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Estado de Minas

Mineira vence pr�mio internacional de jovem pesquisadora na �rea da sa�de

O estudo de Carolina de Aguiar Ferreira vai beneficiar pacientes que precisam se submeter a tratamento de imunoterapia para o c�ncer


12/07/2020 13:09 - atualizado 12/07/2020 13:33

De 2018 para cá, Carolina de Aguiar Ferreira subiu do terceiro para o primeiro lugar no prêmio da SNMMI
De 2018 para c�, Carolina de Aguiar Ferreira subiu do terceiro para o primeiro lugar no pr�mio da SNMMI (foto: Larissa Cangussu/Divulga��o)

Laborat�rio fechado, estudos em risco, preju�zo milion�rio. A pandemia impactou seriamente a rotina da pesquisadora Carolina de Aguiar Ferreira, de 32 anos, que faz p�s-doutorado em Boston, nos Estados Unidos. Mas, em meio ao caos, ela tem uma boa not�cia para o Brasil e o mundo na �rea da sa�de. Neste s�bado, a mineira de Belo Horizonte ganhou o primeiro lugar do pr�mio de jovem pesquisador da Sociedade de Medicina Nuclear e Imagem Molecular (SNMMI), com sede na cidade norte-americana de Reston. A pesquisa desenvolve uma forma n�o invasiva de detectar efeitos colaterais no tratamento de c�ncer.

Carolina vem subindo ano a ano no p�dio da SNMMI, entidade internacional que existe h� 60 anos e tem mais de 20 mil membros de 65 pa�ses, entre m�dicos, farmac�uticos e t�cnicos que realizam os exames. Em 2018, participando pela primeira vez da premia��o, ela ficou em terceiro lugar. No ano seguinte, assumiu a segunda posi��o. Em 2020, enfim, recebeu o t�tulo de jovem pesquisadora na categoria inova��o em imagem molecular. O pr�mio � no valor de 500 d�lares.

Para a pesquisadora, o reconhecimento � uma motiva��o para seguir em frente. "O pr�mio � uma valida��o de todos estes anos de esfor�o. E � esfor�o mesmo, muita dedica��o e auto-motiva��o. Ningu�m faz pesquisa pelos benef�cios, que s�o poucos. Faz porque realmente tem paix�o pela pesquisa e pelo que a pesquisa pode gerar para a popula��o", afirma. Durante o doutorado, Carolina conta que passava cerca de 100 horas por semana no laborat�rio.

Com a pesquisa, a farmac�utica espera disponibilizar para o mercado um exame de imagem (feito atrav�s de material radioativo) que possa detectar precocemente, e de forma n�o invasiva, efeitos colaterais do tratamento de imunoterapia para o c�ncer. "A imunoterapia mudou o tratamento de c�ncer. Hoje em dia, 50% dos casos podem ser tratados dessa forma, s� que isso gera muito efeitos colaterais, infelizmente. Desde a primeira dose at� um ano depois de encerrado o tratamento", pontua. Identificando rapidamente sintomas indesejados, o m�dico pode conduzir o tratamento de forma menos prejudicial poss�vel ao paciente. No momento, o �nico recurso � a bi�psia.  

J� s�o 12 anos de pesquisa na �rea de terapia e diagn�stico de c�ncer usando radia��o. Carolina conta que descobriu o seu amor pela pesquisa no Laborat�rio de Radiois�topos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que trabalha com materiais radioativos, onde fez inicia��o cient�fica durante a gradua��o. "Eu me apaixonei pela �rea porque existe uma grande possibilidade de melhorar a sa�de da popula��o. Quero contribuir de alguma forma com a sociedade", diz.

A pesquisadora, no entanto, tem os p�s no ch�o. Sabe que, para que este exame inovador chegue aos pacientes com c�ncer, � necess�rio muito investimento. "Precisamos de um governo que financie estudos cl�nicos, porque, no fim das contas, isso vai gerar um produto m�dico que vai impactar muitas vidas." Por enquanto, o avan�o se resume a uma patente, dada ao coordenador do laborat�rio onde ocorre a pesquisa, que abriu uma empresa privada para produzir o material. Os estudos cl�nicos devem come�ar ainda este ano.

A pandemia atingiu em cheio as pesquisas. Estudos que Carolina desenvolvia h� oito meses foram prejudicados pela interrup��o das atividades. Estima-se que o laborat�rio, em fun��o de ter ficado totalmente fechado por quatro meses, tenha tido um preju�zo de um milh�o de d�lares. "Agora estamos voltando, mas trabalhando poucas horas, s� para manter o funcionamento m�nimo. Tenho que cuidar das c�lulas e dos animais, que n�o sabem que existe pandemia."

O objetivo de Carolina � ser professora e comandar o seu pr�prio laborat�rio, de prefer�ncia, que seja no Brasil. "Quero pegar o conhecimento que tive a oportunidade de adquirir aqui fora e levar para o meu pa�s. O meu sonho � ver o Brasil valorizar pesquisas, mas estamos longe disso". 

Curr�culo

 
Formada em farm�cia pela UFMG, Carolina fez mestrado em ci�ncia e tecnologia da radia��o pelo Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), tamb�m em BH. Depois conseguiu uma bolsa pelo CNPq para fazer doutorado em engenharia biom�dica pela University of Wisconsin-Madison. Em agosto de 2019, terminado o doutorado, ela foi convidada para fazer p�s-doutorado em laborat�rio conjunto com a Harvard Medical School e o Massachusetts General Hospital.


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