
Pessoas transg�neros e a popula��o n�o-heterossexual demonstram indicadores de sa�de mental preocupantes em compara��o com a m�dia, colocando em destaque os desafios espec�ficos enfrentados por essas minorias e os impactos da discrimina��o e de diferen�as sist�micas que enfrentam.
Atualmente, 5,4% da popula��o adulta (a partir de 16 anos), n�o se identificam como cisg�neros. Dentre esses, 1,7% se identificam como transg�neros, os outros 3,6% se identificam como g�nero fluido. Essa popula��o se destaca por, de maneira geral, apresentar piores �ndices de sa�de mental e maiores queixas em rela��o aos pontos levantados nesse estudo.
Os dados que mostram o acesso as psicoterapias, mostram que em rela��o � identidade de g�nero e orienta��o sexual, os que mais acessam psicoterapia s�o os transg�neros (11,8%), pansexuais (22,1%) e assexuais (29,3%).4
Entre os brasileiros que utilizam servi�os de sa�de mental (62,3%), os que mais relataram utilizar servi�os p�blicos s�o pessoas n�o bin�rias (59%), transg�neros (33,7%) e pansexuais (50,8%). Mesmo assim, foi observado que a popula��o n�o-bin�ria se mostrou mais descontente com o acesso aos servi�os (67%), seguida da popula��o trans (49%), e da popula��o ind�gena (46%) e outros grupos LGBTQIA+.
Os dados s�o do primeiro Panorama da Sa�de Mental co-idealizado pelo Instituto Cactus e AtlasIntel. A pesquisa tinha o objetivo de fazer um monitoramento da sa�de mental dos brasileiros. Foram entrevistados 2.248 pessoas de forma online, acima de 16 anos, janeiro e fevereiro deste ano.
Um dos fatores relevantes que explica o n�o acesso a psicoterapeutas por esse grupo � que entre a popula��o trans, a maior parte deste grupo (63,6%) se encontra na menor faixa de renda, recebendo entre 0 e 2 mil reais. Faixa essa que mostrou ter menos acesso a servi�os de sa�de mental.
Entretanto, as pessoas trans reportam mais frequentemente terem tido brigas com seus familiares (50,5% vs. 38,4% na popula��o cis), e terem sofrido bullying (41,1% vs. 15,4% na popula��o cis). � poss�vel que esses fatores possam explicar, pelo menos em parte, a preval�ncia maior do uso de �lcool, cigarros, maconha e outros entorpecentes na popula��o trans. 49,1% dos trans reportam consumo de cigarros (2,5 vezes mais que os cis); 19,2% reportam consumo de maconha (quatro vezes mais que os cis); e 22,7% reportam uso de outros entorpecentes (nove vezes mais que os cis).
Estes dados refletem a situa��o sistem�tica de marginaliza��o da popula��o transsexual, salientando sua vulnerabilidade � discrimina��o.
