As escolas j� registram um maior n�mero de procura por matr�culas para 2022. “Estamos com �timas expectativas quanto � realiza��o de matr�culas para 2022, em decorr�ncia da procura de pais”, ressalta a diretora pedag�gica do col�gio Sagrado Cora��o de Jesus, C�tia Cilene.
Segundo ela, al�m das a��es pedag�gicas e socioemocionais, as adequa��es para atender �s expectativas de uma educa��o inovadora fazem parte dos projetos do col�gio para o pr�ximo ano. “O ano de 2022 trar� grandes desafios, a readapta��o de alunos e professores exigir� das escolas a��es voltadas para o pedag�gico e, principalmente, para o socioemocional”, explica.
As expectativas de pais, alunos, professores e diretores s�o altas. C�tia afirma que a retomada das aulas presenciais trar� mudan�as na educa��o do Brasil. “A pandemia acelerou o processo de evolu��o tecnol�gica na �rea da educa��o. A escola nunca mais ser� a mesma porque j� n�o somos mais os mesmos. As solu��es tecnol�gicas apresentadas atrav�s de ferramentas, programas e software comprovam o quanto necessitamos dessa inova��o, n�o apenas na gest�o escolar, mas no processo ensino-aprendizagem como um todo.”
ESPERAN�A
Assim como as escolas, pais e alunos est�o se preparando para a retomada das atividades. “Estamos com as expectativas l� em cima, ser� o primeiro ano do meu filho em uma escola. As emo��es est�o � flor da pele, passamos por um momento que n�o imagin�vamos passar nem nos sonhos”, conta o engenheiro Matheus Oliveira, que vai matricular o filho, Felipe, de 5 anos, para o ano que vem.
Da mesma forma que Matheus, muitos pais e m�es tiveram que passar por uma grande adapta��o no per�odo de pandemia. Agora, s�o grandes as esperan�as de que tudo volte ao normal, principalmente para os pequenos, fase em que o contato com os colegas � muito importante para o desenvolvimento.
A pandemia trouxe outras preocupa��es al�m da busca pela qualidade do ensino. Pais est�o priorizando escolas que se preocupem com a sa�de e seguran�a de seus filhos. Apesar de buscarem um ambiente escolar com uma boa estrutura f�sica e bem equipado tecnologicamente, os pais est�o se preocupando com uma vis�o mais humanista do processo ensino-aprendizagem ao matricular os filhos.
Al�m de querer compreender a proposta pedag�gica, os pais querem saber o diferencial capaz de preparar seus filhos para o mundo. Como � o caso de Matheus: “Precisamos lembrar que ainda estamos na pandemia e que todo esse cen�rio exigiu que d�ssemos uma pausa e nos torn�ssemos mais humanos”.
Como a maioria dos col�gios de Belo Horizonte, o professor e diretor Roni, do Col�gio Olimpo, unidade BH, tamb�m est� com uma perspectiva esperan�osa para o pr�ximo ano. “A procura de matr�culas est� muito grande, comportamento diferente do ano passado, onde todos estavam praticamente s� on-line. Ent�o estamos vendo um movimento maior das fam�lias em rela��o � procura de matr�culas com maior intensidade”, esclarece.
"Estamos com as expectativas l� em cima, ser� o primeiro ano do meu filho em uma escola. As emo��es e o medo est�o � flor da pele, passamos por um momento que n�o imagin�vamos passar nem nos sonhos”
Matheus Oliveira,
que vai matricular o filho, Felipe, de 5 anos, para o ano que vem
Dentro do terceiro momento da pandemia, em que o primeiro contou com ensino totalmente on-line, depois h�brido e agora com a volta do presencial total, o diretor fala em tom de brincadeira: “Estamos em um processo de desintoxica��o do on-line, das m�dias. E entendemos que a escola � presen�a, � carteira, � olho no olho”. O professor compreende que a escola � um ambiente socioemocional e sabe que a tecnologia vai estar presente na rotina dos alunos, principalmente agora. Por isso, contar� com algumas “pinceladas”, como monitorias, suporte e eventos on-line.
SUPORTE
Com a volta do ensino 100% presencial, pais e diretores concordam sobre a import�ncia do acompanhamento e suporte emocional profissional. Muitos pais buscaram por um acompanhamento psicol�gico durante a pandemia e, principalmente agora, com a volta do presencial.
“Crian�as e jovens perderam muito as habilidades sociais. Percebi um retrocesso na quest�o da conviv�ncia com outras crian�as, da capacidade de negocia��o. Durante esse per�odo on-line eles desenvolveram muitas compet�ncias no quesito da tecnologia, mas perderam muito, muito mesmo, na quest�o social. Nas crian�as menores, foram as quest�es de aprender a dividir, negociar, e nos maiores, eu percebi a introspec��o. Adolesc�ncia � uma fase que necessita muito da aprova��o e rela��o com o outro”, explica a psic�loga Elena Sabino.
De acordo com a profissional, no ato de ir presencialmente � escola, os educadores conseguem estimular os alunos com diferentes ferramentas, como a pesquisa de campo, brincadeiras com argila e atividades em grupo. Como toda mudan�a, depois de quase um ano e meio de ensino exclusivamente on-line, houve uma adapta��o na rotina, por isso, o retorno ao presencial pode trazer um certo tipo de resist�ncia por parte dos estudantes.
“Tive paciente que n�o queria se cal�ar, porque estava acostumado com o conforto de ficar descal�o em casa”, conta Elena. H� uma nova altera��o e � preciso calma para se readaptar. A psic�loga recomenda que os pais trabalhem com a pr�-viabilidade, ou seja, quanto mais margem e informa��es darem para seus filhos, como o que vai acontecer, quem vai estar l�, quais as medidas de seguran�a, mais seguros e preparados eles v�o se sentir.
Ademais, o acompanhamento psicol�gico ajuda a trabalhar a resili�ncia, se reerguer e se adaptar a essas transforma��es. Tudo pode mudar de repente, como aconteceu com a chegada do coronav�rus, e essa incerteza traz inseguran�a e muita instabilidade emocional. Sendo assim, trabalhar o lado emocional ajuda o estudante a compreender suas emo��es a aprender a express�-las.
* Estagi�ria sob supervis�o
da editora Teresa Caram