
A decis�o, tomada de forma un�nime pelos diretores, atendeu a pleito da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), que desenvolve pesquisa a respeito da efic�cia e seguran�a de combina��es de fitocanabinoibes no manejo de sintomas associados a dist�rbios neurol�gicos e psiqui�tricos.
Os fitocanabinoides mais conhecidos s�o tetrahidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD).
A decis�o cria um precedente para que outros institutos e universidades fa�am solicita��es para desenvolver pesquisas a partir do cultivo de cannabis. Por isso, ela � apontada pelos envolvidos como um marco nos estudos desenvolvidos na �rea no pa�s.
Antes da decis�o, a pesquisa a respeito de c�nabis no Brasil era permitida somente com extratos importados, o que, segundo os pesquisadores, limita as possibilidades de estudar diferentes composi��es e combina��es de fitocanabinoides e seus diversos efeitos.
A pesquisa desenvolvida pelo Instituto do C�rebro, da UFRN, tem como objetivo analisar o efeito dos fitocanabinoides, separadamente ou combinados, em modelos animais de epilepsia, autismo, zumbido, estados afetivos e fun��es cognitivas, avaliando a seguran�a e efic�cia.
O pleito da universidade j� havia sido negado na Anvisa em duas ocasi�es anteriores, mas foi aceito desta vez a partir de voto favor�vel do relator Alex Machado Campos, da Anvisa, que foi acompanhado pelos demais diretores.
"� um marco hist�rico. Pesquisas nessa �rea ser�o divididas em antes de hoje e depois de hoje", diz Jos� Daniel Diniz Melo, reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
"O THC e o CBD s�o tidos como fitocanabinoides importantes, mas os pesquisadores da �rea j� identificaram mais de 100. Uma quest�o importante �: ser� que os componentes isolados que produzem efeitos em determinadas condi��es ou � a combina��o deles com outros fitocanabinoides que fazem isso? N�o sabemos, pois, como n�o pod�amos plantar, n�o consegu�amos fazer as varia��es de combina��es e estudar os efeitos. Com o cultivo, as varia��es ser�o poss�veis, por exemplo", afirma Dias.
"O mais importante do cultivo � poder controlar as composi��es, fazer as varia��es e estudar os efeitos delas", completa.
O reitor explica que o cultivo tamb�m contribuir� para que seja poss�vel o estudo de cada um desses fitocanabinoides.
Alex Machado Campos, diretor da Anvisa que foi relator do processo, diz que a decis�o inaugura um marco nas pesquisas cient�ficas voltadas ao estudo da c�nabis no Brasil.
"As institui��es de pesquisa poder�o alcan�ar resultados e mais possibilidades no tema, o que � coincidente com o que a Anvisa j� vem fazendo em rela��o � c�nabis", afirma.
No voto, ele afirmou que estava tratando de ci�ncia. "N�o estamos falando de importa��o de conhecimento, mas sim de sua gera��o, de inova��o, de pesquisa e desenvolvimento nacionais", escreveu.