre que encontr�vamos algo, era sobre assunto de viol�ncia, como se a popula��o s� tivesse serventia quando apanha ou sofre alguma agress�o. Mas n�s tamb�m comemos, consumimos, vivemos”, completa
De acordo com Adriano, os dados refor�am a import�ncia de dar destaque a grupos que antes eram exclu�dos, como o caso dos transexuais. “A metodologia aplicada foi super importante, porque deu voz a grupos que eram subjugados e viviam escondidos, como o caso da popula��o trans. N�s conseguimos que essas pessoas fossem questionadas, interrogadas, o que sempre foi marginalizado passa a aparecer. Ainda que a pesquisa seja uma amostragem, continua tendo a sua import�ncia”, ressalta o coordenador.
Perfil sociodemogr�fico
Ainda nesta quinta-feira (8/12), o Instituto de Pesquisa e Estat�stica do Distrito Federal (IPEDF) divulgou uma pesquisa que quantifica e identifica o perfil sociodemogr�fico do p�blico LGBTQIA . Do levantamento feito, cerca de 3,4% da popula��o do Distrito Federal se autodeclara LGBTQIA , sendo que 2% se identifica como l�sbica, gay ou bissexual e 1,04% como trans. De acordo com o estudo, os dados fazem do DF a unidade federativa com maior concentra��o de LGBs (L�sbicas, Gays e Bissexuais), representando 2,9% dos moradores da capital.
Veja mais dados abaixo
- 35% de pessoas trans e 40% de LGB se declaram negras;
- 57% de pessoas trans e 90% de LGB tinham ensino superior completo;
- 41% das pessoas LGB t�m renda superior a 5 sal�rios m�nimos;
- 8,8% de pessoas trans t�m renda superior a cinco sal�rios m�nimos;
- 70,2% de pessoas trans t�m entre 19 e 29 anos, enquanto 38,7% de LGB est�o no mesmo grupo de idade;