*Conte�do produzido por Fl�vio de Castro

Uma das queixas que mais ou�o na sala de aula � sobre a dificuldade que os estudantes sentem em ler e interpretar o g�nero l�rico – poesia - na prova de linguagens do ENEM. Faz todo o sentido, afinal de contas, a poesia � a forma mais sofisticada da linguagem liter�ria, e ler poesia requer paci�ncia, aten��o e sensibilidade. A teoria sobre a arte po�tica pode ajudar bastante no processo interpretativo, mas �, definitivamente, a pr�tica continua de leitura que proporciona o desenvolvimento das habilidades de interpreta��o.
Antes de tudo � importante partir do conceito: afinal, o que � poesia? A palavra poesia vem do grego po�esis e significa “a��o de fazer, criar alguma coisa”. Ou seja, poesia � inven��o, � cria��o. � uma forma do g�nero l�rico (aquele que expressa sentimentos), geralmente � escrita em versos e estrofes e sua linguagem � conotativa, amb�gua e, por assim dizer, estranha. Estranha no sentido que, para ler poesia, devemos contemplar as palavras al�m da sua superf�cie, buscando seu sentido oculto, transgressor. Vejamos esse breve e intenso poema do ingl�s William Blake (1752 – 1827), intitulado “A rosa doente”, que revela o perigoso amor entre uma flor e a praga que a devora:
� Rosa, est�s doente!
Um verme pela treva
Voa invisivelmente
O vento que uiva o leva
Ao velado veludo
Do fundo do teu centro:
Seu escuro amor mudo
Te r�i desde dentro.
Perceba, inicialmente, a estrutura sonora do texto, leia-o em voz alta se for preciso. Al�m das rimas podemos perceber a repeti��o do fonema “v” em v�rios versos (essa figura se chama alitera��o), sugerindo o som do “vento que uiva”. Em seguida, tente imaginar a cena descrita: � poss�vel ver a escurid�o noturna e sentir a textura aveludada das p�talas da rosa. E, finalmente, pense no sentido do texto: o verme vai devorando a rosa de fora para dentro, das bordas at� o centro (bot�o), de modo a roer e, consequentemente, adoecer a flor. Uma interpreta��o poss�vel � pensar o amor como uma for�a que, ao transpor a superf�cie das apar�ncias, atinge, finalmente, a alma das pessoas - e nem sempre essa aproxima��o termina bem. Trata-se, portanto, de uma met�fora para o poder destrutivo que algumas paix�es possuem.
Para analisar esse poema, fizemos tr�s percursos. Em primeiro lugar “escutamos” o poema, para perceber seu ritmo, suas rimas e sua musicalidade. Em segundo lugar “imaginamos” o poema, dando forma �s imagens e sensa��es que os versos sugerem. E em terceiro lugar, finalmente, “pensamos” o poema e atribu�mos um sentido para o texto.
Ezra Pound (1885 – 1972), foi um dos principais poetas do s�culo XX e um dos maiores especialistas no g�nero l�rico. O escritor estadunidense escreveu um pequeno e valioso manual de interpreta��o po�tica chamado O ABC da Literatura (The ABC of Reading, 1934), que pode nos ajudar a interpretar poesia de forma mais significativa nas provas, simulados e leituras desinteressadas. Em seu ensaio, Pound diz que devemos considerar tr�s dimens�es do texto po�tico:
- melopeia: o som das palavras;
- fanopeia: as imagens e sensa��es que as palavras sugerem;
- logopeia: o sentido das palavras.
Foi exatamente isso o que fizemos ao interpretar o poema de William Blake.
A sugest�o �, portanto, que voc� n�o pule etapas e tente ir diretamente ao sentido do poema. Pois um poema n�o � feito apenas de sentido, mas tamb�m de ritmo, imagens e sensa��es. Fazendo essas tr�s leituras � poss�vel desvendar tr�s “camadas” diferentes do texto e, em v�rios casos, as duas primeiras camadas podem ajudar no entendimento da terceira. � isso. Ter um m�todo para ler poesia, sem afobamento, pode ser decisivo para o bom entendimento do texto e o consequente acerto da quest�o em sua prova. Espero que tenha gostado da dica, agora � colocar em pr�tica, revisando quest�es de interpreta��o de texto po�tico que ca�ram nas �ltimas edi��es do ENEM. Bom trabalho!
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